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Rua Maria Antônia – 45 anos da batalha

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“Com o tumulto instalado, a rua foi fechada. Nenhum carro entrava na Maria Antonia. No chão, centenas de pedras e fragmentos de tijolos. Uma nuvem espessa de poeira cobriu o quarteirão. Havia fumaça em toda extensão da Maria Antônia. Era guerra”.

O trecho acima, retirado do livro Maria Antonia – A história de uma guerra, de Gilberto Amendola, anuncia o início da guerra protagonizada a partir do dia 02 de outubro de 1968 após um ovo podre ter sido atirado em direção a uma aluna de filosofia. Na ocasião a Rua Maria Antônia era o berço da agitação estudantil paulista e tinha de um lado o prédio da Faculdade de Filosofia, Ciências e Letras da USP e do outro, o Mackenzie.
Após 45 anos da épica batalha que deixou como saldo um morto, o estudante secundarista José Guimarães, dezenas de feridos e um incêndio que destruiu o prédio da USP, o Teatro da USP realiza de 01 a 09 de outubro de 2013 o evento Rua Maria Antonia – 45 anos da Batalha.
A programação gratuita compreende a exibição do filme A Batalha da Maria Antônia, de Renato Tapajós; a palestra A batalha da Maria Antonia: um presente histórico interrrompido com Irene Cardoso, psicanalista e professora da FFLCH – USP, com mediação de Cristiane Zuan Esteves, dramaturga e diretora teatral, e seis apresentações do espetáculo Arqueologias do Presente: A Batalha da Maria Antônia, do grupo OPOVOEMPÉ.
A peça foi criada especialmente para o evento e para a I Bienal Internacional de Teatro da USP que será realizada pelo TUSP a partir de 31 de outubro.

Confira abaixo os detalhes da programação 

Palestra | A batalha da Maria Antonia: um presente histórico interrrompido
01.10 – terça-feira | 20h
Com Irene Cardoso | Mediação Cristiane Zuan Esteves

O acontecimento da batalha da Maria Antonia produzido pela violência da ditadura, no país e na universidade, interrompe um presente histórico e leva ao desaparecimento e ao esquecimento um conjunto de valores e práticas culturais e políticas que ainda estavam em curso. A reconstrução histórica desse acontecimento, hoje, pode correr o risco de entrar no registro daquelas experiências que já não se entendem mais.

Filme | A Batalha da Maria Antônia
02.10 – quarta-feira |19h
Direção | Renato Tapajós

Sinopse
O documentário “A Batalha da Maria Antonia” mostra o confronto que houve em outubro de 1968, na rua Maria Antonia, em São Paulo, entre estudantes da Faculdade de Filosofia da USP e estudantes da Faculdade Mackenzie. Alem do incêndio e destruição do prédio da USP, um secundarista foi morto. Não foi uma simples briga de estudantes, mas quase que a reprodução em miniatura da Guerra Fria que então se travava entre esquerda e direita. A Guerra Fria opunha, no plano internacional, o Ocidente, cristão e capitalista, liderado pelos Estados Unidos ao Oriente, ateu e comunista, liderado pela União Soviética. O Brasil era subordinado aos Estados Unidos e, no plano nacional, a ditadura de 1964 reprimia, com a prisão, o assassinato e a tortura, todos os que se opunham a essa situação. É dentro desse quadro que os estudantes de esquerda, em São Paulo, ocupam a Faculdade de Filosofia da USP. A direita, representada sobretudo pelo CCC arrasta os estudantes do Mackenzie ao confronto. É essa história que o filme “A Batalha da Maria Antonia” conta. Lembrar aquele momento não é um exercício de nostalgia, mas a tentativa de entender algo das forças que moldaram nosso presente.
Duração | 76 min Classificação | 10 anos

Ficha Técnica
Roteiro e direção | Renato Tapajós Assistente de Direção | Marema Valadão Direção de Fotografia | Julio Matos e Coraci Ruiz Produção executiva | Thais Souza e Hidalgo Romero Direção de Produção | Julio Matos e Hidalgo Romero Som Direto | Guilherme Martins Assistência de Som Direto | Ricardo Zollner Pesquisa Iconográfica | Cristina Beskow e Stella Grisotti Montagem | Caue Nunes Trilha Sonora Original | João Arruda e Marcelo Falleiros Desenho de Som e Mixagem | Kira Pereira, Glauber Alves e Ricardo Zollner Designer | Arthur Amaral

Espetáculo | Arqueologias do Presente: A Batalha da Maria Antônia, grupo OPOVOEMPÉ
De 04 a 09.10 | Sexta e Sábado, 21H | Domingo, 19H | Segunda à Quarta, 21H
Direção | Cristiane Zuan Esteves

Sinopse
Em um salão de jogos, os participantes do público são convidados a compartilhar memórias, negociar significados, realizar acordos e refletir sobre a construção de formas de democracia. Segue-se uma exploração guiada pelo prédio da Maria Antonia, sede da antiga Faculdade de Filosofia da USP, importante pólo de resistência ao Regime Militar, esvaziada em 68 como parte do projeto de Repressão. Entre o documental, o lúdico, o possível e o sonho, o trabalho busca abrir brechas nas lógicas habituais entre história, presente e utopia.
Primeira parte do projeto “Arqueologias do Presente”, com concepção de Cristiane Zuan Esteves, diretora do OPOVOEMPÉ, o trabalho propõe uma experiência não-convencional ao espectador. Busca os vestígios da Ditadura Militar Brasileira na estrutura da sociedade e, sobretudo, no seu imaginário.
Duração | 80 min Classificação | 12 anos

Ficha Técnica
Concepção, direção e dramaturgia | Cristiane Zuan Esteves Atores criadores | Cristiane Zuan Esteves, Ieltxu Ortueta, Manuela Afonso, Mariana Senne, Pedro Semeguini Criação Sonora | Pedro Semeguini Direção de Arte | Vânia Medeiros Iluminação | Grissel Piguillem Produção | Anayan Moretto Colaboradores | Andrea Tedesco, Cloris Paris, Gabriela Cordaro, João Paulo Azevedo, Luisa Helene, Ronaldo Zaphas, Tieza Tissi

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