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Mas o senhor não acha que a verdade, se for verdade, se afirma mesmo sem a gente?

Não. Só se afirma a verdade que nós afirmamos; a vitória da razão só pode ser a vitória dos homens racionais.

A última fala de A Vida de Galileu, de Bertolt Brecht, é de Andrea, filho de uma empregada doméstica, aluno de Galileu que se tornou, ele mesmo, um cientista: “nós ainda estamos muito no começo”.

Brecht escreveu sua peça no fim dos anos 1930. E hoje, 2022, nós ainda estamos muito no começo. Voltamos ao começo, graças a um retrocesso que traz de volta discussões sobre a Terra ser ou não ser plana, sobre vacinas serem eficazes, sobre a importância da defesa da democracia. Passamos por uma pandemia que deixou um rastro de quase 700 mil mortes .  A fé de muitos é manipulada por falsos devotos e a violência, a morte, a tortura e a brutalidade ganham espaço. “Armai-vos uns aos outros”. A razão foi substituída pela opinião pessoal, onde cada um escolhe suas fontes, sejam elas confiáveis ou não. O importante é que comprovem uma crença já estabelecida desde o início. Ao contrário do raciocínio lógico, agora as conclusões chegam primeiro, e argumentos buscados depois.

Fomos arrastados, de novo, ao começo. E a verdade não se afirmará por si só. A vitória da razão só virá com a vitória das pessoas racionais. Nós ainda estamos muito no começo.

Texto Bertolt Brecht Tradução Roberto Schwarz Direção René Piazentin Elenco Anita Prades, Bruna Alves, Camila Fávero, Duda Paiva, Giovana Telles, Ingrid Taveira, Jackson Gleizer, Júnior Moreira Bordalo, Lilian Alves, Malu Paixão, Mariana Nolla, Victória Pozzan, Vitor Julian Assistência de Direção Aline Baba, Caroline do Amaral e Raíza Carvalho Figurinos Aline Baba Costureira Márcia Sueli Rosa Luz Ariel Rodrigues Ilustrações e projeto visual Anita Prades

Sobre os experimentos de montagem:
Desde 2015 o Núcleo TUSP da capital promove ações que chamamos de “experimentos de montagem”: uma prática artístico-pedagógica que une atores e atrizes de diferentes formações, resultando em aberturas públicas no formato de pequenas temporadas. Desde então foram realizados sete trabalhos, dois deles com duas temporadas: Outro K (a partir de O Processo, de Kafka, em 2015 e 2016), O Pequeno Eyolf e Mahagonny (respectivamente a partir de obras de Ibsen e Brecht, ambos em 2016), Hamlet (2017 e 2018), Rei Lear (2017) e Ensaio para Romeu e Julieta (2018), três estudos a partir de Shakespeare e Fausto (2018, a partir de Goethe e Marlowe). Em 2022, após o período pandêmico que interrompeu nossas ações presenciais, Galileu marca o retorno dos experimentos do Núcleo TUSP na capital e o oitavo espetáculo dentro deste projeto.

Agradecimentos:
Helena  Bastos, que em seu período como diretora do TUSP foi a responsável pela retomada do Núcleo TUSP em São Paulo, e Luiz Fernando Ramos, atual diretor, pela confiança e apoio ao projeto; Jeferson Kucioyada e Julia Zocchi, que estiveram no início do nosso processo; Antônio Marcos, Rogério Cândido e toda a equipe do TUSP.

GALILEU | De 25 de novembro a 18 de dezembro de 2022 | sextas e sábados, 18h; domingos, 16h  (*domingo, 04.12 não haverá sessão) | 150 min. (haverá um intervalo de 10 min.) | 12 anos | 40 lugares | gratuito