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Museu Republicano preserva história
A cidade de Itu, no interior de São Paulo, é lembrada nacionalmente pela fama que tem de ser o local em que tudo é muito grande. Mas há também outro componente que faz com que o município esteja registrado nos livros que contam a história do Brasil. Trata-se da importância da cidade nos processos que culminaram com a Proclamação da República, em 1889. Itu foi sede da principal reunião dos articuladores do movimento republicano, a Convenção de Itu, e hoje a cidade intitula-se, justamente, de Berço da República.

E a casa que abrigou a célebre Convenção hoje é a sede do Museu Republicano Convenção de Itu, entidade administrada pela USP e vinculada ao Museu Paulista (MP) da Universidade.
Imponência
O casarão em que está instalado o Museu foi construído em meados de 1850, e pertencia à tradicional família Almeida Prado. A famosa convenção não foi realizada ali por acaso – além de ter proprietários ilustres e ser um espaço ótimo para reuniões de grande porte, a localização, no centro de Itu, era perfeita para receber os cavalheiros que discutiam os novos rumos da política nacional.

E por que Itu? Vários fatores explicam a importância que a cidade tinha naquele momento-chave da história. Um deles persiste até hoje, e é a boa localização do município: Itu está estrategicamente próxima a cidades importantes do interior paulista, como Jundiaí e Campinas, e também tem sua proximidade com a capital do estado. E, à época do Império Brasileiro, a atividade econômica da cidade, somada a esses componentes, fazia de Itu um centro dos mais importantes.

Atualmente, mais de 130 anos após a Convenção, o Museu procura recriar o clima de transformação que pairava na cidade e no casarão. Os móveis reproduzem a configuração pela qual foram dispostos na época da convenção; quadros exibem retratos dos protagonistas da histórica reunião e de outras personalidades do processo republicano. E objetos pessoais, recortes de jornais e mapas da época ajudam o Museu a desempenhar esse trabalho de resgate histórico.

No Museu Republicano acontecem também mostras periódicas, em que o destaque vai para personalidades ou momentos históricos. Uma das mais recentes homenageou Prudente de Moraes, o primeiro presidente civil do Brasil, que governou entre 1894 e 1898.

Centro de Estudos do Museu, conhecido como Casa do Barão, inaugurado em 2005
Ensino e Pesquisa
Expor objetos e manter viva a história da proclamação da República no Brasil é um trabalho de muita expressão. Mas as atividades do Museu vão além do resgate histórico. Hoje, o local se consolida como a maior referência de estudos sobre a República Velha (1889-1930) em todo o Brasil.
 
Esse título é atribuído ao Museu pelo seu amplo acervo iconográfico, bibliográfico e documental – há, no local, uma coleção única que é procurada continuamente por estudantes e pesquisadores interessados em entender melhor esse período histórico do nosso país.

Nesse processo de consolidação do Museu como um local de referência, a inauguração do Centro de Estudos, em 2005, é uma etapa fundamental. O Centro funciona em um casarão tradicionalmente conhecido na cidade como Casa do Barão, a poucos metros do Museu Republicano. Assim como a sede do Museu, a Casa do Barão também é dotada de um forte caráter histórico – foi sede da prefeitura de Itu e, antes de ser administrada pela USP, era sede da Secretaria de Turismo da cidade.

“A importância da Casa do Barão é tanta que não podemos chamá-la de um simples ‘anexo’ do Museu Republicano”, brinca a professora Eni de Mesquita Samara, diretora do Museu Paulista (MP) da USP, que administra o Museu Republicano. Faz sentido: a Casa do Barão é maior que o Museu Republicano e tem passado por constantes reformas e aperfeiçoamentos para abrigar setores tradicionalmente instalados no Museu.

Eni explica que a intenção é passar para a Casa do Barão toda a parte administrativa do Museu, além dos acervos da instituição. Com isso, o Museu teria mais espaço livre para ampliar a eficácia de sua atividade fim: servir de um local para preservação do passado do Brasil. “O Centro de Estudos é um patrimônio muito importante que a Universidade adquiriu. Com a transferência de setores do Museu para a Casa do Barão, a função histórica do Museu é preservada”, complementa.   A Casa do Barão também se consolidará, nos próximos anos, num local de eventos sobre a República Velha. Já abrigou recentemente congressos nacionais sobre a história do café e do açúcar, e há o planejamento para que seja sede de outros encontros de pesquisadores em um futuro breve.
Acervo histórico do Museu:  de obras de arte a recortes de jornais da época da Proclamação
A cidade
Apesar de Itu não ser sede de nenhuma outra unidade da USP, a professora Eni de Mesquita Samara é taxativa ao afirmar que não valeria à pena, para a Universidade, fazer uma hipotética transferência do Museu Republicano para a capital: “em São Paulo, não teríamos um casarão com essa importância histórica. O trabalho de preservação da memória estaria comprometido. Além disso, considero ser fundamental que a Universidade tome conta de patrimônios como esse”.

Para a professora, a sinergia entre Itu e o Museu Republicano é uma das chaves para o sucesso que a instituição vivencia hoje. “Quando conversamos com a população, percebemos a vontade que eles têm de acolher o Museu, de receber a Universidade. E por outro lado, acredito que quando a Universidade mantém centros no interior, faz um elo fundamental com a sociedade”, resume.   O Museu está localizado na Rua Barão de Itaim, 67, no Centro de Itu. Recebe visitantes de segunda a sexta-feira, com entrada gratuita. Mais informações pelo telefone (11) 4023-0240.
 

Nome: Museu Republicano Convenção de Itu

Unidade: Museu Paulista (MP)

Cidade: Itu (SP)

Atividades desenvolvidas: Exibição de acervo histórico e centro de referência sobre a República Velha Brasileira (1889-1930)
   
 
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