O Brasil é um dos países mais desiguais do mundo, embora tenha apresentado um crescimento econômico razoável e uma melhora significativa na distribuição de renda ao longo da última década. Nesse contexto, é importante analisar quais fatores explicam a recente queda na desigualdade de renda no país A fim de fornecer subsídios empíricos para responder essa questão, são elaboradas representações da economia brasileira para os anos de 2004 e 2009, por meio de Matrizes de Contabilidade Social inter-regionais. A partir destas e da aplicação da metodologia de multiplicadores de preços fixos, são analisados os impactos sobre o grau de desigualdade de renda do país decorrentes de mudanças na estrutura produtiva, no perfil de consumo das famílias, na estrutura de demanda por trabalho das atividades e sua remuneração, e na demanda final. Os resultados indicam que o perfil de apropriação da renda de fatores por parte das famílias e os programas de transferência de renda como o Bolsa Família foram os que mais contribuíram para a queda da desigualdade, enquanto que as significativas mudanças na estrutura produtiva, na demanda final exógena e no consumo das famílias não alteraram tanto a desigualdade no nível nacional. Tal resultado indica que a manutenção de programas de transferência de renda e aumento da escolarização são políticas importantes para a continuidade da queda da desigualdade.
Autor: Rafael Perez Marcos
Orientador: Carlos Roberto Azzoni
Ano: 2014