Texto escrito por Mariana Zanarotti Shimako, aluna de graduação de Engenharia de Biossistemas em FZEA-USP, orientada pelo Prof. Dr. Fabrício Rossi no Programa Unificado de Bolsas da USP.
Normalmente quando falamos em café vem á mente aquele cafezinho após as refeições ou logo quando acordamos, esse poderoso café que ajuda muita gente a ficar acordada, agora ganhou outra função : combustível para automóveis. O biocombustível foi criado pela start-up britânica Bio-Bean, com apoio da empresa petrolífera Shell, a partir do óleo do composto que sobra no coador de café, chamado de borra. Esse óleo passa pela transesterificação (processo químico) convertendo-o em biodiesel.
O britânico mesmo tendo a tradição do famoso “chá das cinco” consome muito café, em torno de 500 mil toneladas por ano sendo 200 mil toneladas só em Londres, e o café de origem brasileira está dentre os consumidos no Reino Unido. A criação desse biocombustível teve como foco diminuir os gases liberados em sua decomposição, que colaboram com o esfeito estufa, uma medida preventiva que o Reino Unido vêm tendo.
Esse biocombustível é composto por cerca de 20% do óleo extraído da borra e 80% de diesel, a start-up produziu biocombustível suficiente para um ônibus de dois andares por um ano. Há alguns anos atrás quando se iniciaram as pesquisas esse biocombustível era usado em aquecedores e a partir de Novembro deste ano vêm sendo usado nos famosos ônibus de dois andares de Londres. A start-up pretende realizar a experiência em outros países, já que o café está em abudante presença em cada continente do mundo, ainda como uma bebida, mas em breve como combustível também.
Pesquisas desenvolvidas pela USP ( Universidade de São Paulo ) já haviam demonstrado em 2011 que o óleo da borra era capaz de se transformar em biocombustível, a partir de testes laboratoriais. Concluiu-se que em um quilo de borra de café pode ser extraído até 100 ml de óleo que corresponde a 12 ml do biocombustível. No Brasil o primeiro caso de utilização da borra de café como forma de obtenção de energia ocorreu na fábrica da Nestlé situada em Araras (SP).
Utilizando um resíduo que teria como destino final os lixões liberando gás, sendo transformado em biocombustível, pode-se dizer que é um reutilização, diferenciando ele dos outros biocombustíveis que usam matérias primas que são produzidas apenas para essa função. O café continua na alimentação e agora também nos meios de transporte, colaborando com a diminuição de gases poluentes.
Referências http://www.usp.br/agen/?p=48062 http://www.iee.usp.br/?q=pt-br/not%C3%ADcia/energia-el%C3%A9trica-partir-de-borra-de-caf%C3%A9 http://g1.globo.com/jornal-nacional/noticia/2017/11/na-gra-bretanha-arquiteto-cria-biocombustivel-com-borra-de-cafe.html