Novo mercado para o Engenheiro de Biossistemas: uso da internet no campo

Na atualidade, o valor de informações precisas e atualizadas e do processamento apurado destas é um fator decisivo para o aumento na produção e maximização dos lucros. Uma realidade encontrada em grande parte das áreas rurais do Brasil é a existência de um sistema de telefonia escasso e da indisponibilidade de internet de banda larga – o que prejudica o produtor, desde o contato com seus compradores e fornecedores até um atraso no recebimento de informações importantes.

Dados recolhidos sendo transmitidos através da internet sem fio.

Observando tal situação, o Governo Federal assinou em 30 de junho de 2011 o Plano Geral de Metas Para a Universalização do Serviço Telefônico Fixo (PMGU 3), que inclui a cobertura de áreas rurais com serviços de telefonia e internet banda larga até o ano de 2015. Segundo Eduardo Levi, diretor-executivo do Sindicato Nacional das Empresas de Telefonia e de Serviço Móvel Celular e Pessoal (Sinditelebrasil), cada frequência é utilizada para um fim específico, “A de 450 mega-hertz será a frequência da telefonia rural e transferência de dados”.

O PMGU 3 também menciona que todos os municípios com mais de 100 mil habitantes deverão ter cobertura 4G até 31 de dezembro de 2016 – O sistema 4G (quarta geração) se caracteriza por ser até 10 vezes mais rápido que a atual tecnologia 3G (terceira geração).

O leilão foi realizado e o valor arrecadado pela Anatel foi de R$ 2,565 bilhões, sendo que o leilão possuiu ágio médio da parte principal deste de 35,69%. As vencedoras do leilão foram as quatro maiores operadoras de telefonia do país: Claro, Vivo, Tim e Oi. Visto que nenhuma das operadoras apresentou proposta voltada para internet móvel rural, decidiu-se que as vencedoras dos lotes nacionais de 4G assumirão as obrigações de universalização também do serviço de internet de banda larga nas áreas rurais.

Desta forma, as responsabilidades de cada operadora por Estado são:

Operadora Claro: Amazonas, Amapá, Acre, Bahia, Maranhão, Pará, Rondônia, Roraima, Tocantins e a região metropolitana de São Paulo. 
Operadora Vivo: Minas Gerais, Pernambuco, Alagoas, no Piauí, Ceará, Rio Grande do Norte, na Paraíba e parte do interior do estado de São Paulo.
Operadora Oi: Rio Grande do Sul, Mato Grosso do Sul, Mato Grosso, Goiás e o Distrito Federal.
Operadora TIM: Paraná, Santa Catarina, Rio de Janeiro e Espírito Santo.

Sensores enviado dados através de rede wireless: em 2015 o processamento de dados poderá ser remoto.

Os prazos determinados, segundo o cronograma do edital, estabelece que todos os municípios com mais de 100 mil habitantes terão cobertura 4G até 31 de dezembro de 2016; as cidades sedes da Copa das Confederações estarão cobertas por 4G até 30 de abril de 2013; as sedes e subsedes da Copa do Mundo terão o serviço até 31 de dezembro de 2013 e até 31 de dezembro de 2015, as áreas rurais até 30 km da sede de todos os municípios brasileiros terão cobertura na faixa de 450 MHz, com serviços de voz e dados.

Atuações dos Engenheiro de Biossistemas: A possibilidade da transmissão de dados diretamente do campo para centros de processamento de dados distantes deste abre ao menos três frente de atuação para o Engenheiro de Biossistemas:

1º – Desenvolvimento de sensores integrados à rede de transmissão de dados na faixa de 450 MHz – substituindo o recolhimento de dados feitos manualmente, que demandam mais tempo e incluem certa imprecisão. 

2º – Desenvolvimento de programas para o processamento dos dados gerados por sensores específicos, que poderão utilizar diversas fontes de dados para gerar resultados mais precisos e adequados a cada região específica.

3º – Desenvolvimento de maquinários que recebam as informações processadas pelos centros de processamento de dados e que atuem apropriadamente na tomada de decisão no campo, garantindo que as ações sejam rápidas e com menor margem de erro de execução.

Fontes:

Rural BR – Agricultura: Anatel arrecada R$ 2,5 bilhões com leilão de lotes para 4G e internet na área rural.

Revista Dinheiro Rural – Agosto/2011, ano 7, nº82.