Com o objetivo de dar visibilidade à produção fotojornalística advinda de cursos de graduação na área de comunicação, esta segunda edição da mostra conta com a participação de 16 instituições brasileiras. Representantes de Alagoas, Bahia, Ceará, Espírito Santo, Goiás, Mato Grosso do Sul, Paraná, Pernambuco, Rio de Janeiro, Rio Grande do Sul, Rondônia e São Paulo evidenciam a diversidade de temáticas e o empenho em manter o fotojornalismo como uma importante prática a serviço do interesse público e do debate social.

Sala na rua

Sofá abandonado no bairro Vila Maria Zélia, Belenzinho, zona leste de São Paulo. A imagem faz parte de ensaio produzido sobre sofás abandonados em várias regiões da cidade. A pauta foi sugerida pela editoria de fotografia da Folha de São Paulo, e os sofás foram encontrados e fotografados pelos estudantes do curso de Fotografia da Belas Artes, na disciplina “Fotojornalismo e Documentarismo”, no segundo semestre de 2019.

Foto: Isabella Oliveira (Centro Universitário Belas Artes de São Paulo).

Descanso

Trabalho de fotojornalismo para o concurso da Biblioteca Parque intitulado: ” A Leitura é para Todos”, em 2019. Sobre a força de vontade de ler, apesar de todo o cenário fazendo oposição ao aprender.

Foto: Geisa Gil de Souza Vieira (UNESA – Universidade Estácio de Sá/RJ).

Sem título

Devotos do Padre Cícero e residentes no bairro Bulandeira, na cidade de Barbalha, sul do Ceará, Antônio Cândido Gomes e Maria das Graças Vieira Gomes, com 62 e 53 anos, respectivamente, dependem do auxílio do Bolsa Família para complementação da renda. Ela trabalha como cozinheira e ele, atualmente desempregado, faz alguns serviços esporádicos para sobreviver.

Foto: Alessandro Fernandes (UFCA – Universidade Federal do Cariri/CE).

Vertigem em pele

O movimento da fé circula de forma transeunte em Juazeiro do Norte – CE, deslocando fiéis de distintos locais do país em encontro ao sagrado. Mulheres romeiras e pedintes utilizam de tecnologias corporais para auxiliar sua sobrevivência no centro, localizando-se em frente ao Museu Padre Cícero, até então fechado para visitas. As mãos, como parte do corpo, se tornam um meio de comunicação afetivo e espiritual. Dona Josefa, de 55 anos, veio da Paraíba para Juazeiro do Norte, é viúva e está no município há 20 anos.

Foto: Andressa Yare Andrade Roque (UFCA – Universidade Federal do Cariri/CE).

A fé durante a pandemia

Depois de caminhar a pé da cidade de São Paulo até a cidade de Aparecida, o romeiro Adilson, com seus familiares atrás, caminha de joelhos na passarela entre a nova e a velha igreja no Santuário Nacional de Nossa Senhora Aparecida. O romeiro cumpre sua promessa no feriado de Corpus Christi, em 11/06/2020.

Foto: Eduardo Barbosa (SENAC/CAS/SP).

Sem título

Oxum, a orixá dos lagos, dos rios, das cachoeiras e das águas, é filha de Iemanjá e Oxalá. A imagem integra uma cobertura fotojornalística durante a IX edição do Xangô Rezado Alto, realizado no dia 2 de fevereiro de 2020, em Maceió-AL. O evento reuniu grupos tradicionais de matriz africana para protestar contra a discriminação e a intolerância, e exigir liberdade de manifestação cultural e religiosa. A “Quebra de Xangô” retrata um dos mais terríveis golpes para a cultura negra em Alagoas, fato que aconteceu nessa mesma data, em 1912

Foto: André Luís Bonfim Sousa (Unit/AL – Centro Universitário Tiradentes).

Vidas negras e indígenas importam

Jovens se manifestam no centro de Campo Grande (MS) contra o racismo e a violência que atinge comunidades indígenas. Duas práticas nada novas, mas que causaram ainda mais revolta com o caso do menino João Pedro, de 14 anos, morto em maio de 2020 com tiros nas costas durante ação da PM no Rio de Janeiro. Protegidos por máscaras e munidos de cartazes, os participantes protestaram na Praça do Rádio e foram observados durante todo o tempo por três viaturas da Polícia Militar. 

Foto: Alicce Rodrigues
(UFMS – Universidade Federal do Mato Grosso do Sul).

Vicente e Matilde exibem com orgulho as ferramentas de trabalho

Para Vicente Garcia,72 anos, a terra significa muito. Ele chegou em Rondônia, na década de 1970, com seu pai, na esperança de não ser mais meeiro. Desde então, a sua vida foi marcada por intensos conflitos pela terra e, por meio destes, hoje tem o direito de desfrutar de sua produção e sustentar a sua família para viver, segundo ele, com dignidade. Ele alinha cada ferramenta de seu trabalho e relata como conheceu sua esposa Matilde em Adriana – primeiro assentamento do MST em Corumbiara /RO.

Foto: Leuziene Lopes (UNIR – Universidade Federal de Rondônia).

Sem título

Os primeiros registros de óleo no litoral do Nordeste brasileiro ocorreram no dia 30 de agosto de 2019 e, em poucos dias, uma faixa de cerca de 3 mil quilômetros do litoral já estava tomada por 5 mil toneladas de óleo. A tragédia ficou marcada como um dos maiores crimes ambientais da história do país. Parques nacionais, áreas de proteção ambiental, reservas extrativistas, reservas biológicas e áreas de interesse ecológico foram atingidos pelo óleo em praias do Nordeste.

Foto: Sérgio Maranhão de Mendonça Campos (UNICAP – Universidade Católica de Pernambuco).

A nuvem

O jovem estudante Daniel, fora da escola e sem acesso à internet, trabalhando como coletor de material reciclável na Associação Reciclagem Verde Vida, em Vila Velha-ES, durante a pandemia.

Foto: Carolina Merlo Pereira (UVV – Universidade Vila Velha/ES).

Diário fotográfico – COVID 19

Recluso em uma situação pandêmica enquanto se vive uma distopia generalizada, o registro diário de fragmentos da vida se inicia. Durante os 215 dias de isolamento social as imagens foram captadas e publicadas em uma conta de Instagram, transformando os relatos imagéticos em uma espécie de diário, permitindo o registro do período em que nos encontramos em quarentena. Esta série fotográfica traz registros de momentos vividos com as pessoas que vivem com o autor, durante atividades domiciliares e momentos em que saídas foram realizadas.

Fotógrafo: Daniel Roese Fraga (UNISINOS – Universidade do Vale do Rio dos Sinos/RS).

Sem título

Estudantes em manifestação pelo Dia Internacional da Mulher, em 8 de março de 2020, na Av. Paulista, São Paulo.

Foto: Sarah Lidice (Universidade de São Paulo).

Costurando o tempo

A imagem foi tomada durante atividade prática numa empresa de produção da seda, em Maringá, a 100km de Londrina. Essa empresa é exemplo de sustentabilidade. Reaproveitam casulos que seriam descartados e produzem fios rústicos. Vendem os tecidos prontos para a TV Record confeccionar os figurinos de suas novelas de época.

Foto: Jessica Oliveira (UEL – Universidade Estadual de Londrina/PR).

Obras paralisadas do Eixo Viário servem de moradia insalubre para comunidade carente de Maceió

Com a paralisação das obras do conjunto, cerca de quinze famílias invadiram e sobrevivem nesses prédios inacabados; dos cinco apartamentos, quatro estão ocupados com apenas um e dois andares. No local ainda teria uma creche e um posto de saúde, mas até agora nada. Antes de serem entregues paralisaram as obras e os objetos instalados foram furtados e depredados. A execução dessa obra já perdura por mais de uma década.

Foto:  Carlos Felipe da Silva Lima (Unit/AL – Centro Universitário Tiradentes).

O rei do baba

A cultura do “baba” infantil nos bairros de Salvador. Baba significa partida de futebol amador. Fotografia publicada na Revista Fraude do PETCOM/UFBA.

Foto: Caíque Bouzas/Labfoto/Facom (UFBA – Universidade Federal da Bahia).

Sem título

Manuela, moradora da ocupação do Alto da Boa Vista, em Goiânia – GO, brinca ao lado do barraco em que vive com sua família. O objetivo da pauta foi mostrar o cotidiano de crianças que vivem numa ocupação urbana no município, sem infraestrutura de asfalto, saneamento básico e com acesso precário a serviços públicos essenciais, tais como educação e saúde.

Foto: Júlia Barros (PUC – Goiás).

Sem título

Dora Gaia (64) volta à casa que construiu e morou durante 25 anos com sua família, no bairro Pinheiro, em Maceió. Cerca de 25 mil pessoas tiveram suas vidas transformadas por conta de uma ‘falha’ geográfica proporcionada pela extração de Salgema, da Braskem, após um tremor de terra de magnitude 2,5 na escala Richter. Um plano de desocupação está em andamento para 6,3 mil casas nos bairros do Pinheiro, Mutange e Cambona. Essa é uma das histórias – de vidas – que a mineração não consegue enterrar.

Foto: Bruna Christina Lima Motta da Rocha (Unit/AL – Centro Universitário Tiradentes).

Bem Me Quer

Pauta: fotografia e memória. A fotografia tem sua parte teórica baseada no conceito de visualidade fotográfica, pois ao criar microuniversos e representar neles o desejo de mudar o mundo, mesclam-se lembranças com desejos, passado com futuro, memória com sonhos. A brincadeira infantil e a mão da mulher idosa parecem estar em contraste, no entanto, estão colocadas na composição como lembrança e futuro. Não é possível lembrar sem sonhar e a memória, evocadora de esperanças, tem a capacidade de movimentar o futuro.

Foto: Maria Luisa Silva dos Santos (UESC – Universidade Estadual de Santa Cruz/BA).

Cana, suor e trabalho

Cortadores de cana chegam a cortar 15 toneladas por dia em monocultura do município de Capela/AL. O ritmo imposto aos trabalhadores é digno de competição com as máquinas, já que uma colheitadeira realiza o trabalho de 80 a 100 pessoas que recebem pelo que produzem. Sem EPIs, os cortadores se expõem, diariamente, a cargas físicas, químicas e biológicas. As marcas do trabalho escravo ainda estão presentes no interior alagoano.

Foto: Arabela Melo Moreira Silva (Unit/AL – Centro Universitário Tiradentes).

Carlos’ Crossroads

Foto realizada em cumprimento à pauta sobre o estado emocional gerado nos indivíduos numa cidade em eterno movimento.

Foto: Jorge Carlos Carrasco González (UFRGS – Universidade Federal do Rio Grande do Sul).

Ficha técnica

Autores
Alessandro Fernandes 
Alicce Rodrigues
Andressa Yare Andrade Roque
André Luís Bonfim Sousa
Arabela Melo Moreira Silva
Bruna Christina Lima Motta da Rocha
Caíque Bouzas
Carlos Felipe da Silva Lima
Carolina Merlo Pereira
Daniel Roese Fraga
Eduardo Barbosa
Geisa Gil de Souza Vieira
Isabella Oliveira
Jessica Oliveira
Jorge Carlos Carrasco González   
Júlia Barros
Leuziene Lopes
Maria Luisa Silva dos Santos.
Sarah Lidice
Sérgio Maranhão de Mendonça Campos

Docentes curadores
Adriana M. Assumpção (Universidade Estácio de Sá)
Armando Fávaro (SENAC/SP)
Atílio Avancini (Universidade de São Paulo)
Ana Taís Martins (Universidade Federal do Rio Grande do Sul)
Bruno Alencastro (Universidade do Vale do Rio dos Sinos)
Camila Freitas (Universidade Federal do Rio Grande do Sul)
Carlos André Leão Barbosa de Macedo (Centro Universitário Tiradentes -UNIT/AL)
Cássia Maria Popolin (Universidade Estadual de Londrina)
Déborah Rodrigues Borges (PUC Goiás)
Elane Abreu de Oliveira (Universidade Federal do Cariiri)
Elisabeth Kimie Kitamura (Universidade Federal de Rondônia)
Elizabeth Nader Simões (Universidade Vila Velha)
Guilherme Tosetto (Centro Universitário Belas Artes)
Luciano Guimarães (Universidade de São Paulo)
Marina Chiapinotto (Universidade do Vale do Rio dos Sinos)
Josbeth Correia Macário (Centro Universitário Tiradentes -UNIT/AL).
Julianna Nascimento Torezani (universidade Estadual de Santa Cruz)
Marcelo Eduardo Leite (Universidade Federal do Cariiri)
Maria Rachel Fiúza Moreira (Centro Universitário Tiradentes -UNIT/AL)
Raul Barbedo Krebs Junior (Universidade do Vale do Rio dos Sinos)
Renata Maria Victor de Araújo (Universidade Católica de Pernambuco)
Roberto Rivelino de Amorim (Centro Universitário Tiradentes -UNIT/AL)
Rodrigo Rossoni (Universidade Federal da Bahia)
Silvio da Costa Pereira (Universidade Federal de Mato Grosso do Sul)
Wagner Souza e Silva (Universidade de São Paulo)

Júri
Ana Taís Martins Portanova Barros
José Afonso da Silva Jr.
Rodrigo Rossoni

Coordenação Geral
Atílio Avancini
Luciano Guimarães
Rodrigo Rossoni
Wagner Souza e Silva

Web designer
Ulisses Rodrigues