Softwares para avaliação da contaminação do solo ocasionada pelo uso de Agrotóxico

O uso de agrotóxicos com o objetivo de proteger culturas agrícolas contra ataques de pragas, doenças e plantas daninhas, ocasiona uma inerente contaminação do ambiente, como por exemplo o transporte dessas substâncias até águas subterrâneas, contaminando-as.

Desta forma, é importante a determinação do destino ambiental dos agrotóxicos. Para obtenção de tais resultados, faz-se necessária a avaliação de diversos fatores como: o tipo de solo, a condição climática e qual o agrotóxico em questão. Os resultados, por fim, acabam sendo além de muito específicos, muito dispendiosos – devido ao custo dos equipamentos, análises complexas e mão de obra especializada. Assim, diversos experimentos seriam necessários – considerando as diversas variáveis mencionadas – para a elaboração de um manual completo sobre tal questão.

Diversos pesquisadores pelo mundo já somam seus esforços para criar programas de computador que reproduzam o comportamento ambiental ocasionado pelos agrotóxicos. Esses programas já são utilizados em países membros da Comunidade Europeia e também nos Estados Unidos. Dentre as vantagens da utilização de tais softwares, pode-se citar: baixo custo, maior rapidez na avaliação e obtenção dos resultados, maior representatividade nas avaliações (já que podem ser avaliados diversos cenários agrícolas), etc.

Nesse sentido, a Embrapa Agropecuária Oeste desenvolveu um programa de computador, denominado ACHA (Avaliação da Contaminação Hídrica por Agrotóxico) capaz de simular o comportamento de agrotóxicos em solos brasileiros, sob diversos aspectos, como a avaliação da profundidade que um agrotóxico, após ser aplicado em determinada cultura e condições edafoclimáticas, poderá chegar, informando o potencial de contaminação da água subterrânea.

Além disso, o programa fornece informações sobre a persistência do agrotóxico no solo em que foi aplicado, levando-se em consideração a influência da umidade e temperatura do solo, além da atividade microbiana. O projeto de pesquisa, que teve como produto final o programa ACHA, foi financiado pela Embrapa (Programa Agrofuturo/BID) e CNPq (CT-HIDRO), em parceria com o curso de Ciência da Computação da UEMS (Universidade Estadual de Mato Grosso do Sul). Num primeiro momento, o programa ACHA será disponibilizado para órgãos governamentais que lidam com a avaliação da periculosidade ambiental de agrotóxicos.

Leia mais: Agrosotf.org

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