No quadragésimo primeiro número, a Revista USP traz como tema de dossiê "Engenho dos Erasmos". Uma passada d'olhos mais cuidadosa todavia encontrará um subtítulo mais abrangente: "Baixada Santista". Desde que o monumento foi tombado, em 1955, e integrado à então Faculdade de Ciências e Letras, hoje Faculdade de Filosofia, Letras e Ciências Humanas da USP, uma série de inúmeros estudos – de campo e teóricos – aconteceu, tentando explicar o início e o desenvolvimento da região mais antiga do Estado, que primeiro teve como produto principal o açúcar (no início da colonização, na segunda metade do século XVI, ela contou com pelo menos seis engenhos) e depois, com o desenvolvimento da cidade de Santos, o café – o porto de Santos, como se sabe, no começo do século chegou a exportar cerca de 80% de toda a produção nacional.
O Engenho São Jorge dos Erasmos, seguramente entre os três mais antigos do Brasil, recebeu seu nome de um proprietário, Erasmos Schetz, de Antuérpia. Hoje, só restam ruínas do mesmo. Seu valor histórico e cultural é indiscutível. A anexação à USP se deveu ao trabalho incansável da professora Maria Regina da Cunha Rodrigues.
O presente dossiê é um trabalho que prima, antes de mais nada, pela interdisciplinaridade: arqueologia, história, geografia, ecologia, artes plásticas e poesia andam lado a lado, compondo um todo harmônico, de alto interesse cultural. Esperamos que o leitor aprecie, como nós, da redação, apreciamos trabalhá-lo. Finalizando, não poderíamos deixar de agradecer ao professor Júlio Katinsky, pelo trabalho de envergadura como organizador do dossiê.

FRANCISCO COSTA

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