Em 2006 e 2007, a Pró-Reitoria de Cultura e Extensão Universitária da USP desenvolveu atividades que marcaram a Universidade como um espaço de formação e reflexão crítica em todo o País. Através de programações especiais, como a Semana dos Museus e a Semana de Arte e Cultura, vem dinamizando a cultura no cotidiano de São Paulo. Também promoveu a reflexão nas mais diversas áreas do conhecimento através de seminários, simpósios e debates em geral.

Foto crédito: Cecília Bastos

Segundo o pró-reitor Sedi Hirano, ao formular as diretrizes básicas para a Pró-Reitoria de Cultura e Extensão Universitária da USP, foram observados os seguintes princípios: a Universidade fundamentada em valores democráticos, devendo buscar a democratização do conhecimento; e a ciência analisada como patrimônio cultural da sociedade, que, por conseqüência, visa a estender à sociedade suas atividades indissociáveis do ensino e da pesquisa. Outro princípio é a Universidade como uma instituição constitutiva da sociedade, articulando-se com outras instituições, centros e agências de fomento nacionais e internacionais, que têm como escopo qualificar, financiar, divulgar e debater a produção científica e cultural dos professores e dos alunos de graduação e de pós-graduação.

Entre as programações especiais promovidas pela Pró-Reitoria destacam-se: o 7º Seminário de Cultura e Extensão Universitária, o simpósio Presença da Universidade no Desenvolvimento Brasileiro, a Jornada de Bioética da USP, a Semana Nacional de Ciência e Tecnologia e o

Seminário Internacional Crime Organizado e Democracia. Também sediou o 41º Congresso da Associação Internacional de Críticos de Arte, que teve como tema central “A Institucionalização da Arte Contemporânea”. Também foram realizados diversos projetos especiais, como A Universidade e as Profissões, que tem como meta orientar estudantes de ensino médio e de cursos preparatórios para o vestibular, informando sobre as diversas carreiras. O Programa Nascente, institucionalizado em 1990, teve sua 16 a edição, com a meta de identificar, catalogar, valorizar e premiar os jovens talentos da USP.

Outro projeto importante é a Universidade Aberta à Terceira Idade, que vem possibilitando às pessoas da terceira idade aprofundar conhecimentos em alguma área de seu interesse e ao mesmo tempo trocar informações e experiências com os mais jovens que estão iniciando o curso superior. Esse projeto foi iniciado em outubro de 1991, com uma carta encaminhada à Pró-Reitoria de Cultura e Extensão Universitária solicitando a abertura dos cursos da USP para pessoas idosas. Em 2006, o projeto contou com a participação de 8.250 alunos e em 2007, de 7.011 alunos.

A Semana de Arte e Cultura, que acontece todos os anos, também vem tendo repercussão muito positiva. O objetivo é catalisar a produção artístico-cultural da USP, proporcionando uma integração entre a Universidade e a sociedade. A 11 a e a 12 a edição foram realizadas em setembro de 2006 e 2007, respectivamente.

Através do portal da Pró-Reitoria de Cultura e Extensão Universitária, a USP marca presença na rede mundial. O portal tornou-se um importante instrumento de apoio na divulgação de atividades, programas, projetos e órgãos. Outro veículo de comunicação que vem divulgando as produções culturais e artísticas da USP é a revista Cultura de Bolso, que teve sua primeira edição em março deste ano, circulando mensalmente com 30 mil exemplares, publicando no ano um total de 250 mil exemplares. Para 2008, está programada a ampliação dessa publicação para todos os sete campi da Universidade e um aumento da tiragem mensal para 50 mil exemplares.

A Pró-Reitoria de Cultura e Extensão Universitária abrange também os seguintes órgãos: a Biblioteca Brasiliana Guita e José Mindlin, que se constituiu como um centro interdisciplinar de documentação, pesquisa e difusão científica de estudos brasileiros, e o Centro de Preservação Cultural (CPC), que desenvolve suas atividades procurando uma permanente e crescente articulação entre a Universidade e a sociedade sobre temas relacionados ao patrimônio cultural.

Entre os projetos especiais está o Centro Universitário Maria Antonia (Ceuma), que promove exposições, palestras, debates e lançamentos de livros. Também estabelece parcerias com outras instituições culturais, acolhendo projetos relevantes. Há ainda a Estação Ciência, que tem como foco a divulgação e a popularização da ciência de forma dinâmica. Cerca de 400 mil pessoas por ano visitam o espaço de mais de 3 mil metros quadrados, que mostra exposições e experimentos científicos e culturais.

 

Freqüência de 2,8 milhões de pessoas

O professor Sedi Hirano comenta as ações da Pró-Reitoria de Cultura e Extensão Universitária.

Jornal da USP – Que balanço o senhor faz dos dois anos à frente da Pró-Reitoria de Cultura e Extensão Universitária?

Sedi Hirano – Dos dez órgãos da Pró-Reitoria, descobrimos a existência de três sem regimento. A Orquestra Sinfônica da USP e o Teatro da USP (Tusp) já tiveram seus regimentos publicados e o do Coral será apreciado na próxima reunião do Conselho de Cultura e Extensão Universitária (Cocex). Ao mesmo tempo, procedemos à análise crítica do Estatuto e do Regimento da USP, procurando enfatizar a valorização da cultura e extensão universitária. Promovemos, no biênio, 12 grandes debates acadêmicos, científicos e culturais. Já dentro da política de integração dos programas, projetos e órgãos da Pró-Reitoria com o Cocex, as unidades de ensino e pesquisa, museus e institutos especializados, foram analisados mais de 500 projetos e programas de cultura e extensão universitária e aprovados 176, em 2006, e 219, em 2007, sendo distribuídos aproximadamente R$ 3 milhões. Comparado com o ano de 2005, houve crescimento de quase 50% (48,1%). Também foi implantado um novo evento dentro do programa A Universidade e as Profissões, que é a Feira de Profissões, atraindo 18 mil estudantes do ensino médio, em 2006, e 22 mil, em 2007. Outro ponto a destacar é a implementação da revista Cultura de Bolso . A tiragem total de oito edições foi de 220 mil exemplares. Não posso esquecer de mencionar o lançamento do novo portal da Pró-Reitoria.

JUSP – Quais foram os principais desafios?

Hirano – A racionalização dos procedimentos visando à desburocratização. Buscou-se a necessária agilidade simplificando os procedimentos, racionalizando-os e descentralizando as decisões que podem ser funcionalmente bem realizadas nas unidades universitárias, incorporando o conceito de organização mais flexível e eficiente, principalmente em relação aos convênios e liberação de verbas para os projetos e programas aprovados. Foi realizada uma reordenação da estrutura funcional, onde havia uma excessiva concentração das atividades. Outro desafio foi a recomposição dos quadros de funcionários altamente qualificados para propor mudanças gráficas e racionalizar o sistema de comunicação do conjunto de atividades da Pró-Reitoria, criando um Setor de Comunicação Social moderno e ágil.

JUSP – Quais os projetos ou ações que podem ser aprimorados?

Hirano – A Feira de Profissões, por exemplo, o catálogo do programa A Universidade e as Profissões, reordenar e sistematizar os projetos e programas voltados para a inclusão social, com melhor qualificação dos professores da rede pública e dos alunos do ensino médio, fornecendo maior organicidade aos diversos cursos de extensão universitária.

JUSP – Como o senhor define a importância da Pró-Reitoria de Cultura e Extensão Universitária no contexto das atividades realizadas pela USP?

Hirano – A Universidade, como instituição social, é o lugar de formação e reflexão crítica, fundamentada em valores democráticos. Portanto, ela deve buscar a democratização do conhecimento. Por conseqüência, a Pró-Reitoria visa a estender à sociedade suas atividades indissociáveis do ensino e da pesquisa. Se partirmos do pressuposto de que a ciência é um patrimônio cultural, a Pró-Reitoria tem a função de levar para os vários segmentos da sociedade o conhecimento gerado dentro da Universidade. A Pró-Reitoria tem 11 órgãos, cerca de dez programas, quatro museus e sete institutos especializados. Se somarmos o público envolvido nas atividades da Estação Ciência, do Centro Universitário Maria Antonia, do Cinusp, do Parque CienTec, do Museu de Ciências, das Ruínas Engenho São Jorge dos Erasmos, do Coralusp, da Orquestra Sinfônica e do Tusp, chega-se a uma freqüência de mais de 2,8 milhões de pessoas.

 
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