As comemorações pelos 75 anos da USP incluem eventos que lembram os 20 anos de atividades das quatro Pró-Reitorias da Universidade – as Pró-Reitorias de Graduação, Pós-Graduação, Pesquisa e Cultura e Extensão Universitária. Elas surgiram em 1988, na gestão do reitor José Goldemberg, para dar conta da grande demanda de decisões que o reitor concentrava. “Criar as quatro Pró-Reitorias foi uma forma de descentralizar as decisões e dar mais poder ao Conselho Universitário, que é quem escolhe os pró-reitores”, explica Goldemberg, que hoje atua como professor do Instituto de Eletrotécnica e Energia (IEE) da USP.

Segundo Goldemberg, essa descentralização foi muito importante  porque, graças a ela, o reitor consegue se dedicar a questões externas, como foi o caso da renegociação do empréstimo do BID, feito em sua gestão, em que conseguiu US$ 65 milhões para expandir a parte física da USP, como prédios e laboratórios.

Com o aumento do número de cursos de graduação, os órgãos centrais passaram a ter um olhar mais específico para apoiar o desenvolvimento acadêmico das quatro Pró-Reitorias, relembra Selma Garrido Pimenta, pró-reitora de Graduação. “No caso da Pró-Reitoria de Graduação, esse movimento foi muito importante porque, ao longo desses anos, todas as Pró-Reitorias puderam se dedicar ao atendimento da demanda dos cursos e, além disso, estimular o desenvolvimento de uma política de graduação na Universidade.” Cada Pró-Reitoria tem sua estrutura e desenvolvimento diretamente ligados às unidades através dos conselhos formados nas unidades de ensino e pesquisa. Cada unidade criou, ao longo da década de 90, suas próprias comissões de Graduação, Pós-Graduação, Pesquisa e Cultura e Extensão Universitária.

Segundo Selma, a Pró-Reitoria de Graduação tem uma característica que a diferencia das outras três. “É uma Pró-Reitoria que depende diretamente do orçamento da Universidade, enquanto as outras mantêm-se a partir de recursos vindos da Capes, das agências de fomento”, reflete.

Com essa verba orçamentária, a Pró-Reitoria de Graduação consegue criar e desenvolver programas de apoio às unidades. “Por termos uma visão do conjunto, conseguimos fazer uma distribuição de recursos e apoio eqüitativo”, explica Selma. “Portanto, dela depende uma administração democrática que contemple as diferentes unidades e áreas de conhecimento da Universidade.”

A Pró-Reitoria de Graduação define diretrizes do funcionamento da graduação, que compreende 60 mil alunos. Cabe a ela apoiar as unidades com verbas e criação de programas, por exemplo. “Desenvolvemos um programa de bolsas que combina mérito e questão socioeconômica, apoio à melhoria de laboratórios e salas de ensino, apoio técnico às Salas Pró-Aluno, apoio à pesquisa no ensino de graduação e o programa Ensinar com Pesquisa, que estimula o desenvolvimento de habilidades de pesquisa entre docentes e alunos de graduação”, cita Selma.

Cabe também à Pró-Reitoria de Graduação deliberar sobre as questões relativas aos currículos e ao projeto pedagógico dos cursos. Desde 2006, ela vem implementando o Programa de Licenciatura para a Formação de Professores de Educação Básica. Está elaborando também um portal dos egressos. Esse portal vai facilitar que as unidades façam uma análise dos seus cursos a partir do destino profissional e social dos estudantes que passaram por eles. Também já está em funcionamento o portal de estágios.

Outra ação importante da Pró-Reitoria de Graduação é a centralização das informações da graduação em um banco de dados, tornando-se um instrumento importante de gestão dos cursos nas unidades. Os assuntos relacionados ao vestibular também são da competência da Pró-Reitoria. Para 2009, ela trabalha com cerca de 140 mil candidatos para 10.302 mil vagas.

Algumas novidades foram implantadas para o próximo vestibular. Será dado um valor maior para o aluno que apresentar boas notas no Enem (Exame Nacional do Ensino Médio) e, conforme seu desempenho na escola pública, receberá um bônus de 6%, mais 3% do Programa de Inclusão Social da USP (Inclusp), resultando em 9% de bônus. O aluno também poderá conseguir mais 3% se suas notas forem bem avaliadas no Programa de Avaliação Seriada da USP (Pasusp), que será realizado pela Pró-Reitoria para estudantes do 3o ano do ensino médio da rede estadual de São Paulo. Portanto, explica Selma, “o aluno que fez a prova do Enem poderá conseguir um bônus de até 12%”.

Cultura e extensão – A Pró-Reitoria de Cultura e Extensão Universitária, dirigida pelo professor Ruy Corrêa Altafim, procura valorizar a cultura existente na vida acadêmica. Tem como missão planejar, coordenar e executar os eventos de cultura e as atividades práticas de extensão dentro da USP, através dos vários órgãos e projetos especiais.

Na área da extensão, situa-se não apenas no campo dos serviços, mas também naqueles de natureza cultural (bibliotecas, museus e demais órgãos de difusão artística), de pesquisa e de defesa da cidadania. Cuida de vários órgãos da USP, tais como a Biblioteca Brasiliana Guita e José Mindlin, o Centro de Preservação Cultural (CPC), o Centro Universitário Maria Antonia (Ceuma), o Cinusp Paulo Emílio, o Coral da USP, a Estação Ciência, o Museu de Ciências, a Orquestra Sinfônica da USP (Osusp), o Parque Cientec, as ruínas do Engenho São Jorge dos Erasmos, em Santos, e o Teatro da USP (Tusp).

Já a Pró-Reitoria de Pesquisa tem buscado implantar políticas que incentivem a pesquisa, pensando não só na Universidade, mas no Brasil como um todo. A professora Mayana Zatz, pró-reitora de Pesquisa, tem procurado aumentar o entrosamento entre os pesquisadores e os formadores de recursos humanos, bem como ampliado a colaboração nacional e internacional entre cientistas. Também busca juntar esforços e publicar em conjunto trabalhos em revistas de alto impacto, na fronteira do conhecimento. Outra ação está voltada para maior agilidade e "desburocratização" da aquisição e importação de material para as pesquisas, “hoje um enorme entrave na vida dos cientistas”, diz a pró-reitora.

Mayana quer implantar políticas a longo prazo. Para ela, além de um maior investimento do governo, é preciso atrair recursos para a ciência também da iniciativa privada, uma prática que não é comum no Brasil. “Para isso temos que criar leis de incentivo não só para o desenvolvimento de novas tecnologias de interesse econômico, com perspectivas de retorno imediato, mas também para a pesquisa básica e a formação de recursos humanos”, afirma.

A Pró-Reitoria de Pós-Graduação, por sua vez, surgiu com o objetivo de coordenar a expansão da pós-graduação na USP, que, criada em 1969, se desenvolveu ao longo dos anos 70 e 80 e hoje responde por 28% da produção científica brasileira. Ela mantém programas de pós-graduação scricto sensu em todas as áreas do conhecimento. Atualmente é comandada pelo professor Armando Corbani Ferraz.

 
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