Empreendedorismo na Engenharia de Biossistemas

“Para o empreendedor, o ser é mais importante que o saber.” (O segredo de Luísa, Fernando Dolabela). Dessa forma começamos um assunto que é de extrema importância, empreendedorismo, o qual se tornou o melhor meio para gerar novos empregos e para se conseguir um emprego.

ImageNessa publicação a equipe do Portal Biossistemas traz uma entrevista com o professor doutor Celso da Costa Carrer, o qual tem experiência como empresário e gestor de vários empreendimentos na área do agronegócio. Atualmente é professor associado, na área de especialização de Empreendedorismo, pelo Departamento de Engenharia de Biossistemas. 

O Empreendedor hoje pode ser definido como o “motor da economia”, uma pessoa responsável por mudanças.  Filion (1991) dizia que “Um empreendedor é a pessoa que imagina, desenvolve e realiza visões”.

De acordo com o prof. Celso Carrer a melhor forma de empreender envolve estratégia para a mitigação de riscos do negócio. Sendo preciso que o candidato a empreender passe por duas principais fases, segundo referenciais teóricos: conceitual e racional. Na primeira ele identifica ou cria uma oportunidade, na segunda ele estrutura um plano de negócios (o Engenheiro de Biossistemas aprende a fazer o plano de negócios). Em cada etapa existe uma demanda específica em termos de formação para empreender.

Ainda existe uma fase chamada pré-conceitual e que envolve características diferentes das outras duas fases. Se na fase conceitual a pergunta que o empreendedor responde é sobre “o que fazer” e na fase racional é sobre o “como fazer”, na fase pré-conceitual ele precisa responder afirmativamente a pergunta “fazer ou não fazer”. Para se conseguir responder é necessário buscar conhecimento aprofundado sobre o mercado em que se pretende ingressar, fazendo assim uma análise e verificando se o negócio é viável ou não, após isso se estrutura um plano, o qual tem como objetivo simular o funcionamento da empresa antes da decisão de constituí-la. A partir dessas respostas, diminui-se os riscos de uma decisão de “fazer” quando o desejável seria “não empreender”.

Uma boa tática para o empreendedor é utilizar a inovação como diferencial competitivo, assim como que seu empreendimento fiquei alocado em uma incubadora, de preferência de natureza universitária. As incubadoras de empresas são espaços que permitem o aprimoramento do perfil empreendedor através de contínua assistência de especialistas em negócios, além de proporcionar oportunidades de geração de spin-offs no ambiente científico/tecnológico.

E o Engenheiro de Biossistemas tem potencial para ser um empreendedor? O professor Carrer diz que sempre acreditou que o Engenheiro de Biossistemas deveria possuir em um dos seus principais eixos de formação uma visão elaborada, para saber transformar conhecimento em sua área de especialização, para atendimento de demandas inovadoras no mercado em que atuará.  A formação tecnicista recebida durante os 5 anos de faculdade pode abrir um potencial enorme para que sejam produzidas soluções de mercado para diversas áreas do agronegócio. Há também implícito a inovação recebida, que precisa ser complementada com uma visão de negócios.

E mesmo para o profissional formado que não venha a abrir o seu próprio negócio é de extrema importância que tenha um comportamento empreendedor bem desenvolvido, visto que as empresas hoje estão recrutando esse tipo de profissional, pois essa postura faz toda a diferença para que o colaborador tenha sucesso em sua futura carreira, sendo o foco de seleção das empresas. O professor diz que em sua opinião este aprendizado deveria vir permeado durante todo o programa de disciplinas do curso da Engenharia de Biossistemas, além de disciplinas aplicadas mais no final do período.

Vendo a grande importância do empreendedorismo, o governo gera alguns incentivos para quem quer começar um negócio, que passam hoje pela priorização de políticas que objetivam a adoção da inovação pelos empreendedores. Ficou constatado através dos resultados alcançados nos centros econômicos, historicamente mais dinâmicos que o surgimento de empreendimentos inovadores apresentam maiores chances de sobrevivência e sucesso para seus projetos. Tais empreendimentos são de grande base tecnológica, conhecimento e mão de obra especializada, gerando assim maior chance de competição para empresas que iniciam suas atividades.

Existem vários programas que financiam a inovação para empresas nascentes que podem ser encontrados nos Editais das principais financiadoras tais como a FAPESP (PIPE), CNPq (RHAE), FINEP e BNDES (FUNTEC). Cada um destes programas possui um objetivo de incentivo à geração de empresas inovadoras, e para quem tenha foco na inovação, podem injetar recursos não reembolsáveis. E esse auxílio público tem como proposição gerar investimentos/empregos/renda/consumo.

Outro foco dos programas de incentivo à inovação é diminuir os riscos originados de uma competição desigual de mercado, em função das grandes diferenças de escala entre empresas já consolidadas e as nascentes.

Uma recomendação que o professor Celso Carrer propõe é que cada uma das linhas de apoio existentes sejam cuidadosamente analisadas nos Editais das páginas financiadoras, para que os Engenheiros de Biossistemas pratiquem a ação de capturar oportunidades. Independentemente da intenção (empreender ou não), este é um exercício que pode abrir portas importantes no mercado de trabalho para os futuros engenheiros.

 

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