Buena Vista Social Club
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(Melhor Filme) e Urso de Prata (Melhor Atriz para Fernanda Montenegro) no Festival de Berlim daquele ano, além de concorrer ao Oscar de 1999 – ao contar a história de uma mulher que escreve cartas para analfabetos na estação Central do Brasil.
No bloco internacional, estão filmes do israelense Amos Gitai, que ganhou grande repercussão nos principais festivais do mundo, e comparece na mostra com Kadosh – Laços Sagrados (1998), um panorama dos diversos conflitos de uma cultura, apresentando uma crítica profunda do papel central que a religião ocupa na sociedade israelense; o italiano Bernardo Bertolucci, comprovando sua versatilidade em Assédio (Itália/Inglaterra/França, 1999), em que usa ao mesmo tempo tomadas de câmera inovadoras e sua forte marca autoral, a partir da história de uma mulher dividida entre dois amores; e o polonês Krzysztof Kieslowski com A Liberdade é Azul (1993), primeiro filme da Trilogia das Cores e uma de suas mais importantes obras, em que utiliza as famosas metáforas tiradas de outros filmes, como a frondosa árvore e a mulher extremamente velha que não desiste de jogar o lixo na lixeira (o filme rendeu a atriz francesa Juliette Binoche o César e o Prêmio de Melhor Atriz no Festival de Veneza).
Para completar a seleção, Buena Vista Social Club (Alemanha/EUA, 1998), documentário em que Wim Wenders acompanha o músico Ry Cooder na gravação de um disco com alguns lendários nomes da música cubana, incluindo os bastidores, depoimentos dos músicos e trechos de apresentações do grupo realizadas em Amsterdã e Nova York; Segredos e Mentiras (Inglaterra), de Mike Leigh, premiado no Festival de Cannes e no Globo de Ouro e indicado ao Oscar de Melhor Filme, que conta com sensibilidade a história de uma família marcada por dramas e segredos; L. 627 (França, 1992), de Bertrand Tavernier, indicado ao César de 1993 como Melhor Filme, Melhor Diretor, Melhor Roteiro e Melhor Interpretação Revelação, sobre um detetive de segunda categoria na polícia judiciária, que integra um grupo para combater o tráfico de drogas; e A Falsa Servente (França, 1999), de Benoit Jacquot, uma mulher jovem e rica que, travestida de homem, acaba amiga do seu futuro marido.
Cenas de Assédio
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Já a diversidade sexual da época, em que pipocaram festivais como o Mix Brasil, aparece em Felizes Juntos (China, 1997), de Wong Kar-Wai, com tomadas sensuais, visual único e repleto de experimentação, para relatar a história de um casal homossexual de namorados em Buenos Aires, incluindo tangos de Piazzolla, canções de Caetano Veloso e instrumentais de Frank Kapp; e Minha Vida Cor de Rosa (França/Bélgica/Inglaterra, 1997), do francês Alain Berliner, que conta as desventuras de um garoto que imagina ter nascido no corpo errado.
Encerrando a mostra, serão exibidos cinco curtas-metragens brasileiros: Amar... (1997), de Carlos Gregório, comédia sobre um amor não correspondido; Banco de Sangue (1998), de Luiz Montes, que mostra a reação de um garoto diante da violência dos adultos; Velinhas (1998), de Gustavo Spolidoro, em que dois casais estão reunidos em um apartamento para assistir a uma partida de futebol, quando de repente a luz acaba; Almoço Executivo (1996), de Marina Person e Jorge Espírito Santo, sobre cinco amigos que se encontram para almoçar, mas que por algum motivo ninguém ficou para a sobremesa; e Novembrada (1998), de Eduardo Paredes, que se passa durante o último governo da ditadura militar no Brasil, mostrando como a repressão a um protesto pacífico de estudantes universitários se transforma em uma incontrolável revolta.
A mostra “Para Gostar de Cinema: Anos 90” vai até 30 de abril, com sessões às 16h e 19h, no Cinusp (r. do Anfiteatro, 181, favo 4 das Colméias, Cidade Universitária, tel. 3091-3540). Grátis. A programação completa está no site www.usp.br/cinusp.
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