Atenção, comunidade USP – alunos, professores, funcionários: quem tiver uma boa idéia na cabeça, um projeto com potencial de transferência para a sociedade e para a criação de empregos, inscreva-se até 5 de setembro na 1ª Olimpíada USP de Inovação, candidatando-se a uma parcela dos prêmios de R$ 56 mil destinados às propostas

mais interessantes – R$ 5 mil para o primeiro colocado, R$ 2 mil para o segundo e R$ 1 mil para o terceiro, em cada uma das sete áreas possíveis. A apresentação oficial da olimpíada Da Idéia ao Produto, da Academia para o Mercado, foi feita no dia 18, na Sala do Conselho Universitário da USP.

De acordo com o diretor da Agência USP de Inovação, professor Oswaldo Massambani, a Universidade de São Paulo tem 80 mil alunos, 5.500 professores e 15 mil funcionários e produz 23 mil papers, que são publicados nas melhores revistas nacionais e internacionais, “o que demonstra o nível de qualidade da ciência aqui produzida”. Agora, acrescentou, “precisamos identificar os projetos que podem ajudar a sociedade brasileira a criar empregos e renda. A ciência tem muito conhecimento para permitir a criação de produtos e processos que podem ser

desenvolvidos em empresas fora da Universidade”.

Com a olimpíada, pretende-se mapear os projetos existentes em todos os níveis, desde a iniciação científica até mestrado, doutorado e pós-doutorado. O diretor da Agência USP de Inovação disse que haverá um grande movimento em cada unidade, envolvendo inclusive os diretores e presidentes de comissões. “Ao mapear, vamos separá-los por setores produtivos da sociedade, da indústria, e assim ter oportunidade de mostrar a pesquisa que a Universidade faz. Os melhores projetos serão selecionados por júri composto de gente qualificada do mercado. Vamos também capacitar esses alunos a fazer com os projetos um trabalho específico, de visibilidade, mostrando o que determinada ciência tem de útil para a sociedade.” Na prática, significa ampliar a cultura da inovação e do empreendedorismo numa Universidade que cada vez mais se destaca no cenário internacional.

Crédito foto: Francisco Emolo
O apresentação da Olimpíada de Inovação: estímulo ao empreendedorismo

Se toda a comunidade USP pode concorrer, é também certo que pode apresentar projetos em todas as áreas do conhecimento, como saúde, agronegócio, tecnologias industriais, tecnologia de informação e comunicação, tecnologias de equipamentos domésticos, eletrônica ou bens de capital. Segundo Massambani, haverá sete competições correndo em paralelo. O aluno será estimulado a se inscrever numa delas e terá ajuda na hora de propor o projeto, a fim de que explique claramente a sua idéia e como ela pode resolver algum problema concreto da sociedade. A primeira coisa a fazer, segundo o diretor, é ler atentamente o regulamento disponível no endereço eletrônico da agência.

Massambani disse que a Universidade não quer envolver recursos públicos na olimpíada de inovação tecnológica. Eles virão da iniciativa privada nacional. Os maiores interessados nessas tecnologias são empresários ligados à Fiesp (Federação das Indústrias do Estado de São Paulo).

Interessantíssima – Para o professor Sylvio Rosa, presidente do ParqTec, de São Carlos, que fez uma exposição na apresentação da 1a Olimpíada USP de Inovação, descobrir e selecionar talentos, assim como transferir tecnologias para o mercado, é uma idéia interessantíssima e deu excelentes resultados em São Carlos, um centro de alta tecnologia que tem a presença da USP, da Federal e da Embrapa. Na USP local foi implantada há 23 anos a primeira incubadora de empresas da América Latina. Uma iniciativa do Instituto de Física, do qual Sylvio Rosa faz parte (agora, aposentado). Segundo ele, a incubadora já graduou mais de 90 empresas em base tecnológica, muitas das quais têm no comando ex-alunos da USP. No município existem mais de 150 empresas funcionando. “Trata-se de um caso bem-sucedido de como a Universidade pode desenvolver uma região”, disse Rosa, ressaltando que teve toda sua carreira acadêmica ligada apenas à Universidade de São Paulo: “Chegou a hora de retribuir”.

Crédito foto: Francisco Emolo
Massambani: “precisamos ajudar a sociedade a criar empregos e renda”

Também o presidente da Academia de Ciências do Estado de São Paulo, Paulo Abrahamsohn, considera importante estimular projetos de inovação tecnológica. Entende que os alunos brasileiros possuem excelentes idéias, mas falta-lhes incentivo para colocá-las em prática. “Temos complexo de inferioridade. A inteligência precisa aparecer”, afirmou, ressaltando que educação é o fator principal do desenvolvimento, levado em alta conta, por exemplo, pelo governo da Coréia, um dos “tigres asiáticos” em franco desenvolvimento.

 
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