Trator com controle remoto pode dar precisão ao campo

Os fabricantes de equipamentos agrícolas estão explorando uma nova fronteira: a agricultura sem o agricultor.

AGDRONE  O plantador autônomo desenvolvido pela Kinze e Jaybridge Robotics chegará ao mercado no início de 2012.

A Kinze Manufacturing Inc. e a Jaybridge Robotics estão desenvolvendo uma tecnologia que permitirá que tratores sejam operados sem ninguém atrás do volante. Outros fabricantes de equipamentos, tais como a Case IH, exploram maneiras de automatizar o trabalho agrícola.

Nos últimos dez anos, o trabalho de adivinhação ligado ao plantio e à colheita de milho, trigo e outras culturas foi sendo eliminado por meio de sistemas precisos guiados por satélite, que podem ajudar a gerenciar cada polegada de uma propriedade, garantindo eficiência e ajudando-o a evitar erros que possam prejudicar a produção.

Ainda assim, à medida que as propriedades agrícolas se expandem, os produtores se encontram sob maior pressão para encontrar mão de obra qualificada. O foco em sistemas de precisão tem aumentado à medida que sobem os preços de cultivo e os custos de fertilizantes se tornam mais voláteis.

Os agricultores necessitam de condições ideais para o plantio e a colheita. Especialmente nas regiões sub-tropicais, as temperaturas e a umidade do solo muitas vezes só são ideais para o plantio durante um curto espaço de tempo e conseguir semear a terra ou fazer a colheita na hora certa é um desafio.

A falta de tempo muitas vezes é agravada pela escassez de mão de obra que pode ocorrer durante os períodos de plantio e colheita, quando os agricultores mais precisam de ajuda. Alguns proprietários rurais também relutam em entregar a trabalhadores com pouca experiência equipamentos que podem custar mais de US$ 500.000

A Kinze, empresa do Estado agrícola de Iowa, com a ajuda de Jaybridge Robotics, de Massachusetts, está desenvolvendo dois produtos destinados a reduzir as pressões de tempo e mão de obra que os agricultores podem enfrentar.

O semeador autônomo da Kinze determina a rota mais eficiente para o plantio de um campo para logo fazer a semeadura sem a necessidade de um motorista. Um sistema de sensores garante que o trator não passe sobre qualquer obstáculo inesperado, como um poste ou um animal solto. A tecnologia tornou-se viável para a agricultura graças a seu crescente uso pela indústria de automóveis, o que baixou os custos.

Para a colheita, o agricultor ainda tem de operar uma colheitadeira, mas a carreta posicionada ao lado dela para receber os grãos é autônoma. A carreta mantém o ritmo da colheitadeira, e uma vez repleta, se dirige a um caminhão esperando à margem do campo que está sendo colhido. O agricultor precisaria de duas pessoas, em vez de três, para a colheita de grãos.

A Kinze, uma empresa de capital fechado com cerca de 650 funcionários, fabrica carretas de grãos e plantadeiras, mas não tratores. Os equipamentos autônomos serão adaptados para um trator.

Embora em tese os agricultores poderiam programar o plantador autônomo e ir para casa, um cenário mais provável é que o produtor rural use vários plantadores de uma só vez, monitorando de longe todos eles, diz Jeremy Brown, diretor de operações da Jaybridge.

“É um equipamento grande e caro, acho que os agricultores vão preferir ficar por perto”, diz.

A Kinze e a Jaybridge estão trabalhando rapidamente para comercializar o equipamento, e a tecnologia deve chegar ao mercado no início do próximo ano, disse Susanne Kinzenbaw Veatch, gerente de marketing da Kinze. A Kinze não revelou preços potenciais para o equipamento.

Nos Estados Unidos, os agricultores estão cada vez mais contando com a tecnologia de precisão, que ajuda a assegurar que os campos recebam a quantidade certa de sementes e fertilizantes para limitar o desperdício e produzir a maior safra possível. Os agricultores podem agora acompanhar a aplicação de fertilizantes e problemas com o equipamento através de smartphones. Atualmente, a maior parte do plantio já é guiada por sistemas de posicionamento global, ou GPS.

Fonte Texto e Imagem: The Wall Street Journal – 20 de setembro de 2011, reportagem de IAN BERRY

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