A solução de muitos problemas – O Projeto Floresta do Saara

ProjetoEm 2008 uma crise financeira internacional afetou as bolsas ao redor do mundo, quebrou bancos, levou potências mundiais a um estado de alerta, mas por um outro lado, longe dos holofotes da mídia, cercada pelo golfo pérsico, denominada por terra Arábia Saudita, levantou-se uma questão sobre a dependência do exterior em produção alimentar.

Essa crise causou alta inflação em um país chamado Qatar, que foi obrigado a criar um plano que revertesse a dependência da importação de alimentos. O Programa Nacional de Segurança Alimentar do Qatar (Qatar National Food Security Program, QNFSP) vai investir R$ 600 milhões em cerca de 600 projetos de sustentabilidade em busca da autossuficiência. “Este é o curto prazo. Até 2022, no ano em que vamos receber a Copa do Mundo da Fifa, a ideia é ter colocado boa parte deste plano em prática”, explica o Presidente do programa, Fahad Bin Mohammed Al-Attiya.

Entre todo esse investimento foi criado uma experiência piloto chamada Projeto Floresta do Saara (Sahara Forest Project, SFP). Uma iniciativa de agricultura no deserto que pretende relacionar as soluções tecnológicas, ambientais, produção de alimento, água doce, biocombustíveis e eletricidade em áreas desérticas de baixa altitude  e com alta incidência solar.

Os resultados de 50 hectares de estufas se resumem na produção de 34 mil toneladas de vegetais anuais, e a sucessiva relação entre a energia solar e a dessalinização da água. As placas solares geram eletricidade suficiente para alimentar as bombas de irrigação que permitem o processo de dessalinização da água do mar.

Outro aspecto que beneficia o projeto são as sebes evaporativas exteriores, que reduzem cerca de 10 graus Celsius a temperatura ambiente, permitindo o cultivo no interior da estufa.

“Os extraordinários resultados demonstrados no terreno revelam o potencial para permitir o crescimento fortificante e criação de valor em terras áridas”, conclui Joakim Hauge , diretor do projeto.

Muitos responsáveis das empresas que financiam a experiência piloto no Qatar acreditam que os resultados obtidos comprovam a eficiência do projeto, e que esta é a solução de inúmeros problemas na região.

“Vemos este protótipo como algo que permite resolver questões de segurança alimentar em territórios afetados pela desertificação, mas também como uma ferramenta para erradicar a pobreza através da criação de empregos em grande escala”, referem Pierre Herben (Yara International) e Humoud Al-Mannai (Qatar Fertilizer Company, Qafco).

No website do SPF ( http://saharaforestproject.com/)  , é indicado ainda que os resultados relativos à produtividade agrícola do sistema piloto permitem estimar que com apenas 60 hectares de estufas no deserto, refrigeradas usando água salgada,  é possível produzir o equivalente à quantidade importada anualmente pelo Qatar de pepinos, tomates, pimentões e berinjelas.

A Engenharia de Biossistemas tem um papel importantíssimo no desenvolvimento e aplicação de tecnologias semelhantes às utilizadas no projeto mencionado. Visando a otimização nos processos, redução de custos, sustentabilidade e aumento da produção, o Engenheiro de Biossistemas é capaz de discernir problemas e apresentar soluções inovadoras.

O Oasis de Tecnologia verde: 1. Energia Solar Concentrada ; 2. Estufas de água salgada; 3. Vegetação externa e hadges evaporativos ; 4. Energia solar fotovoltáica; 5. Produção de sal; 6. Halófitas; 7. Produção de algas

Fonte:  http://saharaforestproject.com/

 

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