O vestibular da Fuvest (Fundação Universitária para o Vestibular) de 2009 oferecerá 265 novas vagas em cursos de graduação da USP. O Conselho Universitário aprovou, na reunião da terça-feira da semana passada (dia 17), a criação do curso de Medicina Veterinária, com 60 vagas, na Faculdade de Zootecnia e Engenharia de Alimentos (FZEA),

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em Pirassununga, e o Bacharelado em Astronomia, com 15 vagas, no Instituto de Astronomia, Geofísica e Ciências Atmosféricas (IAG), em São Paulo. Em sessões anteriores, o Conselho já havia aprovado a criação de outros cursos, além da ampliação de vagas em carreiras existentes.

As outras novas opções oferecidas são: Engenharia de Biossistemas (com 60 vagas, também na FZEA, em Pirassununga),

Mesmo com os atrasos provocados pela manifestação em frente à Reitoria, Conselho Universitário se reuniu e aprovou novos cursos e vagas na Universidade

Educação Física (com 60 vagas, na Escola de Educação Física da USP de Ribeirão Preto) e Bacharelado em Estatística (com 40 vagas, em período noturno, no Instituto de Ciências Matemáticas e de Computação, da USP de São Carlos). A ampliação do número de vagas ocorrerá em Engenharia de Produção Mecânica, da Escola de Engenharia de São Carlos (de 30 para 50 vagas), e no Bacharelado em Estatística do Instituto de Matemática e Estatística, em São Paulo (de 30 para 40 vagas). Em contrapartida, o curso de Meteorologia, no IAG, passará a oferecer 30 vagas, ao invés de 40. Com essas medidas, cresce de 10.302 para 10.557 o número de vagas oferecidas pela Universidade.

Negociação – A reunião do Conselho Universitário ocorreu mesmo com o piquete organizado por um grupo de estudantes e funcionários na frente do prédio da Reitoria da USP. Prevista para ter início às 10 horas, a sessão só pôde ser realizada à tarde porque a entrada dos membros do órgão foi impedida pelos manifestantes. Uma moção assinada por 67 integrantes do Conselho Universitário qualificou a ação dos componentes do ato como “piquete agressivo e intimidatório”, afirma que “o órgão máximo da Universidade de São Paulo foi ultrajado e agredido” naquela manhã e convoca a sociedade paulista a “defender sua Universidade, de forma que o estado de direito seja preservado, no interesse maior da população” (leia abaixo a íntegra da moção).

Em função do piquete, a Reitoria impetrou ação judicial de interdito proibitório com pedido de liminar. A ação foi deferida pela 4ª Vara da Fazenda Pública de São Paulo, que reconheceu estarem figurados no piquete e na obstrução do prédio o “esbulho e a turbação da posse”. A Justiça determinou que os responsáveis pela manifestação liberassem os acessos. Caso a medida não fosse acatada, os alunos e funcionários que compunham o piquete estariam sujeitos a multa diária de R$ 5 mil. Por volta das 15 horas, as entradas do prédio foram desobstruídas, e as atividades da administração central puderam ser retomadas, inclusive com a realização da reunião do Conselho Universitário em sua sala, no térreo da Reitoria. Por conta do atraso no início da sessão, outros itens que constavam da pauta não foram debatidos.


Piquete de estudantes e funcionários atrasou o início da reunião do Conselho Universitário: moção assinada por 67 docentes repudiou o ato

Membros da diretoria do Sindicato dos Trabalhadores da USP (Sintusp) afirmaram que a manifestação visava a reforçar as reivindicações da pauta específica encaminhada pelo sindicato. As reuniões de negociação entre a diretoria do Sintusp e a Reitoria têm sido realizadas regularmente. A última ocorreu no dia 12 de junho.

No âmbito da negociação unificada das três universidades estaduais, os sindicatos têm reivindicado a incorporação da parcela fixa de R$ 200,00 aos salários. O presidente do Conselho dos Reitores das Universidades Estaduais Paulistas (Cruesp), Marcos Macari, reitor da Unesp, informou aos representantes do Fórum das Seis – que integra os sindicatos de docentes e servidores da USP, Unesp, Unicamp e Centro Paula Souza –, na reunião de negociação do dia 29 de maio, que a parcela não será incorporada e que não haverá mais discussão sobre a questão salarial neste ano. O Cruesp concedeu reajuste de 6,51% sobre os vencimentos de maio de 2008. Até o fechamento desta edição, ainda não havia data marcada para nova reunião entre as duas partes, que devem discutir temas como políticas de apoio à permanência estudantil.

 

Moção condena obstrução de prédio

Leia a seguir a íntegra da moção assinada por 67 membros do Conselho Universitário da USP no dia 17 de junho em repúdio ao piquete realizado na frente do prédio da Reitoria:

“Os membros do Conselho Universitário abaixo assinados, impedidos de realizar sua Reunião Ordinária, convocada para as 10 horas do dia 17 de junho, pelo piquete agressivo e intimidatório realizado por um grupo de estudantes e servidores técnico-administrativos, reuniram-se assim que possível na sala de reuniões da Fuvest, sob a liderança da Magnífica Reitora, e manifestam-se nos seguintes termos:

- O órgão máximo da Universidade de São Paulo foi ultrajado e agredido nesta manhã de 17 de junho.

- Membros do Conselho Universitário foram agredidos na sua tentativa pacífica de adentrar o prédio da Reitoria, para deliberar, entre outros temas em pauta, sobre a criação de novos cursos e a abertura de vagas para a população brasileira.

- O Conselho Universitário foi submetido a agressões verbais e físicas, em clara posição antidemocrática e intimidatória.

- Essa atitude irresponsável e inaceitável, organizada por grupo reduzido de militantes sem causa acadêmica clara, tem se repetido diversas vezes nos anos recentes, representando ataque altamente destrutivo a este que é um dos patrimônios maiores do povo paulista, a Universidade de São Paulo.

- Convocamos toda a comunidade universitária a, juntamente com o Conselho Universitário, repudiar essa ação, através de seus órgãos acadêmicos instituídos e manifestações da absoluta maioria de seus professores, alunos e servidores técnico-administrativos, dedicada ao desenvolvimento do ensino, da pesquisa e da extensão universitários, em defesa da Universidade e de seus órgãos deliberativos superiores.

- Convocamos também a sociedade paulista para, através de seus órgãos constituídos, defender sua Universidade, de forma que o estado de direito seja preservado, no interesse maior da população.

- A Universidade vai prosseguir em sua missão constitucional de buscar todos os instrumentos jurídicos e legais, internos e externos, para responsabilizar civil e criminalmente os agressores da Universidade e de seu patrimônio físico e acadêmico.

- A Universidade de São Paulo vai prosseguir no processo em curso, liderado pela Reitoria, de promover as transformações modernizadoras que visam ao desenvolvimento da USP como instituição maior de ensino e pesquisa no cenário científico nacional, regional e internacional.”

 
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