Lançamos neste número a segunda parte da trilogia dos "quatro elementos" – o último será Ar/Fogo. Aqui, contemplamos Terra, um dos mais fascinantes dossiês que já tivemos o prazer de elaborar (e desde já gostaríamos de agradecer a Sônia Maria Barros de Oliveira, que nos ajudou a organizá-lo). Se no número anterior falávamos da água, fonte da vida, neste tratamos de terra e sua incrível diversidade. Já os antigos diziam, com a sabedoria que vem do tempo imemorial, que do pó viemos e ao pó voltaremos. Um lugar-comum? Sem dúvida, mas as coisas são como são, pode-se dizer. Resta saber que "terra" deixaremos para aqueles que vierem depois de nós, uma vez que a experiência "principalmente dos últimos 150 anos" tem mostrado que o planeta tem sido predado, em mais de um sentido.
O desmatamento selvagem praticado no Brasil e outros países, o efeito estufa, o crescimento desmesurado das metrópoles (com todos os transtornos daí decorrentes), são alguns dos problemas enfrentados diariamente por legiões de homens e mulheres de boa vontade para manter não apenas o planeta vivo, mas saudável " não por acaso, a ONU proclamou 2008 como Ano Internacional da Terra. Com a chegada da globalização, grosso modo, tanto faz estarmos em nosso país ou na Tailândia " ou em qualquer outro lugar ", porque a pergunta persiste e é cada vez mais inquietante: o que fazer para mudar o estado das coisas? Nunca é demais lembrar que cada um dos seres humanos que pisa o planeta tem sua cota de responsabilidade para a melhoria geral das condições de vida.
Seria possível argumentar que, vivendo quase a metade da população mundial abaixo da linha da pobreza " e nós outros brasileiros, com problemas crônicos da mesma ordem ", esse enorme contingente populacional pouco teria a oferecer nesse sentido. É bem verdade. Mas é fato também que tal verdade não é excludente, logo uma porção minúscula que seja dirá respeito a essa imensa população segregada.
O fato é que hoje já há uma maior consciência dos problemas que nos afligem a todos (desde a contaminação da água subterrânea até o buraco na camada de ozônio). Dessa forma, convidamos você, leitor(a), a fazer uma grande viagem pelos caminhos das "ciências da terra". Uma leitura fascinante. Confira.

FRANCISCO COSTA

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