Sucesso da tecnologia agrícola brasileira é exemplo para aumentos na oferta mundial de alimentos

Segundo a reportagem publicada pela revista britânica The Economist, em agosto de 2010, intitulada “The Miracle of the Cerrado”, os avanços ocorridos na agricultura brasileira nos últimos 40 anos em conseqüência do investimento em tecnologia poderão servir de exemplo para aumentar a produção de alimentos em escala mundial nas próximas décadas.

A revista classifica como “impressionante” o crescimento da produção agrícola brasileira e para isso apresenta dados concretos: o valor total da safra cresceu 365%, entre 1996 e 2006, passado de R$ 23 bilhões para R$ 108 bilhões em uma década, colocando o país como maior potência agrícola tropical do mundo.

Grande parte da responsabilidade pelos avanços na lavoura brasileira é atribuída pela Economist à Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa), e que se tornou a “principal instituição de pesquisa tropical do mundo”. Seu maior papel, no entanto, tem sido o de transformar o cerrado em um bioma capaz de proporcionar a expansão da fronteira agrícola brasileira. O excesso de acidez e a pobreza de nutrientes no solo faziam da savana brasileira um cenário pouco propício à agricultura quando a Embrapa nasceu, há quase quatro décadas.

O “milagre brasileiro” não ocorreu por meio de uma “simples” solução tecnológica, mas sim por uma “abordagem sistêmica”, em que todas as intervenções influenciaram no resultado. Dentre elas, podem ser destacadas: o desenvolvimento de variedades da bactéria rhizobium, útil na fixação de nitrogênio pelos legumes, reduzindo a necessidade de fertilizantes; melhoramento da gramínea braquiária, que tem um rendimento muito superior ao capim nativo do cerrado; adaptação da soja para a realidade brasileira, através de variedades mais resistentes a solos de alto teor de acidez e redução do período de desenvolvimento dessa cultivar; integração lavoura-pecuária e floresta, entre outros.

Estimativas apontam que apenas 40% do aumento na produção mundial de grãos é decorrente do aumento do rendimento, sendo os 60% restantes devido ao aumento da área cultivada.

“Se pedissem para você descrever o tipo de produtor de alimentos que será mais importante nos próximos 40 anos, a respota provavelmente seria: alguém que aumentou muito sua produção e é capaz de continuar fazendo isso; alguém com reservas de terra e água; alguém capaz de manter um grande rebanho bovino (não precisa necessariamente ser eficiente, mas que possa ser melhorado); alguém que seja produtivo sem maciços subsídios do Estado”, aponta o texto.

“Em outras palavras, você descreveria o Brasil.”

fontes dessa notícia: the economist; revista canavieiros – ed. agosto/2010.

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