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editorial77

Após trinta anos da morte de João Guimarães Rosa, não surgiu ninguém que o substituísse à altura no terreno da prosa de ficção – e agora com um adicional, pois sua produção em verso começa a ser escoada. É esta a avaliação contida neste dossiê sobre a situação atual da literatura brasileira. Mais, não há ainda perspectiva, quanto à crítica, de que alguém substitua o escritor de Cordisburgo no cenário próximo. Ou seja, Guimarães Rosa deve fechar o século – e o milênio – como "o" autor nacional por excelência, espécie de ideal a ser atingido por todo aquele que se aventurar, e se aventura, no terreno da prosa. Vamos explicar a concepção primeira deste dossiê, para que o leitor entenda o que se afirma acima. No último 19 de novembro completaram-se trinta anos de morte do escritor mineiro – três dias antes de sua morte, ele vestia o fardão da Academia Brasileira de Letras. A idéia original era fazer, para o leitor, um mapeamento seguro da situação contemporânea da literatura brasileira, tanto em prosa de ficção como em poesia (um quem-é-quem na literatura brasileira hoje). Para isso, convidamos nomes dos mais variados setores da crítica e da produção criativa. Como sempre nos pautamos, nenhuma vertente deveria ficar de fora, já que este é um ponto de honra editorial da revista. Trabalhávamos com a idéia de uma homenagem a Rosa, que serviria como pano de fundo para a compreensão da situação contemporânea – o que foi conseguido parcialmente. Parcialmente, pois dos dezoito textos que compõem este dossiê, nada menos que seis (os seis primeiros textos) tratam diretamente do autor de Grande Sertão. Ou seja, 33,3% dos artigos que chegaram à redação – afora os que o citam e trazem reflexões importantes sobre Rosa e sua obra. O mais interessante é que as novas abordagens, por mais elaboradas e consistentes que sejam (e são), estão longe de dar conta de toda a produção do autor do Miguilim – que, diga-se de passagem, está muito bem guardada para consultas e pesquisas nos arquivos do IEB-USP. Quer se queira ou não, Guimarães Rosa paira absoluto sobre o cenário das letras nacionais desde que saiu em 46 seu primeiro livro de contos, Sagarana, versão enxugada de Sezão, com o qual ele ficou com o segundo lugar no prêmio Humberto de Campos, concurso literário promovido pela editora José Olympio, em 1937. Se há controvérsia quanto a esta última observação, pode-se dizer que, tudo bem, então foi em 56, quando saíram Corpo de Baile e Grande Sertão: Veredas. De qualquer forma, de lá pra cá não teve pra mais ninguém, para o bem ou para o mal das letras brasileiras. A nosso ver, cumprimos a tarefa. Detetamos com alguma surpresa um estado de coisas que julgávamos pelo menos já relativizado. Inesperadamente, talvez seja essa a maior contribuição deste número da Revista USP.

FRANCISCO COSTA

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Após trinta anos da morte de João Guimarães Rosa, não surgiu ninguém que o substituísse à altura no terreno da prosa de ficção... (leia na íntegra)

 

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