Japão, Espanha e Itália na avenida Paulista

Última montagem de Luis Antônio Martinez Corrêa, Taniko – O Rito do Vale volta ao cartaz nesta terça e quarta, às 20h30, no Sesc Avenida Paulista. Peça de teatro nô escrita no século 15, tem elenco composto por atores e músicos e uma trilha sonora original: “É um nô-bossa nova”, diz a atriz Camila Mota. Drama musical composto por danças e máscaras, o nô tematiza um encontro entre um espírito perturbado (shite) e um sacerdote ou observador (waki). Os artistas, que geralmente representam estados da alma, distorcem a voz, conferindo-lhe uma entonação extraterrena e expressam suas emoções através dos movimentos. Como parte do evento Tokyogaqui, o espetáculo traz um coro de marinheiros que partem do Japão para encontrar trabalho no Brasil. Os ingressos custam R$ 20,00 e podem ser adquiridos na bilheteria do teatro. Ainda no Sesc, o ator João Paulo Lorenzon escreve e interpreta o monólogo Memória do Mundo, que estréia nesta quinta, às 19h30 e 21h, no Sesc Avenida Paulista. A peça reconstitui uma noite na vida do escritor espanhol Jorge Luis Borges através de uma conversa impossível com a falecida Beatriz, sua principal personagem feminina. Fala de sua admiração pelo pai, a cegueira progressiva, a literatura, o realismo fantástico, seu fascínio por espelhos, tigres e labirintos, assim como a obsessão pelo infinito. O autor reflete sobre a morte inexistente das coisas, a eternidade da amada Beatriz e todos os paraísos perdidos, além dos tempos vivido e ficcional. O espetáculo comporta apenas 25 pessoas por sessão, dispondo as cadeiras na forma de labirinto, além de criar um jogo de luzes e caixas de som que desorientam os sentidos dos espectadores. A temporada vai até 12 de junho, às quintas (apresentações às 19h30 e 21h, pelo valor de R$ 8,00). Finalmente, o Sesc apresenta o Projeto Itália em Pedaços, com curadoria de Alvise Camozzi, sempre às 20h. Nesta terça, Cássio Santiago dirige Gênova 1, de Fausto Paravidino. Depois da leitura, a professora da USP Cecília Casini debate sobre a peça. No dia 29, a jovem atriz Letizia Russo, destaque da programação, apresenta Tumbas de Cães, com direção de Camozzi, seguida de debate com a atriz. Os ingressos são gratuitos e devem ser retirados com uma hora de antecedência. No Sesc (av. Paulista, 119, tel. 3179-3700).

Últimas semanas de Experimentos

Em suas últimas semanas, a mostra de teatro Experimentos, do Teatro da USP (Tusp), traz uma programação diferenciada. Nesta quarta será apresentado o ensaio A Construção Dramatúrgica a partir de Materiais Híbridos: Victor, etc..., baseado em Victor ou As Crianças no Poder, de Roger Vitrac. Na quinta, a peça Fuga! mostra situações de espelhamento, provocações e compartilhamento de sensações. Na sexta será exibido o ensaio da pós-graduação Acasos, um solo inspirado no livro ET EU TU, de Arnaldo Antunes e Márcia Xavier, abordando a palavra e seu significado. Terminando esta semana, no sábado, domingo e na próxima segunda, será encenado o exercício cênico Manter em Local Seco e Arejado, em que o chão no qual nos apoiamos perde toda a sua solidez para a fluidez e inconstância da água. Na próxima quarta, dia 30, os professores da USP Franklin Leopoldo e Silva e José Sérgio Fonseca de Carvalho conduzem o diálogo Teatro, Pedagogia, Filosofia; e nos dias 1o, 2, 3 e 4 de maio a companhia Os Fofos Encenam abre sua pesquisa ao público a convite do Tusp. Através de workshops, palestras e encenações, a Cia. expõe seus estudos em quatro núcleos diferentes: Investigação e Sonoridades, Investigação de Práticas Corporais, Método Baseado no Trabalho de Interpretação do Ator de Circo-Teatro e Teatralidades Contemporâneas e Cultura Brasileira. Sempre às 20h, à exceção dos sábados, quando ocorre às 21h, no Centro Universitário Maria Antonia (r. Maria Antonia, 294, Consolação). Mais informações pelo tel. 3255-7182. Entrada franca.

Comédia e suspense no Sesc Consolação

O Sesc retoma na próxima segunda, dia 28, às 19h30, o segundo ano do ciclo “7 Leituras Dramáticas, 7 Encontros, 7 Autores e 7 Diretores”, em 2008 com o tema A Tradição da Comédia. A abertura fica a cargo de Um Deus Chamado Dinheiro, escrita por Aristófanes em 338 a.C. A comédia questiona a maneira como a riqueza é distribuída. Um ateniense íntegro, Crêmilo, revolta-se ao ver o dinheiro concentrado nas mãos dos corruptos e os honestos ficando cada vez mais pobres. A sátira defende valores democráticos tradicionais, virtudes cívicas e solidariedade social, criticando a pomposidade, a impostura, os desmandos e a corrupção da sociedade. Ainda no Sesc, o suspense Desconhecidos, inspirado em longas de Alfred Hitchcock, estréia no dia 7 de maio, às 21h. Com texto e encenação de Dionisio Neto e direção de Ivan Feijó, conta a história de um casal de atores recém-mudado para um pequeno apartamento que ensaia para um espetáculo que irá estrear em três dias. A revelação de uma gravidez desencadeia fortes desentendimentos, uma vez que ele é estéril. Ambos ainda interpretam uma peça dentro da peça, em que um serial killer violento, que mata mulheres de uniforme e lhes devora o coração, encontra uma aeromoça que acaba de ser despedida. Em cartaz até 27 de junho, de quarta a sexta, às 21h. Acontece na r. Doutor Vila Nova, 245, Vila Buarque. Mais informações pelo tel. 3234-3000. Os ingressos para o primeiro espetáculo custam R$ 10,00 e a entrada para o segundo é franca.

Cândida?

Estréia no próximo sábado, dia 3 de maio, às 21h, a peça Cândida, do dramaturgo irlandês Bernard Shaw. Traduzida e dirigida por Zé Henrique de Paula, fala sobre amor, casamento e a identidade do homem. Segundo o diretor, “Cândida se insere dentro de uma trajetória que busca refletir sobre o gênero masculino em suas etapas de vida”. Escrita em 1985, a obra ameaça colocar em cena um adultério praticado por Cândida, a devotada esposa do reverendo Morell, pastor anglicano de ideologia socialista e integralmente dedicado à sua causa político-religiosa. O espetáculo expõe temas como a natureza da fé religiosa, o embate socialismo X capitalismo, a decadência da nobreza e a Londres da era vitoriana. Cenários e figurinos são caracterizados pela sobriedade, com cores escuras, acentuando a sisudez do lar londrino da época. Fica em cartaz até 6 de julho, sábados, às 21h, e domingos, às 19h, no Teatro Augusta (r. Augusta, 943, Cerqueira César). Mais informações pelo tel. 3151-4141. As entradas custam R$ 30,00.

Separados pelo sexo

A série Homenagem aos Grandes Atores da Cena Nacional, do programa Dramaturgias do Centro Cultural Banco do Brasil (CCBB), traz nesta quarta, às 19h30, o ator de televisão e teatro Fúlvio Stefanini na leitura dramática de Até que o Sexo nos Separe. Escrita por Walcyr Carrasco, a peça aborda os conflitos de um típico casal de classe média em crise. O executivo Renato e a tradutora Lívia começam a perceber o desgaste de sua relação e brigam por todos os motivos: a filha maconheira, a pizza de aliche e, obviamente, o sexo. O relacionamento piora quando o marido diz que perdeu a atração pela esposa, levando-a a uma terapeuta sexual lésbica. A entrada é gratuita e os ingressos podem ser retirados a partir das 10h na bilheteria do CCBB, que fica na r. Álvares Penteado, 112, Centro. Mais informações pelo tel. 3113-3651.

O Luar que nos Abriga

A Casa de Cultura do Butantã oferece na próxima terça, às 20h, a primeira leitura dramática do 2o Ciclo de Leituras Públicas de Textos Teatrais. A peça de abertura é O Luar que nos Abriga, de Guilherme Bonfim, encenada em 1997 no Teatro Brasileiro de Comédia pelo Grupo A-L-E-R-T-A. Aborda temas como solidão, injustiça social, abandono e marginalização através do confronto entre o mendigo Viramundo e um vigia noturno. O texto será lido e semi-encenado pelos atores Eudes Carvalho e João Antunes. As leituras serão realizadas até dezembro, nas últimas terças do mês, sempre às 20h. A Casa de Cultura fica na r. Junta Misumoto, 13, Jardim Peri-Peri. Mais informações pelo tel. 3742-6218. Grátis.