Prática Pedagógica: Brincadeira e diversidade
- Franscisco Martins Neto
- Eliene de Oliveira de Almeida Santana
- Sizino Maciel
- Andréa Bordini
- Anaizuede Estefania S. Oliveira
Objetivos Gerais;
1-
Propiciar
situações de diálogo entre as crianças por meio da apreciação de imagens e dos
relatos sobre a infância dos funcionários que trabalham na Creche.
2-
Valorizar a Brincadeira como uma prática
cultural essencial à formação da criança.
3- Criar situações as quais a criança possa
perceber as mudanças que ocorreram no tipo de brincadeira nas diferentes
culturas e tempos, assim como nos valores que são peculiares de cada lugar de
origem.
Objetivos Específicos:
1-
Ampliar
o repertório de canções e brincadeiras das crianças.
2- Conhecer
e valorizar brincadeiras que fizeram parte das experiências de vida dos
funcionários da Creche.
3- Criar
contextos de socialização das brincadeiras desses adultos com as crianças;
4- Explorar
o espaço, o ritmo, os gestos e as ações corporais a partir das histórias e das brincadeiras apresentadas;
Faixa Etária Crianças de 5 anos Conteúdo
·
Experiências com uma variedade de brinquedos
e brincadeiras que fizeram parte da infância dos funcionários e dos povos que
formam as nossas bases culturais.
·
Encontros para compartilhar conhecimentos entre
os funcionários e as crianças;
·
Estimular a interação entre as crianças e
entre adultos e crianças;
·
Vivências que possibilitem a ampliação de
movimentos e de gestos criativos, valorizando as expressões espontâneas das
crianças;
· Explorar temas relacionados aos conteúdos da dança:
1-
Explorar
movimentos amplos e restritos, fora da extensão do corpo, no espaço ou de sua
aproximação com o centro do corpo;
2-
Explorar
a consciência do corpo no espaço quanto ao: níveis (alto, médio e baixo);
direção (frente, atrás e lado), caminhos (retos, curvos, circulares,
espiralados);
3-
Explorar
as ações corporais: locomoção (andar, correr, rolar, saltitar);
·
Livros
de lendas e mitos dos povos indígenas e africanos: “Chuva de manga”/” Pequenos
Contos africanos”/ Livro e DVD “ Kalapalo – jogos de e brincadeiras do povo
Kalapalo”- Produzido pelo SESC SP;
·
DVD “Para todo mundo ficar sabendo” – Aldeia
Abelhinha /Mato Grosso ( material produzido pelo MAE-USP( Museu de arqueologia
e etnologia da Universidade de São Paulo)
·
Kit
com objetos e brinquedos dos povos indígenas (cocares, colares, cestos,
sementes diversas, palha de milho, urucum, arco e flecha, pilão e bonecas de
palha de milho e madeira);
·
Yó
– brinquedo da etnia Xavante ( sabugo de milho e pena de galinha)
·
Boneca
de sabugo ou de palha de milho (sabugo, retalhos de tecido, barbante e canetinha
hidrocor)
·
Pião
de fieira
·
Piorras
(tampinhas de refrigerante furada no centro e palito de churrasco);
·
Corda
grande
·
Argila
e sementes diversas
·
Peteca
de palha de milho
·
Peteca
de jornal (jornal e barbante)
1ª
Atividade
-Assistir o DVD “Para todo mundo ficar
sabendo” – etnia Xavante.
Levantar algumas questões com as crianças:
Quais são as brincadeiras presentes? Nós brincamos com os mesmos tipos de
brincadeira? O que é igual? O que é
diferente?
- Brincar de roda: etnia Munduruku, canção - Ô Mama ô ô ô
- Brincadeira de faz-de-conta: O comprador de mandioca
2ª Atividade
- Roda da etnia Munduruku: Ô Mama ô ô ô
- Apreciação de diversos objetos indígenas
- Apreciação do documentário sobre o povo
Kalapalo;
- Brincar com os objetos: arco e flecha, pilão, sementes diversas, cestos de palha, bonecas de milho, yó (dardo Xavante), cocares indígenas, colares de sementes e penas, peteca e pião de semente, maracá indígena;
3ª
Atividade
- Contar a lenda sobre a origem do povo
Caiapó
- Roda da etnia Munduruku “O mama ô ô ô
- Construir yó: brinquedo Xavante feito de sabugo e pena de galinha
- Brincar de jogar yó (tipo de dardo)
4ª
Atividade
- Petecas: conhecer jogos das etnias: Xavante –Tob-daé, Guarani- Mangá , Kalapalo – Kipú-kipú.
- Construir petecas com jornal;
5ª
Atividade
- Apreciar imagens de pinturas corporais
indígenas de diferentes etnias;
- Organizar as crianças em dupla e propor
que um pinte o corpo do outro, usando como referência os desenhos indígenas;
- brincar de joga pau (adaptação de um jogo do povo Kalapalo)
6ª
Atividade
- Encontro com Anaizuede (funcionária de
apoio da Creche).
- Conversa sobre a infância, o lugar onde
nasceu e viveu, suas brincadeiras preferidas.
- Oficina de construção de boneca de sabugo de milho;
7ª
Atividade
- Brincadeira de mão: Popai e Don don Beibe
- Encontro com Eliene (funcionária de apoio da
Creche). Conversa sobre a infância, o lugar onde nasceu, viveu e suas
brincadeiras preferidas;
Brincadeiras cantadas: O circo pegou fogo. Mememé quer pão? Boi vaqueiro;
8ª
Atividade
Encontro com Chiquinho, Sizino e Paulo Cesar
(pião). Conversa sobre a infância, o lugar onde nasceu, viveu e suas
brincadeiras preferidas.
- Brincar de jogar pião e construção de piorras com tampinhas de refrigerante;
9ª
e 10ª Atividades
- Brincadeira de mão: Popai e Don don Beibe
- Brincadeiras roda e rodas de verso: Roda do Valentim/ Soldado exército/ A caminho de Viseu/ O pião entrou na roda
11
ª Atividade
- Ler história “Chuva de manga” e conversar
com as crianças sobre a história;
- Apresentar brincadeira de mão: N’Dule (
Guiné Bissau)
- Apresentar amarelinha da Costa do Marfim
(usar a canção N’dule para marcar o ritmo);
- Lembrar-se de outras amarelinhas que
conhecemos: caracol, retângulo com duas linhas perpendiculares, sequência com
quadrados do tamanho do pé da criança: começar com um e depois dois quadrados,
repetir enumerando até o número dez.
12ª Atividade
- Ler mitos e contos Africanos e conversar sobre a história;
- Brincar de “Vou passar por aqui” ou Nygupite Hápa ( Moçambique)
- Brincadeira de roda: Chora Mariquinha (São Tomé e Príncipe)
13ª Atividade
- Retomar brincadeira de mão N’Dule
- Apresentar brincadeira de corda: Yalello (Moçambique)
- Lembrar-se de outras canções de pular corda
14ª Atividade
- Conversa com as crianças sobre o encerramento do projeto: escolher as brincadeiras preferidas e organizar uma lista;
- Rememorar as brincadeiras escolhidas;
- Levantar algumas sugestões com as crianças sobre a preparação do espaço e comidas para festa;
- Construir um colar de argila, pena de galinha e sementes para ser usado no dia da festa;
Encerramento do Projeto
- Finalizar o projeto com uma festa: Preparar o espaço com as crianças; pintura corporal; organizar no quintal algumas estações com brinquedos construídos pelas crianças, brincar com os jogos e brincadeiras escolhidas pelas crianças, convidar os funcionários que participaram do projeto e crianças dos outros grupos;
-fazer milho cozido no fogão à lenha, fazer pipoca na fogueira, contar lendas e causos dos povos indígenas e africanos e compartilhar as brincadeiras que aprendemos ao longo do semestre.
Ao longo do projeto as crianças tiveram a
oportunidade de conhecer uma diversidade de brinquedos e brincadeiras, ouviram
histórias da infância das pessoas que trabalham na Creche. Conheceram um
pouquinho de como vivem e pensam o mundo, os povos indígenas e africanos por
meio dos documentários, dos contos, dos mitos e lendas.
O
contato com as dimensões lúdicas presentes nas diferentes culturas, apontou
para o que é comum e suas variações na forma de construir e brincar, como por
exemplo: os brinquedos construídos com elementos da natureza, as rodas e
brincadeiras cantadas e os brinquedos tradicionais que são muito presentes
entre estes povos.
Assim como, conheceram alguns brinquedos que fizeram
parte da infância de alguns funcionários da Creche e assim puderam relacionar
com as práticas coletivas dos povos que formam as nossas matrizes
culturais.
O projeto trouxe o brincar como elemento
essencial para as atividades de Dança, porque considerou que os diversos
brinquedos e brincadeiras fazem parte da cultura infantil, pela riqueza de
expressões, por ser alegre e valorizar a espontaneidade de gestos e movimentos.
Ampliou o repertório de canções e brincadeiras
das crianças e possibilitou o processo de construção do corpo criativo, por
meio da improvisação de movimentos e da criação de espaço de convivência e
oportunidades para que crianças e adultos
criassem culturas. Neste sentido,
as atividades promoveram muitos desafios corporais, como andar lateralmente na
roda, brincar com equilíbrio e desequilíbrio do corpo para pular amarelinha ou
coordenar o ritmo para pular corda, nas brincadeiras de mão as crianças
precisaram organizar o seu ritmo individual com do amigo, além do desafio de
lançar o pião e fazê-lo rodar.
Experiências que possibilitaram diferentes formas de ver e
conhecer o mundo. Além de construírem relações que se pautaram no respeito, na
igualdade social e racial, na igualdade de oportunidade e no exercício de uma
prática e postura democrática.
Sendo assim, o projeto propiciou espaços de
encontros, de convivência, de troca de experiência, valorizando a estética
presente nestas expressões da cultura da infância e a construção de uma identidade
cultural.
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