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Alain Resnais


Hiroshima Meu Amor, primeiro longa de Resnais, exibido em nova cópia

A partir de quarta será apresentada a mostra “Alain Resnais: A Revolução Discreta da Memória”, trazendo pela primeira vez ao Brasil a retrospectiva integral da obra do cineasta francês em comemoração dos seus 60 anos de carreira. Com curadoria de Christian Borges, Gabriela Campos e Inês Aisengart, reúne 17 longas-metragens e sete curtas, além de dois documentários sobre o cineasta. Rodado no mesmo ano de Acossado, o primeiro longa de Resnais, Hiroshima meu Amor (1959), com roteiro da escritora Marguerite Duras, teve grande repercussão de público e crítica ao contar a história de amor entre um japonês e uma atriz francesa. Dois anos depois, realiza o filme que é considerado por muitos críticos sua obra-prima, O Ano Passado em Marienbad (1961), vencedor do Leão de Ouro no Festival de Veneza, em que retoma os mesmos temas na história de um homem que tenta fazer uma mulher lembrar que foram amantes há um ano. Também integra a programação, o último Medos Privados em Lugares Públicos (2006), melhor direção no Festival de Veneza, que se passa em Paris, retratando a história de três homens e três mulheres que não se conhecem e vivem no mesmo bairro, com destinos que ora se cruzam, ora se afastam. Além da exibição dos filmes, será lançado catálogo, em um registro histórico, com tradução de uma entrevista do diretor à revista Cahiers du Cinema, em 2006, e ensaios inéditos dos críticos e pesquisadores franceses Jean-Louis Leutrat e Suzanne Laindrat-Guingues. Ainda acontecem o debate com especialistas na obra de Resnais, como Ismail Xavier e André Parente (dia 9 de setembro, às 19h), e o curso “Espaço e o Imaginário: o Cinema de Alain Resnais”, ministrado por Cristian Borges (de 6 a 20 de setembro, aos sábados, das 10h às 13h); com entrada franca. A mostra vai até 21 de setembro, no Centro Cultural Banco do Brasil (r. Álvares Penteado, 112, Centro, tel. 3113-3651). Ingressos: R$ 4,00 e R$ 2,00. Programação completa em www.bb.com.br/cultura

 

Documentários espanhóis

São sete documentários inéditos em circuito comercial e até mesmo em mostras e festivais brasileiros, pertencentes ao acervo da Filmoteca da Agência Espanhola de Cooperação Internacional para o Desenvolvimento (Aecid). De produção recente, a maioria trata de problemas urgentes da Espanha, como a imigração, o racismo, conflitos étnicos, nacionalismo, entre outros. Entre os destaques, En Construcción (2001), de José Luis Guerín, vencedor de quatro prêmios no Festival de San Sebastián e ganhador do Prêmio Goya de melhor documentário, capta as transformações de um bairro popular de Barcelona, ameaçado por um projeto de reforma que vai alterar profundamente a paisagem urbana e a vida dos moradores; e Pelota Basca – Pele Contra Pedra (2003), de Julio Medem (conhecido dos cinéfilos brasileiros por longas como Os Amantes do Círculo Polar e Caótica Ana), indicado ao Prêmio Goya de 2004, que busca compreender os múltiplos aspectos do conflito basco, que tem como braço armado o ETA, a partir de entrevistas com políticos, sociólogos, jornalistas, ex-presidentes espanhóis, vítimas do terrorismo e ex-integrantes do ETA. A mostra acontece de quarta a domingo, na Cinemateca (Largo Senador Raul Cardoso, 207, Vila Mariana). Mais informações pelo tel. 3512-6111, ramal 215. Ingressos: R$ 8,00 e R$ 4,00. A Cinemateca também sedia de terça a sexta o evento Rasgos Árabes (Cara de Árabe), que conta com ciclo de filmes, seminários, intervenções artísticas (Lúcia Koch e Coletivo 3 de Fevereiro) e concertos (com Anna Maria Kieffer e o pop eletrônico de Kamal Kasim), com o objetivo de apresentar os indicadores que cultural, social e politicamente vinculam a América Latina com o imaginário que entendemos por mundo árabe.

 

Aborto em Cena


Pré-estréia de O Aborto dos Outros, seguido de debate com a diretora

Esse é o título da mostra que o Cinusp exibe nesta semana, incluindo a pré-estréia na quinta, às 19h, do filme brasileiro O Aborto dos Outros (2007), de Carla Gallo, que mostra situações de abortos realizados em hospitais públicos, previstos em lei ou autorizados judicialmente, e de abortos clandestinos, e os efeitos da criminalização para as mulheres, apontando para a necessidade de revisão da lei brasileira. São várias histórias: de uma menina de 13 anos, vítima de um estupro, que aguarda no hospital os procedimentos para um aborto legal já autorizado; de uma mulher casada, grávida de seis meses, que concorda em interromper a gravidez a conselho médico, depois que os exames constatam defeitos irreversíveis no feto; de outras mulheres, também vítimas de estupros, que debatem-se entre dilemas religiosos, temendo castigo de Deus; de uma empregada doméstica que recorreu a um remédio para provocar o aborto e, devido uma hemorragia intensa, precisou ser hospitalizada, foi denunciada e acabou algemada na cama; todas em situações-limite que levam a uma reflexão sobre a maternidade, intolerância e solidão. Na programação, O Segredo de Vera Drake (Inglaterra, 2004), de Mike Leigh, sobre uma mulher que tem sua vida familiar destruída logo que a polícia descobre sua participação ao ajudar mulheres a abortar (segunda, quarta e sexta, às 16h, e terça, às 19h); 4 Meses, 3 Semanas e 2 Dias (Romênia, 2007), de Cristian Mungiu, que traz duas colegas de quarto, e quando uma delas engravida, um homem é chamado para fazer o aborto, mas ao descobrir que ela está com uma gravidez mais avançada do que havia informado, ele faz novas exigências (quarta e sexta, às 19h, e quinta, às 16h); e Uma História Severina (Brasil, 2005), de Debora Diniz e Eliane Brum, sobre uma mulher pobre, grávida de quatro meses de um feto sem cérebro, que teve sua vida alterada pelo Supremo Tribunal Federal, que cassou a permissão para interromper a gestação, seguido de Entre a Vida e a Morte (Brasil, 2005), de Ana Beatriz Feltran Maia e Ivana Pansera de Oliveira, tratando da questão da legalização do aborto sob vários pontos de vista (terça, às 16h). O Cinusp fica na r. do Anfiteatro, 181, favo 4 das Colméias, Cidade Universitária, tel. 3091-3540). Grátis (para a pré-estréia é preciso retirar os convites na quinta, a partir das 18h, na Administração do Cinusp, favo 37).

 

Videografias Invisibles

A partir de quarta o Museu da Imagem e do Som (MIS) exibe a mostra itinerante “Videografias Invisibles”, reunindo 41 trabalhos de artistas da Argentina, Brasil, Bolívia, Chile, Colômbia, Costa Rica, Cuba, Equador, Honduras, México, entre outros países da América Latina. Com curadoria dos artistas Jorge Villacorta e José Carlos Mariátegui, a programação traz artistas consagrados ao lado de nomes de destaque da geração contemporânea. São cinco programas: Cine Impuro oferece uma perspectiva viodeográfica, resultante de combinações inovadoras e transgressoras do formato tradicional do cinema, reunindo obras como Cape Cod, de Milagros Mumenthaler, Yuni, de Andrés Denegri, e Montevideo – The Dark Side of the Pop, de Martín Sastre; Exercícios Contra o Esquecimento, com exemplos de como a memória do passado recente influencia o surgimento de relatos audiovisuais, trazendo Paseante, de Javier Cambre, Desfortunio, de Diego David Cifuentes, e Documento, de Ernesto Salmerón; Habitat traz um conjunto de obras com foco na transformação e distorção da realidade, como Mal de Amores, de Maria Jose Cuevas, Viva la Muerte, de Omar Flores, e A Man, a Road, a River, de Marcellvs L.; Imaginário Atuado, com a nova geração de artistas, entre eles Narda Alvarado e seu filme Fire-Men e Olive Green, e Donna Conlon, com Singular, Solitária; e Música para os Olhos, reunindo trabalhos que analisam aspectos da cultura de massa, entre eles, Postais, de Lucas Bambozzi, A Minha Alma, de Kátia Lund, e Returning a Sound, de Allora & Cauzadilla. Cada programa tem sessões em horários diferenciados, sempre a partir das 15h, de quarta a domingo, até 5 de outubro. O MIS fica na av. Europa, 158, tel. 2117-4777. Grátis.

 
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