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Oriente Desconhecido


O tailandês Invisible Waves, de Pen-EK Ratanaruang

Filmes à margem da programação cinematográfica brasileira serão exibidos na mostra “Oriente Desconhecido”, que começa nesta quarta e vai até 5 de outubro no Centro Cultural Banco do Brasil. São títulos ousados do Sudeste Asiático e Extremo Oriente, geralmente fora do circuito devido ao “olhar viciado dos distribuidores em relação ao cinema asiático”, conta o curador Gustavo Galvão. Estão presentes na mostra All Tomorrow’s Parties (Hong Kong, 2003), de Yu Lik-Wai, sobre dois irmãos que acabam de ser libertados de um campo de reeducação mantido pelo regime fascista que domina a China pós-apocalíptica; Millenium Mambo (Taiwan, 2001), de Hou Hsiao-hsien, no qual a jovem Vicky se encontra dividida entre dois homens; The World (China, 2005), com direção de Jia Zhang-Ke, sobre o impacto da globalização na cultura chinesa, vista através de um parque temático na periferia de Pequim; Invisible Waves (Tailândia, 2006), de Pen-EK Ratanaruang, sobre um cozinheiro que foge para uma praia paradisíaca depois de matar a namorada do chefe, a pedido dele mesmo; Three Times (Taiwan, 2005), de Hou Hsiao-hsien, em que um homem e uma mulher vivem os papéis centrais em três épocas, abordando o amor e a comunicabilidade; e Tropical Malady (Tailândia, 2004), de Apichatpong Weerasethakul, que parte do romance entre um soldado e um homem do campo e termina com a ameaça de uma entidade secreta das florestas, entre outros filmes. Com sessões de quarta a domingo no CCBB (r. Álvares Penteado, 112, Centro, tel. 3113-3651). Ingressos a R$ 4,00 (grátis para sessões em DVD). Programação completa em www.bb.com.br/cultura.

 

Cinema latino-americano

A exibição de filmes do Programa de Pós-Graduação em Integração da América Latina (Prolam/USP) continua no Cinusp. Nesta semana, a mostra “Ciclo de Cinema Latino-Americano – Prolam: 20 Anos” traz O Dragão da Maldade Contra o Santo Guerreiro (Brasil, 1969), de Glauber Rocha, um quadro alegórico do Brasil dos anos 60 composto pelo matador de cangaceiros Antônio das Mortes, um professor em crise, um delegado com ambições políticas, um coronel megalomaníaco, um padre desiludido e uma mulher solitária (segunda e quarta, às 16h, e terça e quinta, às 19h); Maria Cheia de Graça (Colômbia/Estados Unidos, 2003), dirigido por Joshua Marston, em que a jovem Maria, cansada da vida e da exploração do trabalho, aceita levar cápsulas cheias de cocaína em seu estômago na rota do tráfico (segunda, às 19h, e terça, às 16h); O Banheiro do Papa (Uruguai/Brasil/França, 2007), de César Charlone e Enrique Fernández, sobre a visita do papa a uma pequena cidade e a idéia amalucada de um morador para ganhar dinheiro com o turismo (quarta e sexta, às 19h, e quinta, às 16h); e O Violino (México, 2005), de Francisco Vargas, em que Dom Plutarco ludibria o exército mexicano com o som de seu violino (sexta, às 16h). Até 3 de outubro no Cinusp, que fica na r. do Anfiteatro, 181, favo 4 das Colméias, Cidade Universitária, tel. 3091-3540. Grátis. Programação completa em www.usp.br/cinusp.

 

Delírios em 35mm


Coração Selvagem, road movie de David Lynch, premiado com a Palma de Ouro em Cannes

Também na Cinemateca começa nesta terça e vai até domingo a mostra “Delírios em 35mm”, que exibe filmes que não se limitam a colocar em cena a reprodução do real, mas que têm a capacidade de tornar plausível o imaginário. Nessas obras, que entram na categoria de surrealistas, expressionistas, alegóricas ou fantásticas, se somam às dimensões da realidade, o sonho, a imaginação, o delírio. Além de uma obra pouco lembrada daquele que é talvez o maior representante desse cinema delirante, o italiano Federico Fellini, com sua Entrevista (1987) – comemoração dos 50 anos do estúdio Cinecittá, em que um grupo de repórteres japoneses entrevistam Fellini, que faz uma incursão nostálgica por personagens e situações criadas por ele – estão presentes filmes de grandes nomes do cinema onírico dos anos 80 e 90. Ainda na programação, Barton Fink – Delírios de Hollywood (EUA/Inglaterra, 1991), de Joel e Ethan Coen, em que dramaturgo consagrado é contratado para escrever o roteiro de um filme B (vencedor da Palma de Ouro em Cannes); Coração Selvagem (EUA, 1990), de David Lynch, road movie, também premiado em Cannes, pela marca típica do diretor, o surrealismo; O Cozinheiro, o Ladrão, a Mulher e o Amante (Inglaterra/França/Holanda, 1989), de Peter Greenaway, obra de grande apuro visual, recheada de sexo e violência; Kafka (EUA/França, 1991), de Steven Soderbergh, thriller fantástico inspirado nas obras do escritor Franz Kafka; Kika (Espanha/França, 1993), de Pedro Almodóvar, ácida com toques surrealistas, típica comédia da primeira fase do diretor; e Ladrão de Sonhos (França/Espanha/Alemanha, 1995), de Jean-Pierre Jeunet e Marc Caro, conto de fadas sombrio sobre um homem que rapta crianças para roubar-lhes o sonho, de visual produzido por Jean-Paul Gaultier. A Cinemateca fica no Largo Senador Raul Cardoso, 207, Vila Mariana. Informações pelo tel. 3512-6111, ramal 215, ou no site www.cinemateca.gov.br. Ingressos: R$ 8,00 e R$ 4,00.

 

Curta Cinemateca

Nesta semana começa o terceiro programa do projeto Curta Cinemateca, que está exibindo filmes que estiveram nas listas dos dez preferidos pelo público no Festival Internacional de Curtas-Metragens de São Paulo. São eles: Narciso Rap (2003, 18 min), de Jefferson De, sobre um garoto negro de periferia que ganha uma lâmpada mágica e pede ao gênio para ser visto branco pelos brancos, e negro pelos negros; Pixaim (2000), de Fernando Belens, que se passa nos anos 70, durante a ditadura militar, sobre a relação entre uma cabeleireira racista e um velho barbeiro, que atende homens negros; e O Encontro (2002), de Marcos Jorge, comédia musical falada em cinemês (linguagem inventada), narrando, de maneira surreal, as dificuldades de relacionamento de um casal (terça, às 18h, e sábado, às 16h). Na próxima semana, Uninverso (2004), de Marcos DeBritto, em que um homem tem que se adaptar a anormalidade gravitacional; Dadá (2002), de Eduardo Vaisman, sobre dois amigos inseparáveis que participam de um curta-metragem que tem como pano de fundo o morro do Vidigal; Um Branco Súbito (2001, 10 min), de Ricardo Mehedeff, em que um escritor está diante de uma tela vazia do computador até que a inspiração vem bater à sua porta; e Negócio Fechado (2001), de Rodrigo Costa, sobre compra e venda de gado (dia 30, às 18h, e 4 de outubro, às 16h). Na Sala Cinemateca (Largo Senador Raul Cardoso, 207, Vila Mariana, tel. 3512-6101). Programação completa em www.cinemateca.gov.br.

 

 
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