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Do Palco à Tela


Tio Vânia, de Jean-Baptiste Mathieu, que leva à tela o texto de Tchekov

Capturar a experiência teatral em vídeo é o desafio do diretor de cinema. A mostra “Do Palco à Tela”, organizada em parceria com a Cinemateca da Embaixada da França no Rio de Janeiro, exibe nove espetáculos, de renomados diretores franceses, entre eles Peter Brook e Patrick Chéreau, e mais quatro documentários. Encerrando a programação, estão filmes como Claude Régy, O Transmissor (1997, com legendas em português), de Arnaud de Mezamat e Elizabeth Coronel, abordando temas do universo teatral francês por seus atores e autores dos quais Régy encenou as peças (quarta); Fedra (2003), de Stéphane Metge, encenação de Patrice Chéreau para o texto de Jean Racine sobre a tragédia do desejo e da morte (quinta); A Secreta Arquitetura do Parágrafo: Encontro com Philippe Minyana (2002, legendas em português), de Jérôme Descamps, uma introdução ao trabalho de Minyana que fala de sua relação com os atores, suas afinidades com o trabalho dos artistas plásticos e sobretudo desenvolve sua concepção de escritura teatral (sexta); A Tragédia de Hamlet (2001, legendas em espanhol), versão de Hamlet vista por Peter Brook (que assina a encenação e realização), que se inscreve na direção de suas peças e de sua estética teatral (sábado); Brook por Brook (2001, legendas em espanhol), de Simon Brook, que por meio de um diálogo livre e sensível evoca sua vida, seu percurso, seu amor pelas viagens (sábado); e Tio Vânia (2004, legendas em português), de Jean-Baptiste Mathieu, encenação de Julie Brochen para o texto de Tchekov, que se passa no campo, onde rancores e paixões vão provocar amores irresistíveis (domingo). Sessões a partir das 17h, no Centro Cultural Banco do Brasil (r. Álvares Penteado, 112, Centro, tel. 3113-3651). Ingressos gratuitos, com retirada no dia da exibição, a partir das 10h. Programação completa no site www.bb.com.br/cultura.

 

Reconstituição da realidade


Boa Noite Boa Sorte recria o embate político da década de 50

O Cinusp exibe a partir de segunda até o fim do mês a mostra “Docudrama”, gênero, se é que se pode chamá-lo assim, que se originou na busca de novos formatos televisivos para reavivar as reconstituições criminais. É certo que um docudrama nunca será igual à realidade, mas sempre será baseado em fatos reais. Destaque para Boa Noite Boa Sorte (EUA, 2005), de George Clooney, que reconta o embate político da década de 50 entre o senador McCarthy e o apresentador de televisão R. Morrow, recriando o terror desse período da história americana e as táticas de acusação do senador, com trechos de programas de TV da época em meio à narrativa; Na Natureza Selvagem (EUA, 2007), de Sean Penn, retrata a história da viagem de Chris McCandless, garoto que abandonou sua vida estável para buscar a essência da humanidade fora da estrutura e da burocracia social apoiando-se em passagens escritas pelo garoto em um caderno que ele levava consigo, com narrações em off; e O Caso dos Irmãos Naves (Brasil, 1967), de Luís Sérgio Person, com a verdadeira história dos irmãos que, durante o Estado Novo de Getúlio Vargas, foram obrigados a confessar e pagar por um crime que não cometeram (esse filme foi lançado no Brasil durante a ditadura militar e, mesmo sendo um acontecimento distante da época que o liberou da censura, a obra ganhou força por mostrar um paralelo entre dois períodos históricos semelhantes). Também entrou na programação o ficcional O Filho (Bélgica/França, 2002), de Jean-Pierre e Luc Dardenne, que foi escolhido não por ser um docudrama mas por usar quase que técnicas documentais em sua construção ao contar como um carpinteiro tem como aprendiz o jovem que assassinou seu próprio filho (o filme abre a mostra junto com Boa Noite Boa Sorte). Também nesta semana, acontece a pré-estréia de Serras da Desordem (Brasil, 2006), de Andrea Tonacci, sobre um índio nômade que passa dez anos percorrendo o Brasil até ser capturado, causando polêmica entre antropólogos sobre sua origem (exibições segunda e quinta, às 19h, e quarta, às 16h). O Cinusp fica na r. do Anfiteatro, 181, favo 4 das Colméias, Cidade Universitária, tel. 3091-3540. Grátis. Programação completa em www.usp.br/cinusp.

 
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