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60 anos do MAM


Auto-Retrato, de 1965, de Flávio de Carvalho

O Museu de Arte Moderna de São Paulo (MAM) completa 60 anos neste mês e traz rica programação cultural. O prédio fundado por Cicillo Matarazzo em 1948 exibe parte significativa de sua vasta coleção, normalmente trancafiada em depósitos. A mostra principal, “MAM 60”, está em cartaz na Oca e apresenta mais de 700 peças, que remontam à trajetória da arte moderna e contemporânea no Brasil. Parte de um núcleo do modernismo histórico da primeira metade do século 20 e chega até o presente, colocando em foco tanto as dificuldades de institucionalização do ideário modernista como sua possível e problemática atualidade na cena contemporânea. O artista Flávio de Carvalho, síntese da pintura como uma performance existencial, é um dos eixos centrais da mostra ao lado de Alfredo Volpi, que leva a “concisão pictórica ao seu limite poético”. A partir da obra de ambos é possível investigar ramos criativos que permeiam a arte brasileira até hoje. Em exibição ainda na Oca a mostra “Frans Krajcberg: Natura”, que homenageia o artista brasileiro precursor da arte ecológica. Krajcberg retoma as premissas propostas no Manifesto do Rio Negro em cerca de 65 esculturas e 40 fotografias, traduzindo na arte as bases conceituais do naturalismo, uma nova consciência ambiental e existencial. Em cartaz também, só que no próprio MAM, a mostra “Cover = Reencenação + Repetição”, que tem como objetivo investigar o fenômeno da reencenação na produção contemporânea por meio de trabalhos que adotam uma postura crítica diante dos elementos que os inspiram, como fatos históricos, obras emblemáticas, movimentos artísticos e questões políticas. São cerca de 90 obras, entre instalações, vídeos, fotografias e pinturas que trazem trabalhos inusitados, como gorilas (ou homens vestidos como tais) vivendo situações do dia-a-dia. Será realizada uma programação paralela. E a exposição “Smetak Imprevisto” exibe instrumentos e obras sonoras criadas pelo músico suíço radicado na Bahia Walter Smetak. Além dos 90 trabalhos expostos, há execução de algumas peças musicais e depoimentos em vídeo de Gilberto Gil e Rogério Duarte. A instalação Cabeças Cabaças Falantes abre a mostra, reconstruindo a trajetória do artista e da memória afetiva deixada por ele por meio de monitores com depoimentos inseridos em cabaças, material essencial de seu trabalho. As duas primeiras estão em cartaz até 14 de dezembro e as duas últimas até o dia 21 de dezembro, de terça a domingo e feriados, das 10h às 18h. A Oca e o MAM ficam no Parque do Ibirapuera, portão 3. A programação completa está em www.mam.org.br. Informações: 5083-0519 (Oca) e 5085-1300 (MAM). Grátis.

 

Leopoldo Raimo

Cerca de 80 trabalhos, entre pinturas, gravuras e desenhos do paulista Leopoldo Raimo estão expostos na Pinacoteca. Com curadoria da pesquisadora Ana Paula Nascimento, a mostra “Leopoldo Raimo, 1912-2001: Um Percurso Artístico” registra a participação do artista em períodos específicos da arte brasileira, especialmente nos anos 50 e 70. Para a curadora, a fase de Raimo no Atelier Abstração, onde o artista começou sua trajetória, merece atenção especial, pois foi uma época fundamental na definição de sua poética, na escolha das cores e alguns padrões executados em diversos períodos. Destaque para as séries Estandarte, Amuleto, Talismã, Bandeirolas, Festival e Junina, que aproximam o pintor de um universo mais popular, de festas e crenças. A mostra traz ainda dois retratos de Samson Flexor datados de 1953. Em cartaz até 7 de janeiro de 2009, de terça a domingo, das 10h às 18h, na Praça da Luz, 2. Informações pelo tel. 3324-1000. Os ingressos custam R$ 4,00 (grátis aos sábados).

 

Caligrafia Artística Japonesa


Arte milenar do Japão por Nakamura Sodo

Os apreciadores da cultura japonesa tradicional terão a oportunidade de ver reunidas obras de mestres respeitados da arte milenar de escrita do Japão na mostra “Mestres do Sho Contemporâneo – Caligrafia Artística Japonesa”, em cartaz no Masp. São cerca de 140 trabalhos de artistas famosos na atualidade, como Teshima Yujei, Kaneko Outei e Inamura Undo, com curadoria de Houn Funamoto. Na exposição estão presentes diversas técnicas do gênero Shodo (sho = caligrafia; do = caminho), como o ideograma chinês em vários estilos, inclusive o abstrato; a caligrafia de Kana, uma letra inventada pelos japoneses; caligrafia de poesia contemporânea; entalhe sobre madeira, arte chamada de Kokuji; e carimbo artístico sobre pedra chinesa. Segundo o curador, o Shodo é linguagem que vira imagem, imagem que é linguagem, que vem em auxílio uma da outra. “Uma exposição de Shodo num museu ocidental é sempre uma ocasião para repensar hábitos artísticos e práticas culturais”, afirma. “Ver de outro ângulo, ver desde outro ponto de vista: disso é feita a arte e é o que vale a pena buscar nesta mostra, para além da beleza intrínseca do que nela se verá”, completa. Até 9 de novembro, de terça a domingo e feriados, das 11h às 18h (quintas até as 20h), no Masp, que fica na av. Paulista, 1.578, tel. 3251-5644. Ingressos: R$ 15,00 (grátis às terças).

 

Modern Redux

Os projetos de casas, museus, espaços culturais e de esportes localizados em Portugal, Brasil, Espanha, Bélgica e Coréia do Sul estão presentes na exposição “Álvaro Siza. Modern Redux”, em cartaz no Instituto Tomie Ohtake. Ao todo, são 12 planos do arquiteto português, selecionados pelo curador Jorge Figueira por meio de fotos, maquetes e desenhos. Trata-se de uma homenagem à capacidade de Siza em revalidar a tradição moderna e permanecer atento às mudanças, sempre recorrente, revivido, reinstalado. O arquiteto funde o moderno ao vernacular na tentativa de encontrar uma arquitetura apropriada para cada situação e utilizando recursos do próprio ambiente, o que dá um caráter regional às suas obras. Dentre os projetos estão o brasileiro Fundação Iberê Camargo, o espanhol Complexo Esportivo Ribera-Serrallo, que recebeu o Prêmio Secil 2006, o português Adega Mayor, e o belga Casa Van Middelem-Dupont. Até 23 de novembro, de terça a domingo, das 11h às 20h, no instituto (av. Brig. Faria Lima, 201, Pinheiros; entrada pela r. Coropés). Informações pelo tel. 2245-1900. Grátis.

 

Salvem as estátuas!


A intervenção no Monumento a Carlos Gomes, na Praça Ramos de Azevedo: humor e crítica social

O artista paulistano Eduardo Srur ocupa os principais monumentos públicos da cidade de São Paulo em sua intervenção urbana, intitulada Sobrevivência. São 25 esculturas vestidas com coletes e bóias salva-vidas, produzidos em escala proporcional a cada uma delas. Entre elas estão o Borba Gato, em Santo Amaro, o Duque de Caxias, na Praça Princesa Isabel, o Monumento à Independência, no Ipiranga, o Monumento a Ramos de Azevedo, na Cidade Universitária, e o Padre José de Anchieta, na Praça da Sé. O objetivo é a reativação visual destes elementos públicos, com intuito de provocar os sentidos e despertar o interesse da população pelas esculturas, patrimônio histórico e seu significado. Para Srur, a ação propõe um resgate lúdico da história e seus personagens. O mapeamento das estátuas ocupadas, que permanecem vestidas até 14 de dezembro, diariamente, encontra-se no Centro Cultural Banco do Brasil (r. Álvares Penteado, 112, Centro). Informações pelo tel. 3113-3651. Grátis.

 

Encontros e Memórias

Em homenagem ao Centenário da Imigração Japonesa no Brasil, o Laboratório de Estudos sobre a Intolerância da Faculdade de Filosofia, Letras e Ciências Humanas (FFLCH) e a Escola de Enfermagem (EE) da USP apresentam a mostra “Encontros e Memórias: A Inserção Nikey na USP e na Sociedade Brasileira”. A exposição tem curadoria de Zilda Márcia Grícoli Iokoi e relembra a história de docentes nikeys da Universidade, recontando suas origens, trajetórias, processos de formação e atividades de pesquisa. A mostra será inaugurada nesta sexta, às 19h, incluindo lançamento do documentário Juntar é Bom, mas Misturar é Melhor!!!. A exposição fica em cartaz até 30 de janeiro de 2009, de terça a domingo, das 10h às 16h, na Casa de Dona Yayá, que fica na r. Major Diogo, 353, Bela Vista. Mais informações pelo tel. 3106-3562. Entrada franca.

 
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