Entrevista com Rafael Pires de Campos

Entrevista realiza por Aline Deliberali – graduanda em Engenharia de Biossistemas

O Portal Biossistemas continua com sua série de entrevistas com alunos e ex- alunos de Engenharia de Biossistemas. Hoje o Portal traz uma entrevista com o ex-aluno Rafael Pires de Campos, 24 anos, da primeira turma do curso de Engenharia de Biossistemas do Brasil, nessa entrevista ele nos contará quais foram seus desafios e como está sua carreira atualmente.

Bom dia Rafael o Portal agradece pela sua participação, essas 1entrevistas contribuem muito para incentivar os alunos atuais, os futuros e para uma maior divulgação do nosso curso.

Como foi a sua graduação, você fez IC, intercâmbio? O que contribuiu pra você?

A graduação foi um período muito bom, além do grande aprendizado adquirido durante as disciplinas, tive a felicidade de criar várias amizades, além de vivenciar inúmeras experiências. Com relação às pesquisas científicas tive participação em três projetos, dois vinculados aos programas de permanência estudantil da USP, sendo eles Projeto de Cultura e Extensão e o projeto de Ensinar com Pesquisa. Como IC consegui uma bolsa PIBIC do CNPq. Com relação a intercâmbio, tive o privilégio de conseguir uma bolsa do programa mérito acadêmico da USP para passar seis meses na Universidade de Illinois. Tudo foi de grande proveito, não só profissional como pessoal, acredito ser uma pessoa melhor.

 Como foi o seu primeiro estágio?

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Helicóptero utilizado durante seu estágio, para análise de imagens.

Meu estágio foi em um laboratório de sensoriamento remoto, trabalhei com o desenvolvimento de softwares para processamento e análise de dados de sensores e imagens de câmeras multiespectrais.

Hoje, já esta trabalhando, você acredita que escolheu o curso certo?

Conte-nos sobre a empresa que você trabalha.

Sim, afinal gostei da maioria das disciplinas, mas atualmente está difícil de arrumar um bom emprego para maioria das áreas.

A Agrosmart é uma Start-up, fundada com o investimento do governo após ter sido aprovada na Chamada CNPq/MCTI/SEPIN 12/2014, Programa Start-Up Brasil. É uma empresa voltada ao agronegócio, aplica tecnologia de ponta para tornar as atividades no campo mais inteligentes, conectando os agricultores às suas plantações.

Conte-nos sobre o seu trabalho, você trabalha diretamente com Engenharia de Biossistemas?

Na verdade, não sou um funcionário com a carteira de trabalho assinada pela Agrosmart, sou apenas um bolsista do CNPq, com o contrato de um ano para trabalhar na área de pesquisa e desenvolvimento da empresa. Trabalho diretamente com engenharia de biossistemas, pesquiso sobre alternativas inovadoras para o gerenciamento de sistemas de irrigação e desenvolvo algoritmos para análise de imagens de plantações. O intuito da Agrosmart é conectar os agricultores às suas plantações, por isso é necessário conhecimento sobre sensores, eletrônica, programação, sistemas agrícolas e etc, ou seja, tudo que se aprende na engenharia de biossistemas.

Quais são seus planos para o futuro (a médio e longo prazo)?

A médio prazo ter a carteira assinada e um bom salário.  Longo prazo penso ter condições para poder criar uma família, ter minha casa, meu carro e poder viajar pelo menos uma vez ao ano.

O que diria pra os futuros engenheiros de Biossistemas e para os que pensam em prestar o vestibular para Engenharia de Biossistemas?

Formandos primeira turma de Engenharia de Biossistemas.
Formandos primeira turma de Engenharia de Biossistemas.

Acredito que a engenharia de Biossistemas é algo muito inovador para o mercado, será um grande desafio firmarmos nossa profissão como algo realmente necessário para o desenvolvimento de empresas relacionadas ao agronegócio. Cabe a nós alunos e ex-alunos provar nossa capacidade, seja na Monsanto, em pequenas empresas, ou na faculdade, provar que somos capazes de fugir do tradicional e melhorar os sistemas de produção agrícola.

Obrigada Rafael pela sua participação, o portal agradece e deseja muito sucesso à você.

Assim encerramos mais uma entrevista e como sempre esperamos ter contribuído mais um pouco com informações do nosso curso e seus alunos.

A Agrosmart, empresa na qual o Rafael participa atualmente, é uma empresa criada pela estudante Mariana Vasconcelos de 23 anos. O projeto de Vasconcelos consiste em modernizar os cultivos ao instalar nas plantações sensores que mandem informação através da internet sobre a quantidade necessária de água e o momento certo para regar. “Com os dados fornecidos pelos sensores, nós geramos recomendações e dizemos ao agricultor quanto e quando tem que regar, a umidade do ambiente, as probabilidades de pragas do cultivo, o gasto de água e energia da plantação…”, diz Mariana. Ela ganhou também uma bolsa de estudos, promovida pela FIAP, para estudar na Singularity University, uma universidade sediada em um centro de investigação da NASA e patrocinada por Google e Nokia. Saiba mais sobre o projeto aqui.