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Estudo avalia os impactos de mudanças climáticas em MG

O presente estudo apresenta os resultados de uma avaliação dos impactos econômicos das mudanças climáticas globais (MCG) no Estado de Minas Gerais. O trabalho analisou o rebatimento espacial dos impactos das MCG sobre o território de Minas Gerais, considerando-se suas microrregiões homogêneas e suas Regiões de Planejamento. Em termos metodológicos, articulou as projeções de alterações climáticas a modelos socioeconômicos, de forma que uma análise integrada dos impactos econômicos desses fenômenos pudesse ser efetuada. Este estudo se insere em um estudo mais amplo (Estudo Econômico das Mudanças Climáticas do Brasil – EMCB), que identificou as principais vulnerabilidades da economia brasileira a MCG e analisou o grau de influência do aquecimento global na agenda de desenvolvimento do Brasil.

O principal objetivo deste trabalho foi avaliar os impactos causados por MCG, manifestadas em mudanças de temperatura e pluviosidade, sobre a economia mineira. Identificaram-se os prováveis impactos de diferentes cenários da mudança do clima em Minas Gerais, avaliando-se suas prováveis repercussões econômicas e regionais no Estado.

Assim, o resultado é um quadro geral do futuro da economia mineira consistente com as premissas utilizadas pelo IPCC – Intergovernmental Panel on Climate Change  –, detalhado para setores e regiões. Foram gerados cenários de referência, ou tendenciais, elaborados sem MCG (SMCG), e cenários com MCG (CMCG) incorporando os efeitos das MCG nos setores agricultura, pecuária e energia, para a avaliação comparativa dos impactos.

É importante enfatizar que os cenários delineados partiram das mesmas premissas adotadas no estudo nacional (EMCB). As trajetórias climáticas do IPCC baseiam-se em hipóteses sobre o comportamento futuro da economia global. Este estudo simulou o comportamento futuro da economia mineira em compatibilidade, na medida do possível, com as mesmas hipóteses do IPCC para a economia global.

Foram gerados dois cenários: A2-BR, alinhado com o cenário climático A2 do IPCC, e B2-BR, alinhado com o cenário climático B2 do IPCC. Em ambos, foram feitas simulações inicialmente sem mudança do clima e posteriormente com mudança do clima. Tais cenários representam trajetórias futuras da economia brasileira e da economia mineira caso o mundo se desenvolva globalmente segundo as premissas (econômicas) dos respectivos cenários do IPCC.  Em termos muito simplificados, o cenário A2 prevê pouca preocupação com as mudanças climáticas, podendo ser caracterizado como um cenário tendencial “business as usual”; já o cenário B2 introduz uma preocupação maior das sociedades com os problemas climáticos, com as consequentes mudanças de atitudes e comportamentos com respeito ao problema.

O trabalho mostrou claramente que os impactos econômicos das MCG poderão ser substantivos em Minas Gerais. Para 2050, o PIB mineiro seria menor entre 1,0% (A2-BR) e 2,7% (B2-BR). Em termos monetários acumulados nos próximos 40 anos, esse efeito atingiria aproximadamente BRL 450 bilhões, em valores de 2008. Ademais, as MCG aumentariam a concentração da atividade no espaço e reforçariam as desigualdades regionais; reduziriam o bem-estar nas áreas rurais gerando pressões potenciais sobre as aglomerações urbanas. Destaca-se também a ameaça das MCG às regiões mais pobres do Estado, com predominância dos efeitos perversos nas áreas rurais.

O estudo foi elaborado em uma parceria entre a Fundação Instituto de Pesquisas Econômicas – FIPE e a Fundação Estadual do Meio Ambiente – FEAM.

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