Ateliê em Paris (1951), superposição de imagens no fotograma de Geraldo de Barros
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longo dos trabalhos, que tratam da percepção de figuras e fundos, até chegar a sua vertente final, com uma produção programática, repetitiva e mais racional. Pode-se notar, “de um lado, a busca por uma criatividade 'pura' e espontânea, não corrompida pelo saber artístico convencional... de outro, a confiança na máquina como instrumento de um processo criativo racional e perfeitamente previsível”, explica a curadora.
Em “Fotografia de Rua”, Tuca Vieira expõe seu mais recente trabalho de observação sobre centros urbanos, registrando momentos, cenas do cotidiano e personagens de São Paulo. O fotógrafo busca uma cidade imaginária, no sentido de que “toda cidade é composta em parte pela sua concretude e parte pelo imaginário que desperta em cada habitante. Logo, as cidades só podem existir enquanto narrativa”, escreve Eder Chiodetto, curador da mostra. Ele explica que “'Fotografia de Rua' é um dos avessos possíveis da cidade de São Paulo. Insólito, misterioso, permeado por uma atmosfera lúgubre que denota a solidão do andarilho, este ensaio mescla influências da tradição da fotografia de rua francesa com a estética sedutora dos filmes noir...”. São 30 imagens em preto-e-branco que reconstroem os locais visitados pelo artista, dotando-os de novos significados.
Imagem do fotógrafo Tuca Vieira: novos significados
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Leya Mira Brander materializa possibilidades de interpretação quase infinitas sobre diversos acontecimentos do mundo e sua esfera pessoal nas gravuras de “Tudo que Eu Sei”. A partir da técnica de reprodução de séries de desenhos por meio de uma matriz, no caso, o metal, “Leya cria um mecanismo que permite uma infinidade de novos arranjos para um conjunto de imagens que também pode ser aumentado”, conta Fernanda Pitta, que assina o texto crítico do catálogo. Pequenas variações no desenho da matriz metálica “compõem um universo extenso e, quem sabe, infinto”, diz. São imagens, palavras e sensações que se articulam e recombinam sem nunca se repetir e que “se diferenciam apenas pela quantidade que guardam de um de seus componentes”.
Por fim, “Campo Coletivo” reúne, sob curadoria de Fernanda Albuquerque e Gabriela Motta, cinco grupos de artistas de Belo Horizonte, Vitória, Porto Alegre, Salvador e São Paulo, representando uma das mais atuais correntes artísticas do Brasil. São eles, respectivamente: Poro, Cine Falcatrua, Laranjas, GIA e Espaço Coringa, e, juntos, transformam o espaço da mostra em uma “midiateca, um lugar de conversa e consulta que se organiza em quatro núcleos: materiais gráficos, projeções, ativações e biblioteca”, explicam as curadoras. A exposição é composta por cartazes, panfletos, adesivos, livros, catálogos e registros de ações e intervenções públicas dos artistas, propondo novas maneiras de fazer e discutir a arte. Devido à filosofia do copyleft adotada pelos grupos, todo o material exposto poderá não apenas ser visto como copiado pelo público. Ao longo do período de exibição serão realizadas as chamadas “ativações”, oficinas, debates, conversas e mostras de filmes com os artistas e convidados, discutindo o coletivismo e a arte como meio de atuação na esfera pública.
As exposições ficam abertas ao público até 1º de junho, de terça a sexta, das 12h às 21h, e sábados, domingos e feriados, das 10h às 18h, no Centro Universitário Maria Antonia (r. Maria Antonia, 294, Vila Buarque). Mais informações pelo tel. 3255-7182. Entrada franca.
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