Texto escrito por Tauane Karine Baitz da Silva, aluna de graduação de Engenharia de Biossistemas em FZEA-USP, orientada pelo Prof. Dr. Fabrício Rossi no Programa Unificado de Bolsas da USP.
Segundo os últimos dados de 2012, o Brasil produziu cerca de 6,8 milhões de litros de leite orgânico, menos de 1% dos 33 bilhões de litros do produto convencional. O Brasil apresenta um grande potencial para a produção de leite orgânico.
O leite orgânico é um produto da pecuária leiteira orgânica. Este tipo de exploração, os animais serem criados de forma saudável, sem a utilização de antibióticos, hormônios, vermífugos, promotores de crescimento, estimulantes de apetite, uréia e demais aditivos não autorizados, além de visar a preservação ambiental e proporcione adequadas condições de trabalho aos seus empregados.
O leite orgânico é diferente do leite oferecido de maneira convencional, por não apresentar resíduos químicos de qualquer espécie, apresentando o mesmo sabor e valor nutritivo.
Embora sua produção não seja direcionada a um público específico, os consumidores deste tipo de produto são bem informados, possuem consciência ecológica e buscam a qualidade dos alimentos.
Existem normas e leis para conseguir a certificação do leite orgânico, o produtor deve seguir a Lei Federal 10831/2003 e Instrução Normativa 46 do Ministério da Agricultura (Mapa). A Lei de Orgânicos estabelece dois tipos de certificação: por auditoria (feita por uma empresa certificadora) e participativa (feita por grupos de produtores reunidos em associação que se inspecionam entre si).
Existe uma tendência de mudança deste cenário consumidor a partir da disponibilização de tecnologias que irão contribuir para redução no custo de produção, aumento da oferta do produto no mercado e consequentemente redução do preço do leite orgânico nas prateleiras.
Pensando nessa nova tendência de mercado a Embrapa está oferecendo o curso Pecuária Leiteira Orgânica, que será realizado durante dois dias por mês, de junho a outubro, na Embrapa Sudeste em São Carlos (SP), e na Fazenda Nata da Serra em Serra Negra (SP).
O curso começa, nesta sexta-feira (15). São mais de 30 produtores, técnicos e profissionais da área agropecuária vão participar da capacitação que ocorre até outubro deste ano. O treinamento foi planejado para atender a demanda por métodos sustentáveis de manejo pecuário.
A Secretaria de Inovação e Negócios da Embrapa estabeleceu uma parceria com o Laticínio Nata da Serra para oferecer o curso, cujo objetivo é tratar de métodos sustentáveis no manejo pecuário e capacitar os participantes para desenvolver atividades nas áreas de produção e de assistência técnica no crescente mercado de produtos derivados de leite orgânico.
O curso irá abranger alguns tópicos, como manejo de pastagens, aspectos sanitários, ambiência animal, planejamento da propriedade, produção e conservação de forragens.
Além de incluir gerenciamento dos recursos naturais, a solução de problemas agropecuários, a conciliação da produtividade com conservação ambiental e a avaliação socioeconômica e ecológica do sistema orgânico de produção.
O público-alvo do curso de Pecuária Leiteira Orgânica é formado por produtores, agrônomos, zootecnistas, veterinários, técnicos agrícolas, empresários, administradores, comerciantes, biólogos e por quem mais tiver interesse.
Além da parceria de algumas empresas, a Escola Superior de Agricultura Luiz de Queiroz (Esalq/USP), Fundação Mokiti Okada, Gold Seeds Agronegócio Ltda e Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento apoiam o evento.
O objetivo é os participantes tenham conhecimento teórico e prático para gerenciar os recursos naturais nas propriedades, resolver problemas agropecuários com tecnologias sustentáveis e conciliar produtividade com conservação ambiental. E para que o mercado de produção de leite orgânico, cresça cada vez mais, assim como o mercado de orgânicos no geral, estão ganhando grande espaço no mercado, visando sempre a qualidade.
Entenda mais em:
https://www.embrapa.br/busca-de-noticias/-/noticia/35045936/embrapa-capacita-produtores-e-profissionais-em-producao-organica-de-leite