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editorial77

Já passava da hora um dossiê sobre Aids na Revista USP. Não só pela envergadura da moléstia, que continua deixando de cabelo em pé todos os pesquisadores, sejam eles novos ou já medalhões – que vêm segurando o touro pelo chifre desde o seu surgimento. Antes de mais nada, cumprimos nesta edição um dever social. Estão aí as estatísticas – enxurradas delas, que abrangem desde números que procuram ser discretos, para não espalharem o "pânico", como se diz , àqueles apocalípticos – que traduzem por si só a preocupação (em muitos casos desespero) da grande comunidade internacional da saúde com esta pandemia. A situação já chegou ao ponto do presidente Bill Clinton dar um ultimatum à comunidade científica de seu país, cobrando uma vacina contra a Aids até o ano de 2007 – atitudes como essa parecem fazer parte da agenda democrata americana, pois no começo dos anos 60 foi Kennedy quem cobrou da Nasa a chegada à Lua até o final daquela década, naquele caso como prova de supremacia yankee sobre os comunistas russos. Se essa atitude de Clinton pode ser tomada como prova de força, além de ser inquietante, por outro lado beira o ridículo, pois com toda a colossal quantia de dinheiro aplicada à pesquisa – além da qualidade dos cientistas envolvidos –, o que de mais sólido se tem hoje a apresentar-se é um aumento da sobrevida do indivíduo soropositivo com os chamados "coquetéis". Ou seja, é muito pouco em virtude do investimento e da agonia provocada pela enfermidade. Infelizmente, para toda a humanidade. Infelizmente, ela foi rompendo uma a uma as barreiras, atingindo primeiro a comunidade homossexual, depois as pessoas viciadas em drogas injetáveis que compartilhavam suas seringas, atropelando os hemofílicos e, finalmente, atingindo os heterossexuais. O grande drama da doença, o grande trauma que ela transpira vem justamente do fato de ser transmissível sexualmente – uma peste do sexo que deixa no chinelo as gonorréias e sífilis da vida. Sua disseminação se dá através da relação mais íntima na vida do ser humano – o que deixa todos abismados é o fato de não se estar mais seguro entre quatro paredes. Para se ter uma vaga noção de seu perigo – nunca é demais repetir – a relação entre aidéticos homens e mulheres aidéticas, hoje, é de 4 para 1. Acredita-se que até o ano 2000 será de 1 para 1. A Aids já é chamada de "doença do século". O vírus HIV é tão mais sinistro porque pode ficar incubado no ser humano durante um período que varia de indivíduo para indivíduo, mas que normalmente ocorre entre um e cinco anos, e então se manifestar – fazendo as vidas desabarem em maior ou menor tempo, dependendo da resistência tanto física quanto psicológica de cada um. Assim, aqui está a contribuição da revista: trazer profissionais competentes das mais variadas áreas para tratar do tema. Esperemos que outros textos cheguem e possam ser usados, nesta mesma publicação, como alerta e aumento de informações sobre a Aids, nos próximos números.

O EDITOR

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Já passava da hora um dossiê sobre Aids na Revista USP. Não só pela envergadura da moléstia, que continua deixando de cabelo em pé.... (leia na íntegra)

 

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