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Peças de diferentes autores lidas pelos presentes em encontros abertos, mediados pela equipe artística do TUSP. Vem ler conosco!

O Programa TUSP de Leituras Públicas propõe, a cada ciclo semestral, a leitura de uma seleção de peças teatrais de autores ou temas específicos. Com as Leituras, nossa intenção é abrir espaço para uma experiência diferenciada de plateia que crie um sentido de pertencimento à coisa pública e gere um público que acompanhe os ciclos.

As Leituras são realizadas pelo público, em encontros abertos e gratuitos, com mediação da equipe artística do TUSP e a presença de convidados.

No segundo semestre de 2018, o programa chega a seu 20o ciclo, “Dramaturgias da Opinião”, que presta homenagem ao fundador do Grupo Opinião, João das Neves, diretor, ator e autor que faleceu agora em agosto.

22.10 | Liberdade, Liberdade | Millôr Fernandes e Flávio Rangel (1965)

29.10 | Se correr o bicho pega, se ficar o bicho come | Ferreira Gullar e Oduvaldo Vianna Filho (1966)

05.11 | Jornada de um imbecil até o entendimento | Plínio Marcos (1966)

12.11 | Dura lex sed lex, no cabelo só gumex | Oduvaldo Vianna Filho (1967)

26.11 | O último carro | João das Neves (1964)

03.12 | Encerramento: Lançamento do livro Anos de chumbo: o teatro brasileiro na cena de 1968, de A. P. Quartim de Moraes (Ed. Sesc)

LIBERDADE, LIBERDADE | Millôr Fernandes e Flávio Rangel (1965)
Logo após o golpe militar de 1964, Millôr Fernandes escreve uma peça crítica ao sistema para o qual o país foi empurrado, inaugurando, com Flávio Rangel, uma novidade na dramaturgia brasileira e um estilo de espetáculo que se denominaria “teatro de resistência”. O texto recorre a personagens históricos para avaliar a situação pela qual o Brasil passava. Em cena, os atores se revezavam na interpretação de colagens de textos de Sócrates, Platão, Martin Luther King, Castro Alves, Anne Frank, Danton, Churchill, Cristo, Shakespeare, Vinicius de Moraes, Moreira da Silva, Carlos Drummond de Andrade, Geraldo Vandré e Cecília Meireles. Embora questionada na época se seria uma peça ou um espetáculo musical, por contar com cerca de 30 músicas acompanhadas de uma banda, Liberdade, Liberdade é um marco do teatro brasileiro e influenciou uma geração. A peça foi uma coprodução do Teatro de Arena e o Opinião, com Paulo Autran, Nara Leão, Tereza Rachel e Vianinha e direção de Flávio Rangel.

SE CORRER O BICHO PEGA, SE FICAR O BICHO COME | Ferreira Gullar e Oduvaldo Vianna Filho (1966)
O texto conta a história de Roque, um homem das massas, que se vê sempre obrigado a recorrer ao “jeitinho brasileiro” – muitas vezes com ações que contrariam as leis – para se safar das encrencas em que se mete. A comédia desconstrói diversas normas de conduta moral, valores conservadores e regras sociais. Montada pela primeira vez no Teatro de Arena pelo Grupo Opinião, com direção de Gianni Ratto, e no elenco, Antônio Pitanga, Cleyde Yáconis, Hugo Carvana, Marieta Severo e Sérgio Mamberti.

DURA LEX SED LEX, NO CABELO SÓ GUMEX | Oduvaldo Vianna Filho (1967)
Pós-golpe militar, Vianinha passa a empregar o cômico como arte politizada para, a partir da cultura de massas atingir o maior número possível de pessoas. Em 1967, recorre ao teatro de revista para fazer uma crítica a indústria cultural e a comunicação de massas durante o regime militar.  Na estreia, teve a direção de Gianni Ratto no Teatro do Autor Brasileiro, com músicas de Caymmi, Francis Hime e Sidney Waismann e no elenco, Ítalo Rossi, Berta Loran, Paulo Silvino e Gracindo Jr.

JORNADA DE UM IMBECIL ATÉ O ENTENDIMENTO | Plínio Marcos (1968)
Pela via humorística, a peça critica a exploração no trabalho, formas de controle, opressão e alienação religiosa entre um grupo de seis personagens que vivem de esmolas. Caricaturesca, o tom de comédia remete às origens circenses do autor e à commedia dell’arte. Com duas versões anteriores, Os fantoches (1960) e Chapéu sobre paralelepípedo para alguém chutar (1965), a versão definitiva vem em 1968, montada pelo Grupo Opinião, com direção de João das Neves e nomes como Milton Gonçalves, José Wilker e Ary Fontoura.

O ÚLTIMO CARRO | João das Neves (1964)

O texto retrata cidadãos comuns no subúrbio carioca, com vidas precárias e que se deslocam cotidianamente de trem. Embora diferenciados, todos são sujeitos marginalizados pelo sistema – operários, prostitutas, mendigos e assaltantes. Não há personagens centrais: essas figuras falam sobre suas realidades e acabam se vendo em uma situação de vida e morte quando descobrem que seu trem está desgovernado e prestes a colidir. Os conflitos passam a ser coletivos e a missão das personagens torna-se a de parar o trem e sobreviver. A peça foi encenada pelo Grupo Opinião no Rio de Janeiro, com direção do próprio João das Neves e elenco formado por atores e não-atores.

De 22 de outubro a 03 de dezembro de 2018 | Segundas-feiras, às 19h30 | Programação gratuita

(Imagens: Divulgação / O Último Carro, Grupo Opinião, Rio, 1976)