Em entrevista concedida à Rede Rural, Eduardo Riedel, presidente da Federação da Agricultura e Pecuária de Mato Grosso do Sul (FAMASUL), afirma que a posição do Brasil no topo da cadeia produtiva mundial não é mito, é uma realidade.
Confira alguns trechos:
“Como o produtor pode lidar com espaço cada vez mais reduzido para produzir, sabendo que em pouco tempo a demanda por alimento vai aumentar?
A grande orientação é em cima de eficiência de produção. Se analisarmos o histórico da evolução do volume produzido de qualquer produto, pode ser carne, suíno, frango, bovino, leite ou grãos de uma maneira geral, a evolução da área utilizada para a produção desses alimentos todos é muito aquém da evolução da produção deles. De 1980 pra cá, você tem uma evolução da produtividade e da eficiência muito grande, que está baseada no desenvolvimento de pesquisa e tecnologia na área de genética, nutrição de animais ou plantas, manejo, desempenho das máquinas e conhecimento de gestão, que parece que não funciona, mas funciona muito. É uma série de fatores que elevaram muito a produtividade e não para.
Isso tem um perfil de desenvolvimento mais acentuado do que a possibilidade do aumento de área. Agora a eficiência exclui o ator do processo. Se ele não for eficiente e não acompanhar essa evolução com um nível de tecnologia adequado, o mercado o coloca pra fora (…).
O senhor acredita que vai chegar o dia em que a produtividade terá um limite e que a área não vai suportar?
Eu acho existirão novas possibilidades de tecnologia que talvez a gente nem tenha hoje e que vão suprir essa demanda. Se você pensar em área, nós temos muito a explorar. No Brasil, a área de pastagens para a pecuária de corte é de 170 milhões de hectares. Isso é três vezes e meia a atual área de produção de grãos a ser explorada com um nível de tecnologia muito maior do que existe hoje. Nossa lotação (em torno de uma unidade animal por hectare [1 UA/ha] na média), pode evoluir em torno de 4 ou 5 UA/ha. Hoje você precisaria de um quinto da atual área de pastagem, sem falar em abertura de área, conversão de biomas, que é a transformação do cerrado, floresta amazônica, caatinga ou mata atlântica em produção.
Sem fazer essa conversão, o que nós temos é 53% do nosso território ainda preservado, e usando só o que já foi utilizado, com o aumento de tecnologia e eficiência, nós podemos ir muito longe ainda pra oferecer alimento na demanda pelos próximos 30, 35 anos que estão por vir. Até 2050, vai dobrar a demanda por alimento. A gente pode dobrar a produção sem mexer em nada da área produtiva brasileira.”
A entrevista pode ser vista na íntegra pelo site:
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