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Michelangelo, obras e réplicas


Madonna com Bambino, um dos originais do mestre italiano

Das 27 peças apresentadas, apenas duas são originais e raras: Madonna con Bambino (1525) e o desenho Nudo di Schiena (1504-1505), assinados pelo mestre da Renascença Michelangelo (1475-1564), que estão em exposição do Museu Brasileiro de Escultura (MuBE). As outras são réplicas de gesso produzidas em Florença com base nos originais, nove delas feitas nos moldes originais do artista, como Apollo/Davi, Busto de Bruto e Pietà Rondanini. Há também esculturas anteriores ao artista e trabalhos de seus contemporâneos, como Jacopo della Quércia e Andrea Verroccio, ou de nomes diretamente influenciados pelo mestre, Gian Lorenzo Bernini e Vincenzo Danti. Ainda podem ser vistas fotografias do renomado fotógrafo italiano Aurélio Amendola, que dedicou grande parte de sua carreira à documentação da obra escultória do artista, além de uma montagem com 30 cubos iluminados, com imagens de obras fundamentais do artista, como Davi. A curadoria é dos arquitetos italianos Patrizia Pietrogrande e Eugenio Martera, com organização da Contemporanea Progetti, de Florença, Itália. Em cartaz até 30 de novembro, diariamente, das 10h às 19h, no MuBE (r. Alemanha, 221, Jardim Europa, tel. 2594-2601). Os ingressos custam R$ 10,00; grátis às segundas. 

 

Mas Esse Capítulo não é Sério

Foi prorrogada até março de 2009 a mostra “Machado de Assis: ‘Mas esse Capítulo Não é Sério’”, que presta homenagem a um dos melhores escritores brasileiros no centenário de sua morte. Inspirada em Memórias Póstumas de Brás Cubas, o título remete ao capítulo “Que Não é Sério” da obra, mostrando a posição crítica e por vezes irônica do autor com a sociedade. Logo na entrada, o visitante conhece o “Capítulo C – Um Homem Célebre”, ambientado como uma sala do século 19, retratando o estilo de vida erudito do escritor. A exposição ainda está dividida em capítulos do livro, como “Medalhões”, que mostra a repercussão que o nome do autor tomou, trazendo inclusive a nota de mil cruzados que estampa seu rosto; “Olhos de Ressaca” com imagens em que uma penteadeira exibe olhos de mulheres do século 19, uma referência à personagem Capitu; e, por fim, “O Delyrio” com uma cronologia invertida de Machado, que vai de sua morte ao nascimento, em montagem que relaciona os anos da vida do escritor com a literatura e a história do Brasil da época. O público recebe ainda o Livreto do Visitante, com 48 páginas que complementam o passeio. De terça a domingo, das 10h às 18h, no Museu da Língua Portuguesa, que fica na Praça da Luz, s/no. Informações pelo tel. 3326-0775. Os ingressos custam R$ 4,00.

 

Individuais na MariAntonia


Osso 008, de Jac Leirner, intervenções em sacolas promocionais

Acabam de ser inauguradas cinco novas mostras no Centro Universitário MariAntonia. Destaque para a obra Osso 008, de Jac Leirner, série recente de trabalhos realizados com sacolas promocionais, em que o artista faz intervenções com recortes, costuras e materiais como linha de nylon e manta de poliéster. A instalação Paisagemnaturezamortaretrato, de Luiz Zerbini (um dos integrantes do grupo Chelpa Ferro), foi realizada especialmente para o espaço da mostra. A videoinstalação Vazio, de Guto Araujo, é constituída por quatro projeções exibidas simultaneamente nas paredes da sala, com imagens do cotidiano de um grande prédio de apartamentos estilo quitinete do centro de São Paulo visto de uma janela de outro prédio. Territórioland, de Laerte Ramos, traz a produção de cerâmicas oriundas de sua residência no European Ceramic Work Centre (Holanda), das séries Exquadrilha, Batalha Naval, Patrulha de Resgate, Montanhas Topecreme e El Pulpo de Osborne. E, finalmente, a fotógrafa Elisabete Savioli apresenta Das Horas, série em preto-e-branco em que ela utiliza o filme convencional e controla pessoalmente o processo de reprodução, com ampliações em gelatina de prata, com um mesmo cenário, do interior de uma residência, fotografado sempre do mesmo ângulo, em diferentes dias e horários. Em cartaz até 16 de novembro, de terça a sexta, das 12h às 21h, e sábados, domingos e feriados, das 10h às 18h, com entrada franca. A MariAntonia fica na r. Maria Antonia, 294, Vila Buarque, tel. 3255-7182.

 

Moda de papel

O Museu de Arte Brasileira da Faap traz pela primeira vez ao Brasil a mostra “Papiers à la Mode”, da artista plástica Isabelle de Borchgrave, que se dedica às artes há 30 anos e tem o papel como suporte predileto. A exposição narra a história da moda nos últimos 300 anos, através de uma seleção de 60 modelos em tamanho natural, feitos de papel. As referências mais antigas da coleção dizem respeito a um vestido da rainha Elizabeth I da Inglaterra, datado de 1599, a uma jaqueta inglesa de 1620 e a vestidos de 1690. O século 18 é representado por alusões que vão de Madame Pompadour a Maria Antonieta, e o apreço pelo século 19 é revelado em versões de um vestido da imperatriz Josefina, de 1810. Peças de roupa das irmãs Callot, de Poiret e de Lanvin, do início do século 20, demonstram o primado pelas linhas retas e de maior liberdade para o corpo feminino. Por fim, a mostra traz um vestido de noiva feito por Isabelle em 2000, indicação de que sua obra logo se tornaria algo para ser visto e também vestido. A inauguração acontece neste sábado, às 17h, e a temporada vai até 14 de dezembro, de terça a sexta, das 10h às 20h, e sábados, domingos e feriados, das 13h às 17h. No museu, que fica na r. Alagoas, 903, Higienópolis. Informações pelo tel. 3662-7198. Grátis.

 

Olhar e Ser Visto


Auto-Retrato com Barba Nascente (1635), de Rembrandt

Retratos e Auto-Retratos de grandes mestres da pintura estão na mostra “Olhar e Ser Visto”, a última das mostras temáticas da série Masp 60 Anos. No total são 95 obras de artistas do século 16 aos dias de hoje, como Rembrandt, Picasso, Van Gogh, Modigliani, Goya, Cézanne, Renoir e Portinari. Está organizada em cinco blocos, O Retrato da Pompa, O Recurso à Cena, Eu Mesmo, Retratos Modernos e A Desconstrução, acompanhando as diversas transformações no modo de registrar as pessoas na arte. Somadas às outras três exposições – “A Arte do Mito”, com 46 obras, “A Natureza das Coisas”, com 69 obras, e “Virtude e Aparência (A Caminho do Moderno)”, com 38 obras – totalizam 248 obras, concluindo a renovação e a nova concepção da exposição permanente do Masp, com curadoria de Teixeira Coelho. A reorganização do acervo vem acompanhada por programas educativos, além de publicação, ainda este ano, de catálogos que apresentam o novo conjunto visual da coleção do museu. A mostra será aberta para o público nesta sexta, no Masp (av. Paulista, 1.578, Cerqueira César, tel. 3251-5644). Visitação de terça a domingo, inclusive feriados, das 11h às 18h (quintas, até às 20h). Os ingressos custam R$ 15,00 e R$ 7,00 (para estudantes); gratuito às terças.

 

Argentinos no Brasil

O Memorial do Imigrante reúne artistas veteranos e emergentes na “6ª Exposição de Artistas Plásticos Argentinos Residentes no Brasil”, em cartaz até 26 de outubro. A intenção é propor uma experiência cultural não apenas plástica, mas de formação de identidade social, de conhecimento e crítica da sociedade na qual o artista imigrante está inserido como produtor de bens culturais. Devido à diversidade de origens dos trabalhos desses imigrantes argentinos, a curadoria resolveu não interferir na livre manifestação, com a premissa de que uma escolha arbitrária poderia tornar a mostra restritiva. O resultado é uma exposição permeada de afinidades e discórdias que, sem a linearidade da leitura habitual, dividem o mesmo espaço. De terça a domingo, das 10h às 17h, no Memorial, que fica na r. Visconde de Parnaíba, 1.316, Mooca. Mais informações pelo tel. 2692-1866. Os ingressos custam R$ 4,00 (grátis aos sábados).

 
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