Entrevista Especial Comemorativa

Desde Agosto de 2014 o Portal Biossistemas passou a operar em novo domínio. Em uma de suas grandes conquistas de reconhecimento, o trabalho do Portal foi agraciado com a denominação usp.br em seu endereço eletrônico. E isso não é pouca coisa, ganhar o sobrenome virtual da maior Universidade da América Latina e reconhecidamente uma das mais importantes do Mundo é um prêmio ao trabalho realizado por toda a equipe do Portal. Em comemoração ao ano de 2015 que é o primeiro a se iniciar sob o novo nome, trazemos uma entrevista com os criadores do Portal Biossistemas. Queremos trazer um pouco da história desse blog que começou com uma ideia de divulgação do curso e hoje reúne números expressivos como: mais de 80 mil vistantes de mais de 30 países diferentes, recordes de mais de 400 acessos em um dia apenas. E o que é mais importante: aumentar o conhecimento e a divulgação do que é o curso no Brasil e no Mundo. Para introduzirmos a entrevista, os criadores do Portal foram os biossistemáticos da primeira turma do curso, Marcelo Saade Amato e Matheus Hansen Paes, que depois ganharam a companhia do aluno da segunda turma, Leonardo Magalhães. A seguir veja a entrevista com os três.

Esse ano o Portal obteve uma grande conquista: a migração para o domínio usp.br. Mas, lá nos primeiros passos do Portal como iniciou-se a ideia de criação do blog?

Marcelo Amato: Tudo começou com uma conversa na antiga biblioteca da universidade, no ano de 2010. Todos os graduandos em Engenharia de Biossistemas lamentavam a baixa divulgação do curso e concomitante baixa concorrência no vestibular da FUVEST. Em meio a esse cenário de insatisfação, tive o privilégio de conhecer o Matheus Hansen Paes e o Leonardo Magalhães, que compartilhavam desse sentimento, porém tinham disposição de batalhar para mudar esse cenário.

Dentre as diversas ideias levantadas para divulgar o curso, como panfletos, anúncios em jornais, revistas e afins, a ideia que prevaleceu foi a da criação de um Portal de notícias online, pois seria possível atingir um número grande de pessoas, com um investimento financeiro relativamente inexpressivo. Assim, em junho de 2010 estava fundado o Portal Biossistemas. Tudo o que tínhamos era o sonho de fazer a engenharia de biossistemas conhecida nacionalmente, beneficiando o desenvolvimento desse ramo tão essencial da ciência, no Brasil.

Matheus Paes: A ideia de criar um ambiente que reunisse conteúdos exclusivos sobre Engenharia de Biossistemas foi uma necessidade que sentimos para que esta área de atuação fosse melhor entendida pelos colegas de curso, o público em geral e para que nós mesmos (criadores do Portal) pudéssemos entender como tudo aquilo que estudávamos se aplicava das mais diversas formas. No início quisemos criar algo que fosse fácil de utilizar e que não fugisse de nossa proposta (estudantes gerando conteúdos e colocando seus pontos de vistas), e então o formato de blog nos pareceu o ideal no início.

Leonardo Magalhães: Dentro dessa ideia de divulgar o curso, vi o trabalho que os meninos iniciaram e comecei a ler. Dando uma fuçada na internet, achei uma noticia que me surpreendeu. Na Coréia do Sul a primeira astronauta a ir ao espaço pelo País era uma Engenheira de Biossistemas (veja a matéria aqui). Enviei ao Portal, o Marcelo e o Matheus acharam interessante e me chamaram para compor a equipe. Foi assim que entrei para equipe logo em Julho de 2010.

Olhando ao futuro agora, como vocês projetam o Portal Biossistemas nos próximos anos?

Matheus: O Portal tem muito potencial – pelo pioneirismo e determinação – para se consolidar como referência nacional no ramo de Engenharia de Biossistemas. Um de meus projetos para o Portal (que não consegui pôr em prática), era a produção de materiais audiovisuais próprios para difusão de informações – reportagens, entrevistas, notícias comentadas com docentes da área, dentre outros – sobretudo das produções científicas da FZEA e fora dela, e espero que esta venha a ser um diferencial do Portal em relação aos demais sites que venham a surgir. Nosso sonho lá no início era fazer algo grandioso, que fosse o primeiro nome a surgir na mente de alguém que pensa neste ramo (notícias, vídeos, entrevistas, contatos profissionais, artigos científicos, etc.) e acho que o Portal está caminhando para isso.

Marcelo: Eu projeto um futuro brilhante para o Portal Biossistemas. Atualmente, o Portal já dispõe do conjunto de informações mais completo, em português, sobre a graduação em Engenharia de Biossistemas, porém a meta é crescer e tornar-se uma referência nacional, e isso dependerá do trabalho contínuo de muitas pessoas capacitadas. Existem diversos planejamentos para envolver outras universidades que oferecem a Engenharia de Biossistemas, visando garantir aos leitores um entendimento completo sobre essa engenharia tão importante para o desenvolvimento do Brasil.

Leonardo: Como ainda estou diretamente envolvido no Portal, a ideia inicial é darmos andamento já em 2015 a esse projeto que o Matheus se referiu de produzirmos material audiovisual nosso. Pequenos videos que tragam assuntos da nossa área, conteúdos voltados à comunidade em projetos de extensão etc. Precisamos tornar o conhecimento produzido na Universidade mais acessível e o Portal pode desempenhar tal função. No futuro o que imagino é o Portal funcionando como uma revista eletrônica de multi-conteúdo (textos, videos, documentários) e sendo a maior referencia sobre Engenharia de Biossistemas na América Latina.

Como criadores do Portal Biossistemas, como vocês enxergam a Engenharia de Biossistemas no Brasil? (interesse pelo curso, perspectivas futuras, áreas “quentes” para o futuro etc).

Marcelo: Participar do Portal Biossistemas é uma experiência que enriquece muito diversas habilidades, como a leitura, a escrita, a proatividade e a capacidade de manter-se atualizado sobre informações relevantes. Vivemos uma época em que as informações estão disponíveis para todos, na internet, porém poucos se dispõem a buscá-las. No decorrer do trabalho junto ao Portal Biossistemas, tive a oportunidade de entender a importância do agronegócio para a economia do Brasil. Resumindo, pode-se dizer que o mundo demanda, cada dia mais, alimentos em maior quantidade e com maior qualidade. Existe uma expectativa muito grande, por parte de diversos países, que diz que o Brasil deverá ser o responsável por atender essa demanda crescente por alimentos. Dessa forma, o Brasil ocupa uma posição estratégica, com um ambiente propício para o desenvolvimento e implementação de novas tecnologias nas diversas áreas abrangidas pela Engenharia de Biossistemas.

Não consigo sequer imaginar a Engenharia de Biossistemas não se consolidando no Brasil. O Brasil precisa de engenheiros de biossistemas para garantir o aumento da produtividade de diversos processos biológicos, destacando-se a sustentabilidade e a viabilidade econômica dessas melhorias. Aplicar conceitos complexos de engenharia em ambientes com seres vivos – desde bactérias à animais – com vistas a otimizações, requer profissionais capacitados, e caso o Brasil não disponha desses profissionais, estará dando continuidade ao antigo ciclo de importar tecnologias estrangeiras,  que além de caras, não se adaptam a nossa realidade. Resumindo, o Brasil precisa de engenheiros de biossistemas para não restringir o seu crescimento e garantir que atenderá a expectativa mundial de alimentos, em quantidade e qualidade.

Matheus: Acredito que a Engenharia de Biossistemas ainda levará um tempo até se consolidar em nosso país (como profissões mais tradicionais), apesar de um profissional assim já ser requerido em muitas agroindústrias. Isso não quer dizer que não tenhamos espaço para atuar e pessoas interessadas neste profissional – as grandes empresas já sacaram a ideia e estão contratando nossos colegas. Em minha visão, trata-se de uma questão de mudança de pensamento: conforme a nova geração vem assumindo o campo e a gestão do sistema de produção de alimentos, maior a quantidade de informações que são adquiridas e maior o entendimento das inovações sendo oferecidas, e isso só tende a selecionar os melhores serviços, técnicas e equipamentos ofertados no mercado.

Em relação às tendências, penso que a automação e a tecnologia da informação deverão se consolidar no campo primeiro – afinal, quanto maior a precisão no controle (sem a intervenção humana) e disponibilidade de informações para a tomada de decisões pelos gestores, menores os riscos, melhores as estratégias e maior o entendimento de como as coisas se encaixam no todo.

Leonardo: Eu vou ser sincero, nunca tinha imaginado prestar Engenharia de Biossistemas. Mas, depois que passei no curso não tive como não me apaixonar, e essa é a palavra certa: eu tenho paixão por esse curso. Quem conhece o curso e não vislumbra um futuro promissor à essa área é por que ainda não conseguiu vislumbrar o macro-ambiente em que nos inserimos. Como meus colegas falaram a demanda por maior produção agrícola e mais sustentabilidade é latente, já é uma realidade. Além disso, o uso intensivo de tecnologias de informação e automação também já esta se estabelecendo muito forte no campo. E qual profissional lida com todas essas áreas? Nós, os engenheiros de biossistemas. Claro que há barrerias a serem vencidas, o tradicionalismo de algumas áreas produtivas e a falta de divulgação do que nós podemos fazer por exemplo. Mas, no segundo ponto, da divulgação, só os próprios engenheiros de biossistemas podem mudar esse cenário e bastante coisa vem mudando.

Quanto às áreas promissoras do futuro poderia citar várias, mas uma na minha visão ainda de estudante será de extremo valor para que a Engenharia de Biossistemas se consolide com força, o empreendedorismo. A inovação que temos no curso só tornará realidade se nós mesmos começarmos a desenvolver e divulgar ideias e projetos, acho que não podemos esperar que essa inovação surja espontaneamente de áreas já tradicionais. Acho que muitas tecnologias que imaginamos os engenheiros de biossistemas desenvolvendo só se tornarão realidade se os próprios engenheiros abrirem suas empresas, começarem a se tornar pesquisadores ou levarem as ideias de inovação para dentro das empresas que forem contratados (o chamado intra empreendedorismo). Esse é o caminho que visualizo para que o Brasil torna-se uma potencia não apenas no campo mas também na inovação, e os engenheiros de biossistemas podem contribuir muito para isso.

Quais outras atividades extracurriculares vocês participaram na Universidade? (Empresa Junior, representação discente, iniciação cientifica etc.) Conte-nos um pouco sobre cada uma e qual o aprendizado que tiveram em cada atividade.

Matheus: Além de ter participado do Portal Biossistemas, participo da Biossistec Jr. desde sua fundação, fiz iniciação científica em diferentes áreas do curso, procuro sempre atividades diferentes para abrir minha visão e conhecer pessoas. Na época que pude colaborar com o Portal Biossistemas tive uma grande experiência com a redação de textos, comunicação, marketing, formação de parcerias, desenvolvimento de senso crítico e de inovação, além da atualização de meus conhecimentos sobre o curso e de como estava o mercado – coisas que só pude obter através de minhas constantes buscas e leituras. Na empresa júnior a experiência foi ainda maior: fui o primeiro Diretor de Eventos, em seguida membro do Conselho Interno e atualmente estou o atual Presidente da Biossistec Jr.. Aprendi a falar em público, fazer contatos com clientes, coordenar equipes, lidar com problemas dos mais diversos tipos, saber onde buscar informações, dar a cara à tapa, não me acomodar, e assim vivencio um dia diferente do outro. Aprendi muita coisa em minhas passagens que nem conseguiria resumir, mas sobretudo meu maior aprendizado foi: como colocar em prática meus planos, os conhecimentos para chegar lá e onde procurar ajuda.

Leonardo: Além do Portal, participei da Biossistec Jr., fui Monitor de duas disciplinas, representante discente, participei do GeBio (Grupo de Estudos em Biossistemas) e faço iniciação cientifica.

De todas as atividades aprendi um pouco, principalmente na questão da comunicação e como lidar com reuniões; como se posicionar, expor suas ideias e ouvir opiniões divergentes. Na Biossistec fui Diretor de Relações Públicas e depois Presidente do Conselho Interno. Foi na Empresa Junior que conheci muita gente que me influenciou, diferentes lições de vida e visões e onde tive uma ideia do que é realmente o empreendedorismo na Universidade e as dificuldades dessa atividade. Nas Monitorias pude tomar um pouco o gosto do que é a profissão de docente, ajudando a preparar aulas práticas e auxiliando os alunos com as duvidas. No GeBio tomei mais profundamente contato com o processo de pesquisa cientifica, elaboração de artigo e onde apresentei um projeto no SIICUSP (Simpósio Internacional de Iniciação Cientifica da USP). Sempre me interessei muito por politica e pela participação nos assuntos do coletivismo, então foi nos quatro anos de Representante Discente que pude colocar essa participação em prática e aprendi muito sobre o funcionamento da Universidade e tive contato com professores excelentes do nosso e de outros cursos com quem sempre aprendo muito tanto sobre as questões acadêmicas quanto sobre experiencias politicas e profissionais. Atualmente faço iniciação na área de controle e calculo fracionário, duas áreas que não pensava em trabalhar e que estou aprendendo muito. Tudo que fazemos na Universidade, por mais simples que pareça acabamos acumulando um pouco de conhecimento que por fim acaba por nos influenciar totalmente. Participar de atividades extra curriculares é essencial para todo aluno que ingressa na USP.

Marcelo: Tive a oportunidade de participar de diversas atividades extracurriculares, como: Empresa Júnior, iniciação científica, monitoria, intercâmbio estudantil, intercâmbio profissionalizante, representação discente, ENACTUS, cursos de extensão, cursos profissionalizantes, entre outras atividades. Naturalmente, cada atividade contribui com diversos aprendizados, porém eu gostaria de destacar algumas, em especial:

Empresa Júnior: com certeza foi a experiência que mais contribuiu para o meu desenvolvimento profissional, pois me colocou em situações que eu apenas vivenciaria depois de formado. Dessa forma, pude me colocar um passo a frente de muitos profissionais recém formados, não só pelo acréscimo ao currículo, mas principalmente devido aos aprendizados práticos que tive.

Intercâmbios: a oportunidade de conhecer outras culturas, sair da zona de conforto e precisar aprender coisas novas todos os dias é com certeza um grande desafio. O crescimento pessoal é imensurável, pois é uma experiência que transforma a maneira como as pessoas veem o mundo. Comigo não foi diferente, e por isso eu destaco e recomendo essa atividade extracurricular.

Cursos de extensão: participei de diversos cursos, onde destaco o Brazilian Business and Culture Summer Course, que totalizou 180 horas de aprendizados complementares a minha formação acadêmica. Pude melhorar meus conhecimentos técnicos e principalmente conhecer pessoas de outros cursos e nacionalidades. Foi uma oportunidade de aprendizado incrível, por conhecer diferentes ópticas de assuntos que geralmente temos conceitos pré moldados, devido ao enfoque do nosso curso de graduação.

Quais são também os projetos pessoais que vocês têm para o futuro?

Marcelo: Acredito que independente do contexto da pergunta, minha meta pessoal é sempre causar uma mudança positiva na vida das pessoas que me cercam.

Profissionalmente, pretendo continuar a estudar e aplicar as ferramentas que eu já domino, visando desenvolver novas tecnologias que contribuam positivamente para a sociedade.

Pessoalmente, sonho em poder viajar para muitos lugares do mundo, para confirmar a minha teoria de que independente do lugar, o que realmente importa são as pessoas que estão com você – fisicamente e no coração.

Matheus: Em meu planejamento, a médio prazo tenho intenção de vivenciar a experiência de mercado para entender o funcionamento das coisas. Penso em começar uma segunda e/ou terceira graduação se necessário e continuar me capacitando, buscando novidades e conhecimentos. Pensando num futuro mais distante, não me vejo em outro lugar que não abrindo minha própria empresa.

Leonardo: Em curto prazo quero me formar sem mais sustos pelo caminho (risos). A médio prazo tenho algumas ideias que talvez se tornem a longo prazo, como abrir uma Empresa ou Consultoria. Gostaria também de fazer uma pós-graduação, era uma ideia que não imaginava antes, mas que acabei tomando gosto principalmente por terem áreas que gostaria de me aprofundar e conhecer mais.

Marcelo você realizou estágio na empresa Monsanto, conte um pouco de como foi esse período.

Estagiar na Monsanto, que é líder mundial em biotecnologia, foi uma experiência bastante desafiadora e interessante. Atuei na área de manufatura de sementes de milho, que é responsável por receber as espigas com palha, do campo, e através de diversos processos garantir que todas as sementes ensacadas possuam viabilidade fisiológica para a semeadura, certificando a pureza, sanidade, vigor e medidas da semente, por meio de rigorosos processos e padrões de qualidade.

Tive a oportunidade de conhecer as pessoas, os maquinários e os processos necessários para obter os resultados desejados no beneficiamento das sementes. A graduação em Engenharia de Biossistemas me forneceu uma base inicial sólida para compreender as diversas atividades  realizadas na Unidade, porém foi necessária muita dedicação para continuar aprendendo sobre os processos. Felizmente, a Monsanto é uma empresa que investe muito em inovação e na capacitação dos seus funcionários, e dessa forma o ambiente de trabalho é extremamente propício ao desenvolvimento pessoal e profissional de seus colaboradores.

Recomendo o estágio Agro da Monsanto a todos aqueles que gostam de grandes desafios e grandes recompensas.

Tema livre (discorram sobre algo que acham importante passar para os demais alunos).   

Matheus: Fico muito agradecido com o convite do Portal para a oportunidade destas rápidas palavras. Para mim é muito gratificante ver que aquele trabalho iniciado há muito tempo ainda continua, com novas propostas, mais gente envolvida e possui a cada dia mais impacto. Meus parabéns pelos trabalhos!

Se eu pudesse dar um conselho a alguém, seria: não fique parado. Quanto mais diversas e proveitosas forem suas experiências, melhor será para você. Existem muitas coisas por fazer em seu curso, na faculdade, iniciativas que nunca foram tomadas. Não tenha medo de arriscar, de achar que vai lhe faltar tempo, de que não é capaz. Nesse caminho todo você aprenderá muitas coisas, será reconhecido e terá uma recompensa muito grande por isso. Participe de agremiações (Biossistec Jr., Portal Biossistemas, dentre outras), faça uma iniciação científica, procure um estágio de férias em alguma empresa, leia todo dia, doe seu tempo para as pessoas, aprenda alguma coisa diferente e traga essas experiências para compartilhar conosco. Independentemente do que for fazer, de onde estiver e do que gostar, faça com vontade e faça o seu melhor!Precisamos de pessoas diferenciadas em nossa faculdade e em nossas vidas.

A inércia também existe fora dos livros de física – quanto mais você faz as coisas e vê darem certo, mais você quer fazer; o contrário também acontece.

Marcelo: Eu gostaria de deixar uma mensagem para os futuros engenheiros de biossistemas:

Por meio dos meus estágios e experiências profissionais, pude aprender que as empresas não buscam apenas diplomas, elas buscam pessoas com conhecimentos sólidos, capazes de resolver problemas, trabalhar em equipe, inovar e respeitar os valores éticos. Não existem atalhos para o conhecimento, a não ser estudar e trabalhar duro para alcançar suas metas. As provas são difíceis, mas temos referências para estudar, como os slides das aulas e os capítulos dos livros. Em uma atividade profissional que envolva inovação, as vezes sequer temos referências para nos orientar, apenas um objetivo, e portanto precisamos definir quais os inputs necessários, como consegui-los, como processá-los e como apresentar os resultados finais de forma que possam ser úteis. Resumindo, as atividades no mercado de trabalho são complexas e multidisciplinares, e acredite, quando for a sua vez de resolver esses desafios, você utilizará cada conhecimento que já aprendeu, e se lamentará de todas as oportunidades que desperdiçou.

Em tudo o que vocês fizerem, não busquem apenas o certificado de participação. Aproveitem cada oportunidade para aprenderem e se aperfeiçoarem, sempre com muita disciplina, humildade e ética.  Ninguém nasce sendo um profissional diferenciado, é um longo e interminável processo de desafios, resiliência e superação. Não se esqueçam, toda longa jornada começa com o primeiro passo. Eu lhes desafio a darem esse primeiro passo, em prol da melhoria contínua da engenharia de biossistemas. A nossa graduação e o nosso país contam com a dedicação de cada um de vocês!

Avante Engenharia de Biossistemas!

Leonardo: Queria primeiramente registrar meus agradecimentos ao Marcelo e ao Matheus por terem me convidado e assim me darem a chance de aprender tanto no Portal em todos esses anos. O Portal me abriu portas tanto de conhecimentos quanto de oportunidades na Universidade que foram e tem sido essenciais ao meu desenvolvimento. Gostaria de agradecer todos àqueles que também acreditaram nas nossas ideias e embarcaram no Portal contribuindo com divulgação, textos, ideias, criticas e apoio. Ao Professor Fabrício que tem sido nosso maior apoiador.

Aos Engenheiros de Biossistemas quero deixar meu recado de incentivo a que participem mais, sejam atuantes e lembrem-se que quando entramos na USP passamos a ser referencia, independente do curso ou do campus deixamos de ser simples alunos e passamos a ser exemplos para muitas pessoas (só como exemplo da influencia da USP, os últimos três prefeitos de São Paulo a maior cidade do país estudaram aqui). Então, em um Mundo que torna-se cada vez mais individualista devemos observar também o coletivismo. Biossistemas é isso, a união de diversos sistemas diferentes atuando em conjunto, em coletivo. E por isso, vamos nos unir em prol do curso e da nossa área de atuação. Nada na vida acontece sem luta, então aproveitem cada momento na Universidade. Atuem na empresa júnior, publiquem artigos, criem projetos sociais ou de inovação, criem clubes (de empreendedorismo, de robótica etc), participem dos assuntos discente. Aprendam, ensinem, mas não esperem apenas e atuem também.

Que essa entrevista sirva de incentivo para que mais iniciativas como a do Portal se tornem constantes na Engenharia de Biossistemas no Brasil, AVANTE BIOSSISTEMAS.

10372291_721946067844309_460854376359691653_nDa esquerda para direita: Matheus, Marcelo e Leonardo.