Nos últimos anos, a USP melhorou sensivelmente sua posição nos principais rankings que avaliam as universidades do planeta. Da 128ª posição em 2007, o Instituto de Altos Estudos da Universidade de Xangai Jiao Tong, na China, por exemplo, elevou a USP, neste ano, para a 121ª colocação. O Higher Education Evaluation & Accreditation Council, de

Taiwan, dá à Universidade a posição de número 100, enquanto o Webometrics Ranking of World Universities a põe na 97ª colocação. No ranking do The Times Higher Education Supplement, ela aparece em 175º lugar. Para o pró-reitor de Pós-Graduação da USP, Armando Corbani, essa pontuação é muito significativa. “Temos que pensar que estamos concorrendo com universidades centenárias e a USP ainda vai fazer 75 anos”, ressalta.

Os critérios usados na elaboração dos diferentes rankings são muito variados, informa Corbani. No caso do Webometrics Ranking of World Universities, seu critério de avaliação é a visibilidade que a universidade tem a partir dos seus sites. Considera as análises quantitativas de conteúdos disponibilizados na internet, especialmente aqueles relacionados a processos de geração e comunicação acadêmica de conhecimento científico, avaliando as atividades científicas, o desempenho e o impacto. Esse ranking é realizado pelo grupo de pesquisa Consejo Superior de Investigaciones Científicas (CSIC), ligado ao Ministério da Educação da Espanha, que tem como objetivo incentivar as publicações em formato web das

instituições de ensino superior.

Para a elaboração do Higher Education Evaluation & Accreditation Council, de Taiwan, são feitas consultas a cerca de 5 mil pessoas em todas as partes do mundo, que falam da importância das universidades em suas áreas de pesquisa. O ranking da Universidade de Xangai se baseia na quantidade e qualidade da produção científica.

Corbani lembra que um dos critérios do ranking chinês é o número de ganhadores do Prêmio Nobel, que representa 30% do peso total da avaliação. “Como a USP ainda não preenche esse critério, sua nota total só pode alcançar 70%. Diante disso, pode-se considerar o desempenho da Universidade, que está na 121ª posição, como excepcional”, afirma.

O pró-reitor ressalta que, segundo os rankings de Taiwan e de Xangai, a USP é considerada a primeira universidade da América Latina em produção científica de qualidade e quantidade desejáveis. Corbani também ressalta que esses rankings avaliam a produção científica das universidades na área de ciência e tecnologia, mas não de humanidades. “Muitas das nossas publicações na área de humanas, de excelente qualidade, estão em português e isso não é considerado na contagem da qualidade e quantidade de produção científica.”

Questionado se o uso dos rankings internacionais para medir a produção científica não relega a segundo plano o ensino de graduação e de pós-graduação, Corbani enfatiza que “qualquer professor universitário tem duas missões a cumprir: dar aulas e realizar pesquisas”. E complementa: “A realização de pesquisas precisa ser divulgada para conhecimento da sociedade e da comunidade acadêmica.”


Corbani: dados muito significativos

Corbani lembra que a USP leva em consideração três itens para chegar a um consenso de avaliação dos programas de pós-graduação, consertar rumos e sugerir melhorias: os rankings internacionais, a avaliação interna e a Capes. “É importante estarmos atentos para o conjunto de avaliações, assim como a situação geral da Universidade. Com isso temos a possibilidade de uma visão mais real da situação”, acrescenta. “De forma geral, a USP tem aumentado sua produção acadêmica em quantidade e qualidade, mas precisa se preocupar em implementar cada vez mais melhorias na qualidade.”

Corbani acrescenta que a pós-graduação já faz um ranking próprio. A avaliação dos programas de pós reflete essa produção. “Mais de 90% da produção científica da USP está relacionada com a pós-graduação. Um dos maiores indicadores de qualidade de programa de pós-graduação na formação de mestres e doutores é a produção científica e cultural decorrente do programa”, avalia Corbani.

Corbani também ressalta que, para a USP se tornar uma universidade de ponta, não basta ser ator na geração de conhecimento, precisa também ser diretor, produtor e autor da ação. “Aí, sim, estaremos fazendo a diferença. Para isso precisamos participar mais dos fóruns internacionais, das redes de pesquisa, dos comitês científicos, das agências de fomento e dos outros vários organismos voltados à geração de conhecimento.”

Prática recente – Para o professor Hernan Chaimovich, vice-diretor do Instituto de Química da USP, a prática de fazer rankings de universidades é muito recente e, por isso, é importante ter um olhar criterioso para analisar esses indicadores internacionais. O ranking da Universidade de Xangai e o do The Times Higher Education Supplement tiveram início em 2003. Já o indicador do Higher Education Evaluation & Accreditation Council, de Taiwan, começou em 2007. “Temos que entender que alguns rankings são de empresas privadas e outros são mais ou menos públicos. Isso nos obriga a verificar o que eles representam e que interesses há por trás. Só a partir disso podemos levar em consideração qual o lugar que a USP ocupa entre as melhores universidades do mundo.” Segundo Chaimovich, não existe um método único para se poder dizer qual dos rankings é melhor ou pior. “Como cada um depende do seu próprio interesse, não há ranking neutro.”

 
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