Empresas de aviação civil investem em Bioenergia

Não há dúvidas de que com o aumento da preocupação mundial com o meio-ambiente um dos temas mais abordados atualmente são os biocombustíveis. Desde a geração de energia elétrica, passando pelo uso como lubrificante industrial, até a utilização nos automóveis, os combustíveis derivados de fontes renováveis são vistos como uma excelente opção para a diminuição da emissão de gases do efeito estufa. Além de serem renováveis, o que contribui para a manutenção de fontes de energia no planeta.

Pensando nisso, as empresas do setor de aviação civil começam a investir nesse segmento de energia. Um dos meios de transporte mais poluentes (um carro emite 0,11 Kg de CO2 por passageiro-quilômetro enquanto um avião emite 0,18 Kg de CO2) começa aderir à onda dos combustíveis “verdes”. Abaixo vemos alguns exemplos de inovações desse setor:

1- Lufthansa quer ser a primeira a usar biocombustível em voo regular

A partir de abril de 2011, a companhia alemã Lufthansa operará um Airbus A321 na rota regular Hamburgo-Frankfurt-Hamburgo durante um período de seis meses, no qual – após devida autorização – será utilizada uma mistura de combustível com 50% de querosene biossintética em uma das turbinas. O principal objetivo desse projeto é a realização de um teste de longo prazo, no qual serão analisados os efeitos dos biocombustíveis sobre a manutenção e durabilidade das turbinas. Esse projeto, financiado pelo Governo federal alemão, pretende reduzir a emissão de 1.500 toneladas de CO2 nesses seis meses. Além do teste com o biocombustível o projeto estuda também novas formas de propulsão de aviões e testes com outros combustíveis como o LNG (gás líquido). A querosene biossintética é produzida pela empresa filandesa Neste Oil, parceira da Lufthansa em outros projetos. Essa querosene é feita com base em biomassa pura (BTL, Biomass to Liquid). E esse projeto almeja diminuir as emissões previstas em programas de redução (como o Protocolo de Kyoto).

2- Airbus apóia construção de fábrica de biocombustíveis no Brasil

O fabricante europeu de aviões Airbus manifestou nesta quinta-feira (9 de Dezembro de 2010) seu apoio à construção de uma fábrica de combustíveis no Brasil, junto à companhia aérea TAM e um grupo de empresas especialistas no setor.

O objetivo é “substituir progressivamente os combustíveis fósseis por biocombustíveis na aviação”, destacou o fabricante em comunicado.

A Airbus ressaltou que no último dia 22 (de Novembro de 2010) uma aeronave realizou pela primeira vez um voo na América Latina com combustível vegetal produzido com pinhão manso (“Jatropha curcas”). O próximo passo será a implementação de uma unidade de plantio de pinhão manso, em escala reduzida, no Centro Tecnológico da TAM em São Carlos (SP). O objetivo é estudar a viabilidade técnica e econômica da instalação de uma cadeia produtiva de biocombustível à base de óleo de pinhão manso, desde a matéria-prima até a distribuição do bioquerosene.

No teste realizado no Rio de Janeiro, o Airbus A-309 operou com 50% do combustível feito a partir do vegetal misturado à querosene em uma das turbinas. Ao final a turbina apresentou uma temperatura mais baixa e menor consumo de combustível.

Fonte: biodieselbr.com

3- Biocombustível do lixo

A companhia de aviação British Airways fechou um acordo para a construção da primeira planta europeia de produção de biocombustível para aviões.

Segundo o repórter da BBC Richard Scott, a unidade deverá ser capaz de produzir 60 milhões de litros de combustível para abastecer os jatos da empresa britânica. Para isso, serão consumidas 500 mil toneladas de lixo por ano.

4- No Brasil: Biocombustível para aviões

Uma equipe da Faculdade de Engenharia Química (FEQ) da Unicamp desenvolveu a tecnologia de um novo processo de produção de bioquerosene a partir de óleos vegetais. O produto poderá substituir com diversas vantagens o querosene usado como combustível de aviões. Além de ser mais barata, essa alternativa energética é menos poluente, pois não é emissora de enxofre, de compostos nitrogenados, de hidrocarbonetos ou de materiais particulados.

Processo de produção: O processo para a obtenção do bioquerosene é feito em duas etapas. Na primeira, depois de extraído da planta e refinado para a retirada de impurezas, o óleo vegetal é colocado em um reator, juntamente com o catalisador e uma quantidade predeterminada de etanol. A quantidade de etanol utilizada no processo foi otimizada através de extensivos estudos e é um ponto importante do processo. “O papel do catalisador é acelerar a reação química e fazer com que ela ocorra em uma temperatura mais baixa”, explica Rubens Maciel Filho, um dos responsáveis pela pesquisa. Dentro do reator ocorrem as reações de transesterificação e ou esterificação, levando à formação do éster – o bioquerosene.

A segunda etapa é a mais importante, quando é feita a separação de todos os produtos da reação, ou seja, o isolamento do éster, do catalisador, da água e da glicerina. Reside aí a grande inovação do processo de produção do bioquerosene desenvolvido pela equipe de Maciel Filho. O isolamento é feito em uma unidade de separação intensificada, em condições de temperatura e pressão que possibilitam a obtenção do bioquerosene de forma economicamente viável e que atende aos requisitos para o querosene de aviação estabelecidos pela Agência Nacional do Petróleo (ANP).

No Brasil temos o exemplo também do avião agrícola modelo Ipanema. Esse avião desenvolvido pela Embraer é movido totalmente à etanol produzido da cana-de-açucar.

Fontes:

www.biodieselbr.comwww.inovacaotecnologica.com, Agência EFE de Notícias, www.embraer.com

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