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Bossa na Oca, uma homenagem à música brasileira

Crédito foto: divulgação

A Oca é sede da maior exposição já realizada no Brasil em homenagem à bossa nova. “Bossa na Oca” ocupa todos os andares do edifício projetado por Oscar Niemeyer e promove uma viagem pela história desse gênero musical. Segundo Marcello Dantas, diretor da mostra juntamente a Carlos Nader, “a exposição celebra um movimento cultural que criou um ritmo e uma idéia. O ritmo lida com as raízes sonoras mais profundas do país e as transforma numa música moderna, rica, sofisticada e feliz, que alcançou sucesso sem precedentes na história da música brasileira”.

O público já entra em contato com o ambiente no lado de fora da Oca, onde há um corredor de luz e som reproduzindo clássicos imortalizados por cantores do rádio de antes da bossa nova. No térreo, uma linha do tempo insere o movimento na história através de duas vertentes: a música e a história geral, revelando as origens, os antecedentes e as conseqüências de um estilo que rompeu com o passado. Seis janelas do local são ocupadas por jukeboxes, onde o público tem acesso a 94 gravações de bossa, incluindo várias versões da mesma canção.

O 1º andar é dedicado a dois pilares do gênero: Tom Jobim e Vinicius de Moraes, além da Turma da Bossa, formada por Carlos Lyra e Nara Leão, entre outros. No espaço de Tom Jobim há 40 banquinhos de piano onde o público pode assistir ao filme inédito Vou te Contar, e na área de Vinicius 30 poltronas estão dispostas para que a platéia assista ao também inédito Vinicius de Moraes. A decoração do espaço da turma é inspirada no apartamento de Nara Leão, com pufes e almofadas, onde é exibido o filme 7 X Bossa Nova. Há ainda uma câmera sem eco, na qual o visitante pode ouvir as batidas do próprio coração e o estalar das juntas, dando uma dimensão singular do ouvido de quem criou a bossa.

O 2º andar possui um sofá semicircular de 36m, onde o público pode se deitar e contemplar uma projeção do mar enquanto escuta alguns dos principais clássicos da bossa nova, tocados em uma vitrola com o som original do vinil. O subsolo consagra dez momentos relevantes da história do gênero através da exibição de documentários de Haná Vaisman e Raquel Couto, como Duplamente Musical: a Sinergia de Newton Mendonça e Tom Jobim, A Bossa Nova Pega o Avião: o Concerto no Carnegie Hall, O Sapo que Virou Rã – Corongondó, Quringuidim e um Genial João Donato e Um Rapaz de Bem – João Alfredo, Johnny Alf e um Piano na Noite da Bossa Nova.

O subsolo abriga ainda o Beco das Garrafas, que sedia um encontro virtual entre Tom Jobim, Vinicius de Moraes, Ella Fitzgeral, Sarah Vaughan, Frank Sinatra e Stan Getz, que ganham reprodução holográfica e ocupam um lugar ao piano, microfone ou sentados em banquinhos. Uma projeção da praia de Copacabana, um dos lugares inspiradores de diversos músicos, está reproduzida no local, com uma faixa de areia de 570m² e um calçadão com pedra portuguesa.
Para encerrar o passeio, o público pode ver o documentário Clarão, de Carlos Nader, uma reflexão sobre o impacto da bossa nova na música e para além dela. O filme traz depoimentos inéditos e de arquivo de nomes como Caetano Veloso, Chico Buarque, Gilberto Gil, Nelson Motta, Tom Jobim, Vinicius de Moraes e Zuza Homem de Mello, entre outros.

A mostra fica em cartaz até 7 de setembro, de terça a domingo, das 10h às 21h, na Oca, que fica no Parque do Ibirapuera (av. Pedro Alvares Cabral, s/no, Portão 3). Informações pelo tel. 4003-2050. Os ingressos custam R$ 20,00, com meia-entrada. 

 

Pod Minoga Studio

O Sesc Pompéia resgata a história de um dos mais importantes grupos de teatro e de artes plásticas de São Paulo, o Pod Minoga Studio. A mostra “Pod Minoga Studio – A Arte de Brincar no Palco Sem Pedir Licença” presta homenagem ao grupo, que deixou sua marca na trajetória do teatro brasileiro na década de 70. A mostra está dividida em Linha do Tempo/Relicário, que traz os acontecimentos marcantes do período de atuação da trupe; Alma – A Visualidade, que funciona como síntese da linguagem teatral e plástica do Pod Minoga, com ampla documentação visual e reprodução de trilha sonora; Muro/Visibilidade, que apresenta a repercussão da trajetória do grupo por meio de material de imprensa; e Fragmentos da Memória/A Experiência Sensorial, que traz imagens do espetáculo num ambiente negro e silencioso. Em cartaz até 3 de agosto, terças e sábados, das 10h às 20h, domingos e feriados, das 10h às 19h, no Sesc (r. Clélia, 93). Informações pelo tel. 3871-7700. Grátis.

 

Duchamp vai ao MAM


Réplica de O Grande Vidro, obra inédita no Brasil, um dos marcos da carreira do artista

O Museu de Arte Moderna de São Paulo (MAM) apresenta a mostra “Marcel Duchamp: uma Obra que Não é Obra ‘de Arte’”. Trata-se da maior exposição individual do artista franco-americano já realizada na América do Sul. A exibição celebra os 60 anos do MAM e propõe uma reflexão sobre a revolução artística promovida por um dos mais controvertidos artistas de seu tempo, precursor de diversos movimentos e procedimentos que seriam assimilados ao longo do século 20. Duchamp usou sua obra para negar a idéia de que a industrialização e a tecnologia levariam a humanidade à evolução e ao desenvolvimento. Entre as cerca de 120 peças em exposição, figuram marcos de sua carreira, como O Grande Vidro, inédita no Brasil. Esse franco-americano questiona a sacralização da obra de arte e sua aceitação pelo público como algo inquestionável e sublime. A todo tempo, restabelece no espectador a autonomia do olhar, da fruição e do raciocínio diante da obra. Em cartaz até 21 de setembro, de terça a domingo e feriados, das 10h às 18h, no MAM, que fica no Parque do Ibirapuera (av. Pedro Álvares Cabral, s/no, portão 3). Informações pelo tel. 5085-1300. Ingressos: R$ 5,00.

 

Emoção Art.ficial

A imprevisibilidade dos resultados é tema da mostra “Emoção Art.ficial 4.0 – Emergência!”, em cartaz até 14 de setembro no Itaú Cultural. A exposição reúne 16 obras “que mostram que mesmo no mundo dos softwares e dos componentes eletrônicos há a presença do inesperado”, diz um dos organizadores, Marcos Cuzziol. Estão expostos trabalhos como Robotic Action Painter, um robô que pinta quadros no estilo gestual; robôs que lêem as expressões faciais dos visitantes e respondem com emissão de cores; Canções Submersas, carpas que se transformam em “peixes-DJ”; The Bacterial Orchestra, células virtuais que reinventam sons e compõem sinfonias; Tumbling Dream Chambers, seres de vida artificial que se reproduzem, evoluem e morrem; e Mikado_Xplosion, em formato de árvore e com 1,5 milhão de linhas coloridas, que remetem ao jogo infantil das varetas chinesas. De terça a sexta, das 10h às 21h, sábados, domingos e feriados, das 10h às 19h, na av. Paulista, 149. Informações pelo tel. 2168-1776. Grátis.

 
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