Goldemberg
fala no colóquio
realizado na FEA: “Os países em
desenvolvimento
têm a
vantagem dos
retardatários,
que é se
beneficiar
das experiências
dos outros que
já passaram
pelas mesmas
etapas”
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Universidade, conquistada em 1988”, disse o professor ao Jornal da USP. Sua maior colaboração para o país, declarou, “foram as discussões que a Universidade realizou sobre os rumos da política energética e da política ambiental”.
Cientista reconhecido mundialmente, político dinâmico, um dos principais articuladores da Rio-92 e liderança importante nas propostas da Cúpula de Joanesburgo, Goldemberg vê com ceticismo o futuro no que se refere às mudanças de comportamento para a adoção de medidas capazes de diminuir os impactos do aquecimento global. “A Convenção do Clima, em 1992, e o Protocolo de Kyoto, em 1997, só foram estabelecidos após um enorme esforço. Kyoto foi o máximo que se conseguiu para evitar as mudanças do clima. Mas não foi um grande sucesso, tanto que agora existe uma discussão no mundo para, até 2009, se preparar um novo protocolo, mais eficaz. Isso mostra que até agora não conseguimos progresso suficiente. No novo documento seriam implantadas medidas mais restritivas para os maiores poluidores e outras a serem adotadas também pelos países em crescimento”, disse ao Jornal da USP.
O mais recente reconhecimento recebido por Goldemberg por seus feitos na área ambiental foi o Prêmio Planeta Azul, concedido pela Asahi Glass Foundation, do Japão. No valor de R$ 800 mil, a honraria é comparada a “um Nobel da área da conservação”. Já foi concedida a uma série de renomados cientistas, entre eles a ex-premiê da Noruega Gro Brudtland, líder da comissão que elaborou o conceito de desenvolvimento sustentável. Segundo a fundação japonesa, entre os méritos de Goldemberg – o primeiro latino-americano a ganhar o prêmio – estão suas “contribuições para a mudança da maneira como o Brasil e o mundo enxergam a questão energética, nas décadas de 1970 e 1980”.
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