Texto escrito por Mariana Zanarotti Shimako, aluna de graduação de Engenharia de Biossistemas em FZEA-USP, orientada pelo Prof. Dr. Fabrício Rossi no Programa Unificado de Bolsas da USP.
Entre os dias 11 e 15 de Setembro, na UNESP campus de Tupã, ocorreu a V Semana de Engenharia de Biossistemas. O evento é uma realização dos discentes do curso da UNESP, com o apoio da coordenação do curso. Tem por objetivo realizar a integração entre os discentes, docentes, empresas e profissionais da área. Discussões sobre temas de interesse à profissão, como carreira, processos seletivos, organização da profissão e minicursos são algumas das atrações que os alunos tem a disposição todos os anos nessa época.
No dia 11, foi uma data especial do evento, pois três Engenheiros de Biossistemas já formados tiveram a oportunidade de compartilhar um pouco de suas trajetórias profissionais com os alunos de Tupã. Tanto a trajetória durante a graduação quanto o caminho que cada um trilhou após a formatura tiveram destaque em suas falas.
Primeiramente, o Engenheiro Marcelo Saade Amato realizou uma palestra intitulada “A Quarta Revolução Industrial e a Engenharia de Biossistemas”. Além de contar um pouco de suas funções e projetos na empresa Bayer, Marcelo destacou que assim como as Revoluções ocorridas anteriormente, a quarta, vem modificando nossa maneira de produzir e se relacionar com o ambiente de trabalho. Se a primeira revolução teve como marca a máquina a vapor, a segunda a eletricidade, a terceira a computação, na quarta estamos na era da conectividade. Hoje os processos estão conectados, controlados à distância e monitorando uma gama de dados que ajudam na tomada de decisão. Segundo Marcelo, o Engenheiro de Biossistemas por possuir uma formação multidisciplinar, disciplinas que visam o trabalho em equipe, um aprendizado árduo em disciplinas exigentes como as que compõe a grade do curso e um grande enfoque em tecnologia, é um profissional totalmente capaz à atender às necessidades da Quarta Revolução.
Após uma pausa para o café, foi realizada uma mesa de discussão sobre o papel do Engenheiro de Biossistemas no mercado de trabalho. O papo foi mediado pelo Prof. Dr. Raúl Andres Martinez Uribe, atual vice-coordenador do curso em Tupã. Além do Eng. Marcelo Saade, participaram da mesa os também Engenheiros de Biossistemas Rene Schmidt e Leonardo Magalhães.
Rene contou um pouco de seu caminho até a abertura de sua Empresa, a startup Agro Efficiency. Até chegar no ponto de criar uma startup, ele obteve grande experiência na área de cana-de-açúcar, trabalhando em consultoria e na área Agrícola de uma usina. Sua empresa atua na consultoria de gestão de dados, focada na produção de açúcar e álcool, utilizando uma metodologia desenvolvida em um software pelo próprio Rene.
Já Leonardo contou sua experiência e escolhas que o levaram a optar pela carreira de pesquisa, onde atualmente conclui seu Mestrado em Engenharia de Sistemas Agrícolas na ESALQ/USP. Seu projeto de análise de imagens em tomateiros é resultado de suas experiências nessa área, principalmente quando atuou como estagiário na área de análise de imagens na empresa de vants Xmobots. Leonardo desenvolveu um sistema para calcular índices vegetativos através da imagem das folhas do tomateiro, e uma rede neural artificial para classificar a taxa de fósforo na folha através desses índices. Leonardo destacou que a escolha por fazer Mestrado foi uma escolha profissional e que a profissão de pesquisador no País deve ser defendida e valorizada.
Durante a mesa redonda, os graduandos do curso e o público presente puderam fazer perguntas que versaram sobre os mais diversos temas: processos seletivos, mercado de atuação para a Engenharia de Biossistemas, carreira acadêmica, empreendedorismo, grade curricular, histórico da Engenharia de Biossistemas no Mundo, a profissão em outros países e a pergunta fatal: afinal o que é a Engenharia de Biossistemas. Marcelo destacou que na visão dele a Engenharia de Biossistemas foca em três questões principais, produção de alimentos, energia e fibras com foco em tecnologia e sustentabilidade. Rene destacou o profissional como aquele capaz de entender os processos e torná-los mais precisos, seja na agricultura ou industria, já o Leonardo definiu a Engenharia de Biossistemas como aquela que cria e modela sistemas de produção com enfoque na agropecuária, energia e meio-ambiente.
Como mensagem final do evento, ficou a importância de maior união entre os engenheiros das faculdades onde são oferecidos o curso, e a constatação que a Engenharia de Biossistemas não é a engenharia do futuro e sim do presente.
