A pontuação do bônus será proporcional ao resultado obtido na prova e, portanto, um número insuficiente de acertos não resultará em bonificação (confira abaixo a forma de cálculo do bônus). Os pontos incorporados terão validade de até dois anos e, se o candidato não passar no vestibular de 2009, poderá empregá-los em 2010.
Benefício – O bônus do Pasusp é um benefício adicional ao bônus universal e ao bônus do Exame Nacional do Ensino Médio (Enem). Isso porque o bônus universal de 3% já vem sendo concedido desde 2006 a todos os candidatos da Fuvest que realizaram seus estudos integralmente em escola pública. Além disso, é possível obter um acréscimo de até 6% à nota do vestibular, de acordo com o desempenho no Enem. Com isso, o estudante de escola pública do estado de São Paulo pode obter um acréscimo de até 12% em sua pontuação da 1ª e 2ª fases no vestibular. Já o estudante de escola pública do Brasil pode alcançar até 9% de bonificação.
“O bônus adicional será dado para o aluno que demonstrar potencial e competência e essa característica mantém o critério de mérito acadêmico como requisito para o ingresso. A idéia é potencializar o acesso e ao mesmo tempo mostrar que a USP não é inatingível”, diz o assessor da Pró-Reitoria de Graduação da USP para o Pasusp e coordenador do Grupo de Trabalho Vestibular, professor Mauro Bertotti, do Instituto de Química da USP.
Segundo o professor, o objetivo principal do programa é aproximar a Universidade das escolas públicas de ensino médio de São Paulo. “Essa interação é fundamental para mostrar a alunos e professores o que é a USP e os ganhos que as pessoas podem ter estudando aqui”, afirma.
Estudantes da rede pública de ensino médio: bônus para alunos competentes
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A professora Maria Amélia de Campos Oliveira, assessora da Pró-Reitoria de Graduação, afirma que o Pasusp tem ainda a missão de ser um projeto articulado à política institucional de apoio à formação e permanência do aluno na Universidade. Essa política de permanência e formação, a cargo da Coordenadoria de Assistência Social (Coseas) e uma das ações do Inclusp, visa a identificar o perfil de potencialidades e carências do aluno, a fim de aportar recursos e benefícios que permitam seu melhor desempenho. “As bonificações no vestibular acabam ganhando mais visibilidade em toda a sociedade, mas é bom lembrar que a política institucional de inclusão tem um espectro mais amplo e se constitui de uma série de medidas. O Pasusp é apenas uma delas”, afirma Maria Amélia.
A professora ressalta que o programa em implantação estará sob avaliação permanente para assegurar seus objetivos. Além disso, outros instrumentos deverão ser criados no sentido de ampliar progressivamente o acesso e garantir maior aproximação com as escolas públicas.
Prova – A prova será aplicada pela Fuvest no dia 19 de outubro em escolas públicas do interior e da capital. “Foram abertos muitos locais de provas justamente para garantir que o maior número de estudantes tenha a oportunidade de participar”, diz Bertotti.
Com duração de quatro horas, constará de 50 questões objetivas, de múltipla escolha, sobre conteúdos estudados no ensino médio. Conforme o desempenho na prova, a nota no vestibular 2009 poderá ser multiplicada por um fator que varia de 1,00 a 1,03, o que representa um bônus de até 3% sobre a pontuação da 1a e 2a fases do vestibular. A divulgação dos locais de exame será feita através do site da Fuvest, no início de outubro. Os detalhes sobre o Pasusp estão na página do programa: www.usp.br/inclusp/pasusp.
Os cálculos do bônus
A equação para o cálculo do bônus é a seguinte: bônus (%) = 3 (NP – 12)/38, onde: NP é o número de pontos na prova do Pasusp, 12 corresponde à probabilidade de acertos aleatórios e 38 resulta da subtração de 12 do total de 50 questões. Assim, por exemplo, um aluno que acertar as 50 questões da prova terá NP = 50; 50 – 12 = 38 e, por sua vez, 38/38 = 1 que, multiplicado por três, representa o bônus máximo de 3%. Para acertos abaixo de 50 será adotada a mesma lógica e o bônus será proporcional ao resultado obtido. Um número de acertos igual ou abaixo de 12 não resultará em bonificação.
Inclusp foi criado em 2006
Aprovado pelo Conselho Universitário em 23 de maio de 2006, o Programa de Inclusão Social da USP (Inclusp) nasceu com a ambição de contribuir com a meta nacional de superar as desigualdades sociais no âmbito que cabe à Universidade, ou seja, a partir da educação superior.
No estado de São Paulo, 85% dos estudantes de ensino médio estão matriculados em escolas públicas. Mas apenas 25% dos ingressantes da USP nos últimos anos estudaram nessas escolas. Com as bonificações criadas desde 2006, vem ocorrendo um aumento gradual naqueles números. Em 2006 e 2007, entre 26% e 27% dos ingressantes da USP vieram de escolas públicas, segundo o professor Bertotti.
A estratégia institucional para implementar a política de inclusão social na USP definiu como objetivos: ampliar as probabilidades de acesso dos estudantes egressos da escola pública; atuar positivamente na superação das barreiras educacionais que dificultam esse acesso; apoiar as escolas públicas, seus professores e alunos, mediante ações especializadas; e incentivar a participação dos egressos da escola pública no processo seletivo de ingresso na Universidade, por meio de medidas de apoio didático-pedagógico e de divulgação.
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