Vamos
 

 

A Cidade e suas Margens


A fotógrafa Elisa Bracher reflete sobre as condições de habitação

Esse é o nome da exposição de estréia da fotógrafa Elisa Bracher, com cerca de 70 imagens da Favela da Linha, em São Paulo, e de cidades do nordeste brasileiro, onde nasceram muitos de seus moradores. Devido ao crescente desenvolvimento imobiliário do bairro, a comunidade, que ocupa o lugar há 40 anos, passou a sofrer grande pressão das construtoras e da administração pública para abandonar o local. Nesse contexto, Elisa fez um levantamento fotográfico das casas para comprovar a quantidade de famílias residentes, como parte de um movimento por melhores condições de habitação. “Não é uma questão de fazer apologia da estética da pobreza, e sim de refletir sobre as condições improvisadas de habitação na metrópole, que, embora precárias e feitas com resíduos e materiais industrializados disponíveis, revelam inventividade expressiva de soluções”, afirma Giancarlo Latorraca, diretor técnico do Museu da Casa Brasileira. A mostra será inaugurada neste sábado, às 11h, e fica em cartaz até 16 de novembro, de terça a domingo, das 10h às 18h, no MCB (av. Brig. Faria Lima, 2.705, tel. 3032-3727). Os ingressos custam R$ 4,00.

 

De luz e sombras

O projeto Captação da Imagem, do Instituto Tomie Ohtake, e o Espaço Porto Seguro Fotografia realizam a exposição da fotógrafa paulistana Inaê Coutinho, mestre e doutoranda em Poéticas Visuais pela USP. São 19 imagens que permeiam a questão De que matéria é feito o visível?, captadas no interior de casas nas cidades de Água Limpa (GO), Pirinópolis (GO) e Paraty (RJ). As obras, delicadas, aguçam a percepção do espectador para a luz e a sombra e compõem um trabalho que resgata as matérias que possibilitam o visível. A luz passeia por cortinas e a sombra oculta certas áreas. A memória capta imagens tão pessoais como uma cama desarrumada ou uma santa escondida no fundo de um armário. “Inaê Coutinho – Da Luz” fica em cartaz até 19 de outubro, de terça a domingo, das 10h às 18h, no Espaço Porto Seguro Fotografia (r. Guaianases, 1.239, Campos Elíseos). Informações pelo tel. 3337-5880. Grátis.

 

América do Sul Rupestre


Santiago Plata percorreu de bicicleta paisagens como da Terra do Fogo, na Argentina

Com o objetivo de registrar e divulgar a arte rupestre sul-americana, especificamente os petróglifos, o Memorial da América Latina apresenta “América do Sul Rupestre”, em cartaz até 12 de outubro. O petróglifo se utiliza da técnica de gravura chamada frottage (fricção), com que o artista faz o decalque ou cópia de texturas de baixo relevo. Os trabalhos são do colombiano Santiago Plata, que percorreu mais de 32 mil quilômetros de bicicleta desde 2002 registrando essa arte. Suas andanças começaram na Colômbia e já passaram pelo Equador, Peru, Bolívia, Chile, Argentina e Uruguai. Agora, ele explora o interior do Brasil. “Esses desenhos nos contam a história de nosso povo”, afirma Plata. “Observando-os é possível entender como se relacionavam, seus costumes, crenças e até como lidavam com os fenômenos naturais, como eclipses e tempestades”, completa. A mostra conta também com uma série de oficinas (inscrições gratuitas pelo e-mail alicequadrado@gmail.com). De terça a domingo, das 9h às 18h, no Memorial, que fica na av. Auro Soares de Moura Andrade, 664, Barra Funda, tel. 3823-4605. Grátis.

 

Paisagens Neuronais

Em homenagem ao centenário do Prêmio Nobel de Medicina espanhol Santiago Ramón y Cajal, considerado pai da neurociência moderna, o Instituto Cervantes traz a mostra “Paisagens Neuronais”. A exposição será inaugurada nesta terça, às 19h30, com a mesa-redonda “Neurociência e Arte”, que conta com a presença de Javier de Felipe, do Instituto de Neurobiologia Ramón y Cajal, de Madri, e de Norberto García-Cairasco, curador da mostra. São 70 fotografias e desenhos inéditos que ilustram a evolução do conhecimento do sistema nervoso, do século 20 até hoje, acompanhados por textos de pintores, escritores e filósofos, como Enrique Vila-Matas e Fernando Savater. A exposição mostra que, de maneira cada vez mais evidente, encontram-se no sistema nervoso explicações de funções e disfunções sensoriais e psicológicas do ser humano, assim como categorias tradicionalmente associadas ao espiritual. Em cartaz até 15 de novembro, segundas, das 8h às 20h, de terça a sexta, das 8h às 21h, e sábados, das 9h às 15h, no instituto, que fica na av. Paulista, 2.439. Informações pelo tel. 3897-9609. Grátis.

 
PROCURAR POR
NESTA EDIÇÃO
O Jornal da USP é um órgão da Universidade de São Paulo, publicado pela Divisão de Mídias Impressas da Coordenadoria de Comunicação Social da USP.
[EXPEDIENTE] [EMAIL]