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No momento em que escrevo, a cidade de São Paulo passa por um dos momentos mais complexos de sua história, às voltas com vendavais que têm derrubado centenas de árvores e provocado blackouts de até 72 horas (aconteceu na Vila Nova Conceição) e ao mesmo tempo, e paradoxalmente, vivendo uma crise hídrica alarmante e sem precedentes.
O fato de chegar em casa e a encontrar às escuras até alta madrugada ou o dia seguinte é absolutamente inusual para a grande maioria dos habitantes paulistanos. Não o é menos o regime de racionamento de água a que estão sendo submetidos tantos e tantos habitantes – não apenas da megalópole, como de cidades do interior do estado de São Paulo e de outras regiões do país.
Voltando à falta de luz, ela nos remete aos fins do século XIX, quando a cidade vivia um outro tempo mental – aquele em que o ritmo era ditado pela iluminação do lampião de gás, mais identificado com o da vida rural e ainda hoje com as pequenas cidades –, em contraposição ao “outro” estado mental que prevalece na cidade desde a década de 1920, segundo Nicolau Sevcenko. (Por falar em Sevcenko, nossa homenagem ao historiador, que durante alguns anos participou do Conselho Editorial de nossa Revista.)
De volta, essa vida mental que caracteriza a metrópole – e São Paulo é a metrópole por excelência do Brasil – se “apaga”, por assim dizer, quando falta luz (seria possível dizer que isso acontece em qualquer metrópole do mundo). A TV, a internet, o smartphone sem bateria..., produtos bem característicos do estado mental do paulistano, do metropolitano, despencam quando isso acontece e, muito a contragosto, retornamos aos pacatos tempos dos nossos bisavós e tataravós.
É da metrópole atual que aqui tratamos, da sua colossal envergadura territorial, da arrojada (por vezes vítima, por vezes difusora de preconceito) atividade cultural de suas periferias, da violência latente que pulsa em suas ruas – o tráfico de drogas, o crime organizado e a insegurança –, do crescimento arquitetônico desordenado de suas bordas.
“Metrópoles” é, pois, o tema da Revista atual. Dessa forma, nosso agradecimento a suas organizadoras, Maria Cristina da Silva Leme e Ana Lucia Duarte Lanna, que pensaram com rara felicidade a seção e a tornaram possível.

 

FRANCISCO COSTA

 

 

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