Eletrônica orgânica

Flexíveis, translúcidos e ultrafinos – condutores elétricos constituídos por grafeno devem ser empregados em displays, eletrônica molecular e comunicações wireless.

chamada eletrônica orgânica promete mudar a forma como produzimos os materiais convencionais. Esta nova ciência é composta de dispositivos e semicondutores produzidos a partir de moléculas orgânicas, ou seja, moléculas compostas principalmente de átomos de carbono e hidrogênio. 

Após a descoberta do grafeno por pesquisadores americanos, a substituição da eletrônica baseada no silício soa cada vez mais interessante. Tal molécula apresenta um estado intermediário entre condutor e isolante, sendo um material altamente promissor nesse campo.   

Atualmente, alguns produtos da eletrônica orgânica encontram-se em estado avançado de desenvolvimento, entre eles as telas luminosas e os “displays” de computadores e televisão. Essa tecnologia é baseada em OLEDs (Diodo Orgânico Emissor de Luz, em inglês) e como o próprio nome sugere, emitem luz ao serem atravessadas por uma corrente elétrica.  

Devido à notoriedade e perspectivas  que essa área oferece, foi criado no país o Instituto Nacional de Ciência e Tecnologia em Eletrônica Orgânica (INEO) sediado no Instituto de Física de São Carlos (IFSC) da USP.   Os trabalhos desenvolvidos no INEO não estão focados somente na pesquisa com os OLEDs, mas também no desenvolvimento de outras tecnologias ligadas à eletrônica orgânica, como o desenvolvimento de dispositivos conversores de energia, que poderiam ser usados, por exemplo, no desenvolvimento de células solares orgânicas, utilizando um princípio parecido com o da fotossíntese.  

Outra área muito promissora da eletrônica orgânica é a de sensores de biossistemas, que encontraram muitas aplicações em medicina, na agricultura e ao meio-ambiente.   

De acordo com os projetos do INEO, os trabalhos se desenvolverão em três linhas: (1) Dispositivos eletrônicos e optoeletrônicos de materiais sintéticos, (2) Biossistemas e biossensores e (3) Difusão científica.  O primeiro trata do desenvolvimento de novas técnicas e aprimoramento das atuais para a utilização da eletrônica orgânica em aparelhos eletrônicos como o caso dos displays. A área de biossistemas pesquisará a aplicabilidade dos biopolímeros, espécie de plástico encontrado nos seres vivos, no setor de sensores de gás, líquidos e de luz.  

 Sobre a parte de difusão científica, o objetivo é principalmente divulgar a eletrônica orgânica nas escolas por meio de palestras com os pesquisadores e de uma página específica na internet que será desenvolvida a partir do site do INEO.   

Haverá ainda o desenvolvimento de disciplinas de pós-graduação na área de eletrônica orgânica com o intuito de formar novos profissionais preparados para o trabalho e a pesquisa no setor. Atualmente, já existem disciplinas de eletrônica orgânica em cursos de pós-graduação do IFSC e da área de Engenharia Elétrica da Escola Politécnica (Poli) da USP, além de outras universidades pelo País.  

Créditos pelas imagens: (1) Ji Hye Hong, (2) Luiz Leal.

Notícia: science news.

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