Produção de adubo orgânico por gongocompostagem

Gongolos presentes no solo.

Texto escrito por Mariana Zanarotti Shimako, aluna de graduação de Engenharia de Biossistemas em FZEA-USP, orientada pelo Prof. Dr. Fabrício Rossi no Programa Unificado de Bolsas da USP.

     A gongocompostagem é uma nova técnica de produção de adubo orgânico, tem como o principal agente o chamado gongolo, conhecido popularmente como piolho-de-cobra. Trata-se de um animal que vive em locais úmidos, diplópode (corpo segmentado e um par de patas em cada um desses segmentos), são animais detritivos, ou seja, que alimentam-se por trituração de até 70 % da matéria orgânica, como as folhas que caem no solo, além da capacidade de triturar papelão, esses pedaços de matéria triturados são mais facilmente decompostos pelos microorganismos, tornando-os eficiente para a produção de adubo.

Esse novo jeito de se obter adubo orgânico foi descoberto através de pesquisas da Embrapa Agrobiologia, e foi inicialmente aplicado nas produções agrícolas de Roraima; porém com essa descoberta tanto produtores quanto a população urbana adotaram por conta própria essa tecnologia em suas produções ou quintais, já que se trata de um ciclo que dispensa adição de substâncias para completar sua composição nutricional e por utilizar somente os gongolos e microorganismos como atuantes dessa decomposição da matéria, sempre em umidade ideal, tornando-o um processo barato, além desse ciclo ser curto de em torno 90 a 120 dias.

Gongolo encontrado no solo. <https://www.embrapa.br/busca-de-noticias/-/noticia/29356327/conheca-a-gongocompostagem-opcao-vantajosa-para-producao-de-adubo-organico>

Esse processo de gongocompostagem pode durar mais tempo, pensando no aumento da qualidade do adubo, pois o composto estará em contato com o piolho-de-cobra por mais tempo, sofrendo maior trituração das matérias orgânicas ali presentes. Existem em torno de 8 mil espécies desse diplópode que possuem essa capacidade de trituração, o  capturado para as pesquisas pela Embrapa era o Trigoniulus corallinus, que pode ser encontrado em diversas regiões do Brasil.

Os diferenciais desse adubo é que ele pode ser aplicado diretamente nas mudas de plantas e hortaliças, diferindo-o do húmus de minhocas que não pode ser aplicado diretamente no vegetal, a facilidade de captura desse animal já que qualquer espécie pode ser usada, levando em conta que umas podem ser melhores triturados que as outras deve-se apenas escolher a melhor para cada local, e são menos visadas pelos predadores do que a minhoca, e esse processo pode ser utilizado em qualquer área com boa umidade, sendo boa opção até em lixões por causa da capacidade de trituração de materiais como já mencionado, o papelão, reduzindo o volume de resíduos nesses locais.

Gongolos presentes no solo. <https://www.revistaencontro.com.br/canal/atualidades/2017/10/piolho-de-cobra-pode-substituir-a-minhoca-na-geracao-de-adubo-organico.html>

A Embrapa instalou em sua unidade de Roraima essa nova tecnologia de compostagem e pode ser visitada por qualquer pessoa, basta entrar com em contato com a empresa. Para mais informações acesse o site: https://www.embrapa.br/busca-de-noticias/-/noticia/29356327/conheca-a-gongocompostagem-opcao-vantajosa-para-producao-de-adubo-organico

Referências Bibliográficas –

http://www.naturezaeconservacao.eco.br/2017/08/piolho-de-cobra-conheca-curiosidades.html

http://agencia.fapesp.br/piolhodecobra_produz_adubo_de_alta_qualidade__/24042/