Mastite subclinica

De acordo com a Embrapa – Gado de Leite, o leite está entre os 6 produtos mais importantes da agropecuária brasileira, desenvolvendo um papel fundamental para a geração de emprego e suprimento de alimentos. Além de grande importância econômica o leite possui uma grande importância nutricional. Rico em cálcio, o qual é essencial para formação e manutenção dos ossos, assim como vitamina A, B1, B2 e minerais que favorecem o crescimento e desenvolvimento de uma vida saudável. Segundo a Agência de Informações Embrapa (Agronegócio do Leite) a tendência de produção de leite para os próximos anos é um aumento mundial no volume produzido, especialmente nos países em desenvolvimento com condições climáticas favoráveis para a atividade leiteira, com uma propensão para a migração de tal para áreas mais populosas com menor custo de produção. Em conjunto com esta, o mercado tende a pagar mais por volume, regularidade de produção e o mais importante, qualidade de produto, seguindo o Programa Nacional de Melhoria da Qualidade do Leite (PNQL).25170leite1[2]

Porém um dos principais preocupantes, senão o maior, para a bovinocultura de leite é a mastite bovina, a qual de acordo com Bressan (2000), caracteriza-se por ser um processo inflamatório da glândula mamária e etiologicamente , trata-se de uma doença complexa de caráter multifatorial, envolvendo o ambiente, patógenos  e fatores inerentes ao animal. Entretanto, o mais inquietante para tais envolvidos com esta atividade, é a prevalência silenciosa no rebanho, onde de acordo com Santos (2001), 70% dos casos tardiamente diagnosticados são especificamente os silenciosos (também chamado de subclinica) enquanto que os 30% restantes são oriundos da diagnose clinica, a qual exibe características peculiares do úbere da vaca assim como do leite produzido.

diseaseSegundo a Embrapa, a mastite resulta em elevada perda econômica, oriunda principalmente na queda da produção de leite, alto custo com mão de obra especializada assim como gastos com inúmeros medicamentos. Em 2007 a Embrapa realizou estudos que demonstraram que um quarto mamário com mastite subclinica reduz entre 25 a 42% a produção, quando comparado com um quarto normal, e quando revertido em custos, pôde-se estimar nos EUA um valor de US$1,8 bilhão, representando cerca de 10% do total de leite produzido no país. Sendo a mastite subclinica uma doença silenciosa, existem algumas características fundamentais relacionadas à ocorrência de tal, como a Contagem de Células Somáticas (CCS), porém o que chamamos a atenção são as possibilidades alternativas de correlação com tal, como a alteração da concentração de cátions e ânios presentes, a qual pode ser determinada pela condutividade elétrica (CE) do leite, sendo muito interessante pelo fato de, quando comparado com o método de CCS, este é mais barato e fácil para ser diagnosticado, onde o aumento da CE é diretamente proporcional ao aumento da inflamação do úbere e da CCS, seguido esta por um método auxiliar pode ser a detecção do teor de cloretos presentes no leite. Segundo Hamann & Zecconi (1998), este conceito de CE foi introduzido em 1970 e tem sido utilizado desde então.  A análise do conteúdo iônico responsável pelo aumento da CE é obtido de maneira simples, estando disponível em poucos segundos após a ordenha, ainda mais quando comparado com a CCS, a qual deve ser mandada para laboratório para diagnostico.

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Atualmente estudos comprovaram a relação genética entre a contagem das células somáticas relacionadas à mastite, com o conteúdo iônico e consequentemente à condutividade elétrica, indicando uma possível substituição da coleta do leite para a análise da CCS pela análise de tal condutividade, ligando assim a genética a animais resistentes a este tipo de doença, utilizando a CE como critério de seleção para o animal mais “adaptado”.

A Agência Paulista de Tecnologia dos Agronegócios (APTA) estimou os parâmetros de condutividade através de um estudo de regressão aleatória em um rebanho de 1129 animais de primeiro parto da raça Holandesa, obtidos entre os anos de 2001 a 2011, utilizando-se de 9302 amostras para análise de tal como critério de seleção. Posteriormente a fase de desenvolvimento e análise dos resultados, pôde-se então concluir que de fato, a Condutividade Elétrica do leite pode ser utilizada como parâmetro de seleção para resistência à mastite, tendo que, segundo a Agência, “a avaliação da CCS só é obtida após a coleta da amostra de leite, envio da mesma a um laboratório credenciado e o resultado só é obtido após um período de pelo menos 5 dias dependendo da distância entre a propriedade e o laboratório”.

Pode-se ver então que mesmo em particularidades ínfimas as quais são de grande repercussão podem ser encontrados melhorias representativas para o agronegócio, de maneira a guiar a evolução e o progresso de tecnologias para total suporte de desenvolvimento.

Saiba mais em:

http://www.aptaregional.sp.gov.br/index.php?option=com_docman&task=doc_view&gid=1357&Itemid=284

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