Internet das coisas e a Engenharia de Biossistemas

Diversas notícias e artigos publicados recentemente demonstram a importância que a internet tem e terá na produção agroindustrial (veja notícias publicas aqui no Portal: Internet no campo e Plantas conectadas à internet). Mas, outra aplicação vem sendo estudada e desenvolvida por diversos pesquisadores, e mostra-se como uma realidade a ser experimentada em alguns anos pelos produtores rurais é a “Internet das Coisas”.

A chamada Internet of Things (Internet das Coisas), ou IoT,  é abordada por diversos núcleos de pesquisa ao redor do mundo, principalmente na última década. Ela é um conceito idealizado na década de 1980 no MIT (Massachusetts Institute of Technology), nos Estados Unidos, seu objetivo foi, desde o início, criar um sistema global de registro de bens usando a single numbering system chamado Electronic Product Code. A Internet das coisas é uma revolução tecnológica que representa o futuro da computação e da comunicação e cujo desenvolvimento depende da inovação técnica dinâmica em campos tão importantes como os sensores wireless e a nanotecnologia. Sua ideia principal consiste em ligar objetos e equipamentos do dia-a-dia em uma grande base de dados, em redes internas ou à internet. Os dados gerados por esses objetos, ou até por organismos vivos, serão registrados e armazenados em uma base de dados. Assim, eles poderão ser examinados e gerar respostas aos objetivos propostos para cada atividade, por exemplo: dados gerados por um refrigerador geram um gráfico que determinará a melhor temperatura interna a cada hora do dia sem a necessidade de ajuste no termostato.

A internet das coisas já possuí uma aplicação conhecida do público. Algumas geladeiras possuem um computador acoplado onde são registrados os alimentos que ela contém. Quando esses alimentos vão acabando, o “computador de bordo”  da geladeira envia mensagem com uma lista de compra, com os produtos que já acabaram na geladeira, a um supermercado que enviará os produtos na casa do cliente. Interessante não? E isso já existe em algumas marcas de geladeira.

Mas, as aplicações na agricultura vão muito além desse exemplo e possuem uma gama enorme de possibilidades. Conceitos como rastreabilidade animal e vegetal, cultivos protegidos, agricultura de precisão e outros podem ser conectados à “Internet das coisas” para produzirem mais dados e maior eficiência. Um exemplo: Um chip ou sensor conectado a um animal envia dados, que ao serem analisados garantem que as condições de temperatura, umidade, quantidade de alimentos se adequem a cada animal em separado. Sem a necessidade de um tratador ou um funcionário readequando essas condições manualmente, tudo de maneira automatizada. Ou então, o cliente cadastra seu celular e consegue visualizar em sua casa cada etapa da preparação de um alimento, desde o plantio, passando pela colheita e transporte até chegar à prateleira do supermercado. Ele poderia ver e saber a origem da semente, quanto de fertilizante foi utilizado, quantidade de água e energia gastas, nutrientes presente no alimento in natura etc. Assim, poderiam ser garantidas melhores condições de produção, gerando maior seguridade alimentar.

As aplicações apresentam-se de formas diversas e ainda necessitam de muitos estudos e testes. Com certeza o Engenheiro de Biossistemas, por seu conhecimento em eletrônica e nas aplicações agrícolas, estará no centro do desenvolvimento dessas aplicações da “Internet das coisas”.

Veja abaixo um infográfico com aplicações atuais e projeções de futuro para a Internet of Things:

Infográfico da CISCO sobre a Internet of Things
Infográfico da CISCO sobre a Internet of Things

Saiba mais em:

http://www5.usp.br/14645/usp-desenvolve-projetos-ligados-a-internet-das-coisas/

http://www.iotbrasil.com.br/

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