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Valinhos ou Vinhedo? Conheça o Observatório Abrahão de Moraes
O endereço registra que o Observatório Abrahão de Moraes, mantido pelo Instituto de Astronomia, Geofísica e Ciências Atmosféricas (IAG) da USP no interior paulista, está em Valinhos. Mas para chegar até o local deve-se passar por toda a cidade vizinha de Vinhedo, cortando bairros e condomínios daquele município. Afinal, a qual cidade pertence o Observatório?

“Do portão de entrada para a frente estamos em Valinhos”, explica o professor Rama Teixeira, diretor do Observatório. A confusão para se definir a cidade do Observatório deve-se à própria história do local: quando foi definida a sua criação, em 1972, a prefeitura de Valinhos cedeu gratuitamente um terreno à USP para a construção do centro; mas o governo estadual, responsável pela construção das vias de acesso ao local, optou por fazê-las por Vinhedo – dando a real impressão de que o Observatório está nessa cidade.
Rama Teixeira conta que essa dificuldade já rendeu algumas confusões e desencontros para os visitantes do centro. “Um grupo de estudantes de Valinhos agendou uma visita aqui e simplesmente não achou o local. Foram parar em Campinas”, brinca. Tanto que hoje, ao falar da localização do Observatório para quem não conhece o local, Teixeira é preciso: “fica em Valinhos, mas com acesso por Vinhedo”. Com essa questão geográfica definida,passemos a falar sobre as atividades do Observatório.  
Histórico
O IAG mantinha, até a década de 1970, um Observatório no Parque da Água Funda, na capital paulista. Mas o céu de São Paulo foi se tornando cada vez mais difícil de ser observado – menos pela poluição atmosférica, e mais pelo excesso de iluminação típico das grandes cidades – e o observatório teria que ser transferido para um local menos habitado. Foi quando apareceu a oferta do terreno em Valinhos e o Abrahão de Moraes foi construído.

Mas a região de Valinhos e Vinhedo também cresceu. Com isso, o céu do Abrahão de Moraes também não se tornou tão produtivo quando da fundação do Observatório. Em meados da década de 1990, o principal telescópio do local foi transferido para um observatório criado pelo CNPq no município mineiro de Brasópolis. Começaria, então, a época de “vacas magras” do Abrahão.

Ainda na metade da década de 1990 o Observatório passou a se reerguer, com a reforma de um dos seus principais telescópios – construído na década de 1970 e automatizado em 1995, o que faz com que ele seja ferramenta para pesquisas de alto nível até hoje – e a diversificação de suas atividades.
Educacional
“Temos que reconhecer que o céu daqui já não é mais perfeito para observações. O Brasil é próximo do Chile, país que tem o melhor céu do mundo. Muitos de nossos pesquisadores fazem seus estudos por lá”, explica Rama Teixeira, que assegura – o fato de se fazerem observações em outros países não esfria nem desmerece a produção nacional na área. “As observações são feitas fora, mas todo o trabalho é desenvolvido aqui. Isso é apenas uma etapa”, afirma.
 
Com esse cenário, vale a pena manter um observatório em um terreno de 450 mil metros quadrados, e com equipamentos caros? Vale, e Teixeira justifica o motivo: “um local como o Abrahão tem um potencial para a educação fantástico. Recebemos visitas aqui e é muito legal ver o primeiro contato de crianças com o telescópio, com o ambiente de pesquisa. Isso estimula muito os estudantes”.

Entre as atividades desenvolvidas pelo Observatório, está o programa Telescópio na Escola, que dispõe um dos instrumentos do instituto para observações de estudantes de diversas instituições dos ensinos médio e fundamental. Pela internet, das suas escolas, os estudantes operam o telescópio, apontando para onde têm interesse, e fazem suas observações.

O Abrahão de Moraes mantém hoje três telescópios em funcionamento e está finalizando o processo para compra de mais um, que será também destinado para fins educacionais. “Pretendemos ampliar o acesso de estudantes e interessados em geral para o Observatório”, diz Teixeira.
 
Pesquisa
Mas o Observatório ainda é um aparato essencial para as pesquisas desenvolvidas no IAG. Estudantes, tanto de graduação como de pós, bolsistas e pesquisadores docentes frequentemente estão no local para coletar informações para seus projetos. “Muitos trabalhos publicados recentemente pelo IAG são originados de pesquisas realizadas aqui”, aponta o diretor do Observatório.

E não apenas no campo da astronomia. A geofísica, também do IAG, mantém no local um aparelho para detecção e medição de abalos sísmicos que remete informações em tempo real e com precisão exata para a Cidade Universitária.

A dificuldade de acesso ao local – e o fato de que o melhor período para as observações é o noturno – faz com que seja necessário que haja no Observatório instalações para que sejam abrigados os pesquisadores que desenvolvem estudos extensos no centro. O Abrahão tem dois alojamentos e uma casa, que abrigam cerca de 10 pessoas.

Visitas
Grupos de escolas e pesquisadores não vinculados à USP costumam visitar o Observatório. Mas um leigo no assunto, que não tenha vínculo acadêmico com a astronomia, também pode conhecer o local.

Para agendar uma visita, entre em contato pelos telefones
(19) 3886-4439/3876-1444 ou pelo email teixeira@iag.usp.br

Nome: Observatório Abrahão de Moraes

Unidade: Instituto de Astronomia, Geofísica e Ciências Atmosféricas (IAG)

Cidade: Valinhos-SP

Atividades desenvolvidas: Observações espaciais para pesquisas em astronomia e medição de abalos sísmicos
 
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