Os vinhos argentinos, a mecanização agrícola e o Engenheiro de Biossistemas

A Argentina é um país que muito se destaca pela sua produção de vinhos, incluindo os vinhos nobres e populares. Nesta safra de 2012 estão sendo colhidos 2 (dois) milhões de toneladas de uvas, resultando na produção estimada de 1,4 bilhão de litros de vinho. A produção é boa, a demanda internacional é crescente (sendo observado um aumento de 15% na fatura argentina referente a exportações de vinhos entre os anos de 2010 e 2011) porém existe um grande problema na cadeia produtiva: a falta de mão de obra para colher a fruta do pé.

Colhedora de uvas em funcionamento

As grandes vinícolas já decidiram qual procedimento realizar: investir na mecanização agrícola. A empresa norte americana New Holland observou tal tendência e já detém quase todo esse nicho do mercado. Uma colhedeira de uva substitui, em média, 100 trabalhadores. Luis Reginato, engenheiro que trabalha na área de uvas, disse que “As contas têm mostrado que nas áreas com colheita de seis mil quilos de uva por hectare já é mais barato colher com máquina do que com gente”. O preço da colhedeira é de US$380 mil e tal equipamento colhe os bagos de uva, ao invés de colher os cachos inteiros.

Onde o Engenheiro de Biossistemas pode atuar ? Segundo Reginato, “os vinhedos são pouco mecanizáveis e precisam ser preparados para receber a máquina”, tal observação acusa o espaçamento entre as linhas de plantio (que precisa ser recalculado para permitir a entrada da máquina). A eficiência da colheita mecanizada também pode e precisa ser aperfeiçoada, principalmente para os vinhedos com uvas usadas na elaboração de vinhos nobres, onde o valor atribuído a tais uvas ainda requer que a colheita seja feita manualmente para reduzir perdas ou danos aos cachos.

De acordo com o Engenheiro Agrônomo Guillermo Yaciofano, da bodega Trapiche, “Há oito anos começamos a adotar as técnicas de agricultura de precisão, com toda a área de plantio monitorada”. A utilização de técnicas de georreferenciamento e imagens de satélite por infravermelho dão à empresa um mapa das condições de solo, da fertilidade, do uso da água, do amadurecimento da uva e do seu vigor. Ainda segundo Yaciofano “Nossas pesquisas estão mostrando que é preciso usar a tecnologia não só para colher, mas para produzir melhor”.

Vídeo com o funcionamento da colhedora de uvas:

Leia mais em: Revista Dinheiro Rural – Maio/2012, ano 8, nº91. Pág. 40 à 44.

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