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Um pouco do humor latino


Seis peças de autores latino-americanos compõem um painel humorístico

Com trechos de peças de autores da Argentina, Chile, Equador, México, Peru e Venezuela, o espetáculo Ridícula Concórdia cria um painel do humor latino-americano. Trata-se de uma livre adaptação de textos como O Avental Branco, de Sergio Vodanovic; Estrelas de Orinoco, de Emilio Carballido; e Divorciadas, Evangélicas e Vegetarianas, de Gustavo Ott. As histórias, mesmo as mais sérias, são sempre tratadas na base da comicidade e do escárnio. “Todo tipo de preconceito, social, racial ou religioso, é momentaneamente diluído por ação do riso debochado. Até a face assustadora da morte, quando parodiada, troca o seu rígido semblante por um sorriso complacente”, afirma o diretor Hugo Villavicenzio, da Conexión Latina de Teatro. Em cartaz até 19 de setembro, sextas, às 21h30, no Teatro Coletivo Fábrica (r. da Consolação, 1.623, tel. 3255-5922). Os ingressos custam R$ 20,00.

 

Irmãos em conflito

Estréia nesta quinta, às 20h, a peça Dois Irmãos, a primeira adaptação teatral de um romance do escritor Milton Hatoum, com direção de Roberto Lage. O espetáculo narra a história dos gêmeos Yaqub e Omar, passada em Manaus. Num gesto movido por um ciúme quase infantil, Omar rasga o rosto de seu irmão com uma garrafa. Após a briga, o pai leva Yaqub para um exílio forçado no Líbano, retornando em meados dos anos 40. Ele se muda para São Paulo, se forma engenheiro e se casa, ao passo que Omar passa os anos em meio a festas, bebedeiras e mulheres. Quem conta a história é Nael, filho de Domingas, que viveu um relacionamento com Yaqub e foi violentada por Omar. Juntando as peças desse mosaico, Nael tenta descobrir sua identidade dentre os homens da casa. Até 5 de outubro, de quinta a sábado, às 19h30, e domingos, às 18h, no Centro Cultural Banco do Brasil (r. Álvares Penteado, 112, Centro, tel. 3113-3651). Os ingressos custam R$ 15,00.

 

Especial Cia. do Latão


A companhia comemora lançamento de livro e apresenta duas peças festejadas

A aclamada Companhia do Latão apresenta duas peças no Sesc Pompéia. A Comédia do Trabalho já foi encenada em sindicatos e movimentos populares e é o espetáculo de maior sucesso do grupo. Fala sobre a revolta da cidade de Tropelia, dominada por políticos corruptos e uma elite gananciosa, sujeitando o povo a todo tipo de abuso (quarta e quinta, às 21h30). Já O Círculo de Giz Caucasiano, escrita por Bertolt Brecht entre 1944 e 1945, durante seu exílio nos Estados Unidos, trata-se de uma encenação em tom de fábula. Narra as histórias da empregada da corte Grusha, que cuida de uma criança abandonada; e do juiz beberrão Azdak, em patética desconformidade com a lei. Tendo como fundo um mundo rural e arcaico, a peça discute o direito à terra (sexta e sábado, às 21h30, e domingo, às 18h30). Na terça haverá lançamento do livro Companhia do Latão: 7 Peças (CosacNaify, 416 págs., R$ 45,00) e abertura da exposição fotográfica com imagens dos espetáculos feitas por João Caldas, Lenise Pinheiros e Nélson Kon, entre outros. O Sesc Pompéia fica na r. Clélia, 93. Informações: 3871-7700. Os ingressos para as peças custam R$ 16,00.

 

O Chalaça

A Cia. Les Commediens Tropicales reapresenta o espetáculo Chalaça a Peça, inspirado no romance O Chalaça, de José Roberto Torero. Narra a história de Francisco Gomes da Silva, braço direito de d. Pedro I, contada a partir de fragmentos de quase 30 personagens históricas, como a imperatriz Leopoldina e Augusto May. Segundo Torero, o personagem principal “atuava como uma sombra, escondido num canto, porém influenciando várias decisões políticas relevantes”. Os sete atores da companhia recriam um momento importante da história do Brasil, desmistificando heróis nacionais e criticando a formação e tradição política no país. Carlos Canhameiro, que adaptou a obra, afirma: “D. Pedro I, na verdade, não é o herói apresentado nas escolas. É um homem libertino, promíscuo e violento, que preferia viver cercado de amigos vindos da estrebaria e ter um comportamento leviano, deixando de assumir sua responsabilidade histórica e social”. Até 7 de setembro, sextas e sábados, às 21h, e domingos, às 19h, no Teatro Sergio Cardoso (r. Rui Barbosa, 153, tel. 3288-0136). Os ingressos custam R$ 20,00.

 

Os assassinos de Inês


Tortura e morte são tratados com poesia na remontagem

Violência e poesia convivem harmoniosamente na peça Os Assassinos de Inês de Castro, uma remontagem com texto e direção de Rui Xavier. Inspirado em Os Lusíadas, de Camões, o espetáculo mostra a tortura e morte dos assassinos da amante do então príncipe de Portugal, Pedro I. No Paço de Santa Clara, três homens degolaram Inês, aproveitando a ausência de Pedro I, que estava em expedição de caça. Quando subiu ao trono, seu primeiro gesto foi caçar os assassinos da amante, tendo sucesso na captura de dois, que foram encerrados numa masmorra e torturados barbaramente.Projeções de vídeo deixam as cenas mais lúdicas e poéticas, propondo uma reflexão sobre diversos tipos de violência. A peça teve sua primeira montagem em 2005, com sucesso de crítica e público. Estréia neste sábado com temporada até 25 de outubro, sábados, à meia-noite, no Teatro X, que fica na r. Rui Barbosa, 399, Bela Vista. Informações pelo tel. 3283-2780. Os ingressos custam R$ 20,00.

 

A divina Duse

Jandira Martini interpreta a famosa atriz italiana Eleonora Duse na peça O Eclipse, dirigida por Jô Soares. Na São Paulo do início do século 20, Eleonora se encontra com o exibidor de cinematógrafos, o jovem Francisco Serrador. No episódio fictício, a artista trava uma discussão com Pietro, o pastaio do hotel, sobre os limites que separam arte e divertimento. Eleonora representa um tipo de teatro para elite feito por grandes divas; Serrador, a promissora arte cinematográfica como entretenimento de massas; e Pietro, a São Paulo provinciana que está se transformando em metrópole. Jandira conta que “no momento atual, em que se cultua a celebridade, em que a fama é mais importante que o trabalho e que o próprio talento... nos parece oportuno lembrar essa mulher que sonhou um teatro ideal, que via no ofício de ator quase um sacerdócio e que acreditava que no ‘teatro está a salvação do espírito e da dignidade humana’”. Até 26 de outubro, sextas, às 21h30, sábados, às 21h, e domingos, às 19h, no Teatro Jaraguá (r. Martins Fontes, 71, Centro, tel. 3255-4380). Ingressos: R$ 60,00.

 
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